segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A quantas andamos?

Mesmo não estando muito animado para falar de tal assunto, na sexta-feira que passou eu já sabia que era sobre isso que eu falaria hoje. Ainda tentei, em vão, arrumar outro assunto, porém, não teve jeito. Criadores de suínos decidiram não expor seus animais este ano na maior exposição-feira do continente sul-americano: a Expointer. Dizem os mesmos, através da Associação dos criadores do animal, que temem que nós humanos acabamos contagiando os porcos pelo vírus da tal de gripe A, e, como todos sabem, o animal é vulnerável já que o hospedeiro inicial foi ele. Lembram que no início todos chamavam a doença de gripe suína? Pois é. Diante desta informação eu não sei se rio ou se choro. Vejam bem a que ponto chegamos: animais do gênero suíno não participarão da Expointer, edição 2009, pois seus criadores temem que os humanos infectem pela gripe suína os suínos. Pasmem! Pelo que se vê os porcos temem ter que experimentar do próprio veneno. É caros amigos, a quantas anda a humanidade.
Confesso a todos que eu nunca dei muita bola para esta tal de qripe A, suína, h1n1, h2o, ou, como queiram chamar isso daí. Achei no ínicio que era mais uma fanfarronice da nossa imprensa alardeadora, que está sempre arrumando novas formas de conseguir pontos no ibope e bestas para acreditar que a coisa esta pelas últimas mesmo. Escolas e universidades públicas e privadas prorrogaram seu recesso de inverno em mais duas semanas; gestantes, diabéticos e pessoas imuno-vulneráveis devem permanecer em suas casas e evitar o contato com o mundo exterior. Aí, há um enorme contraponto que deve ser debatido certamente.
Inúmeros infectologistas no ato da prorrogação das férias escolares e universitárias disseram que mesmo com tal medida não se podia prever a diminuição do número de casos da nova gripe. Ora, se especialistas disseram isso, venho a crer que tal decisão só teve um motivo: dar uma resposta pra mídia e se mostrar profundamente preocupado com o próximo. Convenhamos, na falta de números científicos que comprovassem a eficácia da prorrogação das férias, deveria-se ter consultado as partes mais prejudicadas com tudo isso: pais e alunos. Mas não, tomaram a decisão por conta, afinal, a besta do Bruno não se importa de ter aula até o ano novo, ou, até a madrugada do dia seguinte, até por que trabalhar não cansa nada. Há, contudo, o outro lado da história. Pelo que se tem visto, parece que gestantes, diabéticos e demais pessoas com vulnerabilidade para contrair novas doenças realmente parecem estar na linha de frente no contágio da nova gripe. Não pensava assim ser tão grave a situação até ver um senhor chorando numa parada de ônibus dizendo que sua filha, grávida, estava quase morta num hospital da capital infectada pela nova gripe e que a criança já havia sido tirada do ventre da mãe. Como acima de tudo este blog tem um enfoque social, mudei meu foco em respeito a forma de tratar do fato. Respeito à vida humana e solidariedade ao próximo são os dois pontos principais neste momento.
Creio contudo, que o foco dado a questão da gripe “A “ foi errôneo, já que preocupou-se em evitar o contato direto de crianças, adolescentes e adultos nas escolas e universidades e esqueceu-se que os shoppings continuaram abertos e que os shows do Roberto Carlos e o Festival de Cinema de Gramado foram realizados. Aí não há problema? É preciso refletir a quantas anda a humanidade, sob pena de daqui a pouco, nem os porcos nos respeitarem mais.
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Forte abraço e uma boa semana (de chuva) a todos.

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