terça-feira, 2 de julho de 2019

Baile da geada.

Certa feita e, salvo engano, há dias de completar uma década, comprei um carro zero quilômetro e busquei o mesmo numa quarta-feira. Momento ímpar, afinal, quem nunca sonhou em ter um carro zero, buscar na concessionária, tirar foto e etc. Pois é. Com o passar do tempo a gente vai mudando de perspectivas e vai sonhando com outras vitórias. No meu caso é assim ao menos.

Peguei o carro na quarta-feira, já trabalhei com ele na quinta e sexta-feira e no sábado fui tocar baile. Foi no antigo galpão do CTG Gaudérios da Saudade, em Estância Velha, ainda ás margens da BR 116. Era uma noite fria e foi de se admirar ainda ter dado todo aquele povo no fandango. Quando era próximo as 4h da madrugada, gélida por sinal, o baile já havia acabado, equipamento sendo desmontado e ao ir na rua meu carro novinho, preto por uma escolha infeliz (repeti a infelicidade pelo menos mais duas vezes), estava branco de geada. De não se enxergar nada tamanha quantidade de gelo acumulado no para brisa.

Óbvio que a tristeza me assolou, afinal, o carro era novinho em folha. Mas depois a gente repensa e, com filho pequeno, resguardar a integridade do carro nem sempre é uma alternativa viável.

Introduzi para lembrar uma passagem minha pelos bailes da vida e para relatar que aquilo era um mês de julho. O ano era 2009.

Pois estamos agora, tempo depois, ante a mais um frio mais forte que se avizinha, talvez com neve nas serras gaúcha e catarinense. Alguma hora não neva. Nevasca mesmo, talvez há uns 30 anos. O clima, acredito, é cíclico. Nem mesmo a Europa batendo recordes de temperaturas altas me assusta tanto assim. Pode demorar décadas para acontecer novamente. Ou nunca mais aparecer.

Mas vem frio por aí e eu já nem sei se to tão pronto assim.

Tocar baile com a geada pingando no salão de zinco?

Não sei. 

Mas estou disposto a arriscar mais um baile da geada.

Boa semana a todos. 

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