segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Meu pesadelo.

A cada novo começo de semana, penso o que o destino nos reserva. Hoje, ainda por cima, é a primeira segunda-feira do último trimestre do ano. Mesmo me lembrava, ontem, sobre algumas situações do último natal, tão latentes em minha memória. Pois, pasmem, parece que foi ontem. Aí tentando olhar para o futuro, só vejo tempestades; literalmente. A partir de amanhã, segundo informações da meteorologia, mais uma semana de chuva quase que intermitente. Como ser feliz assim?

Aí, me veio a tona um pesadelo que tive na noite passada. Resolvi, então, compartilhar com vocês deste sonho malfadado:

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Daí, na surdina, aumentam o preço dos combustíveis. Mais picareta, ainda, são os comerciantes do gênero que, antes mesmo de receberem o produto reajustado, já estavam cobrando dos cordeirinhos do povo, inúteis que nem para reclamar mais servem. Tive o trabalho de prestar bastante atenção nos postos que aumentaram antes, isso, no universo dos cerca de 10 estabelecimentos que costumo abastecer meu carro. Pois os espertos, ao menos comigo, não terão mais vez. Prefiro ficar sem gasolina parado na estrada esperando o guincho do seguro vir me buscar (sim, pago seguro, afinal, vivo na selva. O Brasil, em tese, começou a sair da selva com a chegada dos portugueses em 1500, mas, a selva,  em verdade, nunca saiu de nós), a dar dinheiro para sustentar este desrespeito descarado ao consumidor. Mas este, obviamente, sou eu. A maioria, passivamente, lamenta calada e espera o próximo aumento para, novamente, quem saber reclamar do preço da gasolina com o seu "eu" interior.

Descobriram quem é o culpado por esta merda de país estar na merda, não é? Quem não descobriu, ainda, por favor, pare de tentar, pois só está afundando mais. Já descobriu aonde? Esqueça.

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Para não parecer que eu estou de boca suja reclamando da vida, nesta bela segunda-feira de sol (aproveite, pois não sei se quando ele for embora não será para sempre), leio uma matéria no jornalzinho da cidade, sobre uma feira de sapatos. Lotada, diz a matéria; expectativa de aumento nas vendas, refere a organização do evento. Tudo, isso, nobres leitores, reflexo da crise instalada neste país, afinal, em tempos de escassez econômica, nada melhor que sair torrando por aí. Aliás, heureca! Descobri na verdade que o povo tá preocupado, sim, com os rumos do país. Para tanto, faz força para girar a roda gigante da economia tentando fazer com que o país volte aos trilhos.

Daí lembro que em alguma década lá atrás, algum governante esperto (e como temos desta classe por aqui) resolveu achar que o transporte ferroviário deste país não decolava e mandou acabar com tudo, ou quase, privilegiando as "boas estradas" que por aqui existiam e teimam em persistir da mesma forma. Logo, caríssimos, sequer trilhos se tem para que o país volte andar sobre eles. É de rir para não chorar.

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Trinta e cinco partidos depois, a república federativa (dizem) do Brasil ainda busca uma ideologia capaz de, enfim, fazer valer o ideal democrático que a constituição federal de 1988 quis implantar por aqui e até hoje, passados quase três décadas, ainda não conseguiu. Carta Maior que, por acaso, hoje está de aniversário. A cada ano que passa, mais achincalhada por tantos que insistem em em desconsiderar sua existência, quando deveriam ser os primeiros a defendê-la até mesmo (e principalmente) sob tortura. 

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Por sinal, uma tortura tá sendo ler notícias neste país. Só roubalheira e desgraça; Engraçado que não li ainda nas revistas, moralistas e paladinas da ética e boa cultura, uma linha sequer sobre as acusações ao um dos políticos, hoje, mais influentes deste país. 

Cara, estou ficando míope. Mais essa agora.

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Daí, depois de pensar em tudo isso acima, acordei do meu pesadelo. Claro que isso aí tudo é um pesadelo, ou vocês imaginaram que eu em sã consciência haveria de pensar e escrever isso tudo?

Por favor, não deem valor  aos meus devaneios. Principalmente quando eu, eu mesmo e só eu, sequer dou valor a mim mesmo.

Espero sonhar com Pasárgada, na próxima noite. Chega de ser um servo da vida. Lá em Pasárgada, obviamente, eu sou amigo do Rei. Tô só pela sombra e água fresca.

Boa semana a todos.

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