terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Brevíssima

 Quanto mais o tempo passa, perde-se um pedaço do romantismo de outrora. Texto meloso num início de semana? Não, apenas um relato daquilo que não paro de ver por aí. O romantismo por si só não transforma ninguém em mais ou menos meloso. E neste caso, o romantismo fala daquilo que por anos estiveram a nossa volta, como um ritual, e agora esta perdido ou sumindo pela modernidade que aí encontra-se.

 Alguma coisa sempre é mais importante para um do que para os outros, porém, num contexto geral, o conjunto inteiro acaba por marcar uma época, um tempo geralmente bom que não mais voltará. Coisas do dia-a-dia que no passar das horas é imperceptível e pouco interessante, amanhã pode transformar-se em algo que marcou nossas mentes e que resgata os bons adventos da lembrança. Boas lembranças persistem eternamente em nossas mentes trazendo, porque não, a tona impreterivelmente a saudade. 

E a saudade, "a saudade é uma estrada longa que começa e não tem mais fim".

Se perder parte do romantismo de outrora, da vivência simples dos nossos pais e avós é o preço para o advento da modernidade, então estamos tendo um prejuízo incalculável. Não há como taxar as perdas trazidas por tudo isso. Já se foram os bailes de antigamente, os tempos de bigorna, das festas boas de interior. Vivia-se com muito menos, mais simples e objetivo. Crianças se divertiam com bola, peão, carrinho de lomba e bodoque (a popular “funda”). E hoje? Celular e as patifarias que vem dele.

Quanta nostalgia! 

Se foi o romantismo da vida , perdeu-se este em alguma encruzilhada por aí. E a velha carta? Quem hoje em dia manda uma carta para alguém? Tem gente que não sabe mais nem escrever, tamanha a facilidade oriunda do computador, e-mail e whatsapp e redes sociais. “Antigas cartas guardadas, que o tempo amarelou. São lembranças do passado que no meu peito ficou”

Palavras cantadas pelos Irmãos Bertussi que mostram o quão era a vida naquele tempo. 

De um tempo que dá saudade. 

De um tempo, que eu nem conheci...

***

O que mais assusta no que escrevi acima, é que parte do texto é de fevereiro de 2010. E mais de uma década depois, a vida ficou ainda mais rasa e breve. 

Brevíssima, aliás.

Boa semana a todos.

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