segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A fé que acompanha!

Não deve haver alguém no mundo que um dia, um único mísero dia, não tenha questionado a sua fé. Do mesmo modo, há os que dizem que sequer tem fé em alguma coisa. A fé é um sujeito abstrato, subjetivo, e sua existência, ou intensidade, depende de cada um. Mas será mesmo que existe alguém que não tenha fé em nada? O próprio agir, no dia a dia, não é um exercício de fé? Vejamos, se você está prestes a realizar uma tarefa que vai mudar sua vida para todo o sempre, daquelas que não há margem para qualquer tipo de erro, não há aí um exercício de fé, ainda que intrínseco, em si próprio? Logicamente, não faltarão os que dirão que a fé a que se referem é aquela galgada em um ser superior, mais precisamente em Deus, ou suas derivações religiosas. Tem gente que não crê em algo superior. Eu mesmo, obrigo-me a admitir que nos últimos quatro anos passei a ver a religião com bastante ceticismo. Tentei retomar a minha fé algumas vezes no período, entretanto, não galguei muito sucesso. Nem por isso ando sem rumo. O que me falta, na realidade, é encontrar o caminho certo para o meu destino.


Noutra monta, minha vida tem caminhado de forma satisfatória. Não posso reclamar das minhas escolhas. Todas elas tem tido um significado importante e o destino parece-me bastante satisfatório. Ainda por cima, já tenho muito mais hombridade para reconhecer os meus erros e rever as minhas decisões. Ás vezes, um recuo estratégico é sempre importante para acertar o caminho. Um passo atrás pode não significar um atraso no destino, mas sim, uma forma de chegar lá de maneira mais rápida. As decisões, devem ser tomadas de cabeça fria, bem pensadas e dirimidas. Assim - parar, pensar e voltar - pode ser bem mais inteligente do que seguir uma viajem a esmo. Acredite, nem sempre as melancias se ajeitam no andar da carruagem.


***


A fé, contudo, não deve ser sugenere. Se você acha que a fé faz milagres, bom, a tendência é virar um cético como eu. O milagre é você mesmo que faz. Tente enxergar a fé como uma espécie de “apoio moral”, nunca como a solução dos seus problemas. Agarrado na fé, certamente será mais fácil ultrapassar um caminho de espinhos, mas nunca, sem sentir um pouco de dor. Do mesmo modo, tenho que tomar cuidado com as minhas palavras, a uma que não sou um bom exemplo de fé (com o perdão da redundância), e a duas, que não quero parecer aqui um pastor ou pregador. O saudoso Leonardo, já cantava em “O Homem do Pala Branco” que “Eu não sou um pregador, não sou padre, nem pastor. Sou apenas um autor, que canta a sua verdade”. De fato a música é uma expressão de fé. Não em um santo, ou entidade, mas sim na história, na tradição e naquilo que se escreve. Se pensar que cada vez que componho a fé está ali impregnada, a partir de hoje serei uma pessoa melhor, eis que saberei que a fé, de fato, nunca deixou de me acompanhar.


Abraço e boa semana a todos.

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