quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Três anos sem o mestre

Quem me acompanha por aqui, sabe que valorizo e lamento muito as perdas na nossa música gaúcha (e brasileira, mundial, qual seja). Os grandes artistas morrem e com o passar do tempo nós vamos deixando cair no esquecimento. Eu mesmo me assustei quando escrevi a publicação fazendo referência aos 5 anos do falecimento de Rui Biriva (ano que vem faz 10 anos - pasmem) ou do grande José Cláudio Machado que em 2021 completa uma década também.  O tempo voa.

Toda a perda é irreparável e insubstituível. Quando é de um artista, além da pessoa perdemos a relação com seu talento.

Enfim.

Hoje faz 3 anos que faleceu o grande mestre da gaita gaúcha Adelar Bertussi.

Lembro como se fosse hoje, estava eu em São Chico trabalhando quando fui sacudido com a informação da manhã do sábado.

Uma perda, sem dúvida alguma, irremediável.

Quem bom que sua música Bertussi, entretanto, segue no compasso fandangueiro de todos os grupos bons de baile.

É um legado que nunca acaba.

Fazes falta, mestre Adelar.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Música gaúcha e teatro

Nossa música regional, em que pese os acordes que buscam em verdade mostrar o quão bela é nossa simplicidade, nunca esteve longe dos grandes salões e das casas de grandes espetáculos. A música nativista, aliás, é bastante presente inclusive em teatros do Brasil inteiro.

E a música fandangueira, entra no teatro?

Pois Os Serranos estarão no Theatro São Pedro, domingo, mostrando que o fandango pode sim, estar num dos ambientes mais refinados da cultura e da arte. 

Não há limite para a boa cultura e a música feita com qualidade e excelência.

Parabéns, Os Serranos!

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O grupo Som do Sul, de músicos egressos de Os Serranos, também faz live nesse final de semana. Será sábado, às 20h, nos canais do grupo - diretamente do Vale dos Vinhedos, na nossa Serra Gaúcha.

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Neste final de semana tem a final do Freio de Ouro, no parque Assis Brasil, em Esteio, dentro do projeto inédito da Expointer vistual.

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Domingo, dá-se início a mais um processo eleitoral no Brasil, que visa definir aqueles que irão administrar municípios e definir os legislativos municipais.

Apesar dos pesares, a verdade é que o clima para campanha está bem morno, mas o clima das campanhas está quente.

Projeto para as cidades ou projeto de poder?

Bom final de semana a todos.

domingo, 20 de setembro de 2020

Gente que não perde o tutano e garra

Todo santo ano é a mesma coisa. Alguns intelectuais com a conversa de que não entendem porque comemoramos uma guerra perdida, que deveríamos ter vergonha de alguns episódios e que isso e aquilo outro. Agora, que as pessoas estão mais por casa (ou deveriam - ao menos), aflorou-se a questão novamente. 

Troço chato.

Vou me repetir e não gastar muito a minha beleza. Trago novamente o que por aqui publiquei em 20 de setembro de 2012, para não deixar margem alguma do que penso:

Os que tem tutano e garra

Quando o General Bento Gonçalves da Silva tomou as rédeas da República Riograndense, depois da proclamação proferida pelo destemido General Antônio de Souza Netto, estava ali estabelecido o principal ato da nossa Revolução Farroupilha. Denota-se que tal fato ocorrera em 11 de Setembro de 1836. Logo, por este aspecto, a data a ser comemorada seria esta e não o 20 de Setembro, quando iniciou-se a Revolução (há, inclusive, discussão nesse sentido). Todavia, penso que o nosso 20 de Setembro já é data calcificada nos ditames de nossa história, haja vista que ali, há cento e setenta e sete anos atrás, ecoava o grito de liberdade, de respeito aos nossos patrícios e a nação do Sul do país. Ali, não se discutia o anseio de alguns, mas sim, de muitos, de uma maioria peleadora que já estava cansada do cabresto que tentavam nos impor. A nossa história é manchada de sangue? Sim. Mas também de suor, lágrima e fundamento. O sangue escorrido foi dos brados combatentes que ousaram se rebelar à tirania imperial. E o resultado da guerra veio forjado pela nossa liberdade.
De lá para cá viemos aos poucos enaltecendo a nossa tradição farrapa. Para os que pensam que somente “ontem” passamos a valorizar o que é nosso, no mínimo é um alienado. Ou, deve viver a história dos outros. Virtude, Gaúchos e Gaúchas, é algo que deve estar impregnado entre nós. Os que andam por aí, de boca em boca, minimizando o que é nosso, sequer sabe o significado de virtude. E aqui, não peço que ninguém passe a utilizar bombacha ou um lenço no pescoço para provar que é gaúcho. Basta saber que não foi à toa que muitos dos nossos pelearam por quase uma década. Se hoje temos o respeito dos de fora, é porque ontem alguém doou sua vida em prol de um objetivo e de um legado que paira em nossas consciências. Senhoras e senhores, que os nossos Farrapos não tenham peleado e morrido em vão.  
Quando digo que até hoje cultivo os ideais separatistas, é porque tenho a certeza de que o nosso povo, por si só, é capaz de conduzir a sua nação. Nós nascemos para viver em liberdade, para cultivarmos a nossa própria cultura e história, eis que sabemos da onde viemos e para onde queremos ir. Hoje, neste dia 20 de Setembro, encho-me de orgulho para dizer que SOU GAÚCHO. Um dia antes e um depois, mantive e manterei o mesmo sentimento. Aqui no Rio Grande, trazemos com altivez e na ponta dos cascos a nossa história de luta. A data de 20 de Setembro é um símbolo de uma história que a cada dia se constrói em cima da peleia de outrora. Serve para relembrarmos Bento, Netto, Corte Real, Garibaldi, Anita, os Lanceiros Negros, eu, você, enfim, nós os Gaúchos que construíram e que constroem essa história. Esses são os GAÚCHOS, povo de brio, valor e essência. São esses os que tem tutano e garra.
 
Viva o Rio Grande e todo o nosso povo.
Que baita orgulho Tchê, ter nascido Gaúcho. Uma marca que nunca se apaga! 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Drive-in

E as novidades para a música gaúcha, que começaram com as lives, ganham um novo incremento: o show drive-in.

Muitos grupos da nossa música gaúcha, agora ao longo do mês farroupilha, irão tocar bailes com as pessoas assistindo de seus veículos, algo que pelo que sei no Brasil foi apresentado pela música sertaneja e aqui em Porto Alegre foi já realizado pela dupla Cesar Oliveira e Rogério Melo.

Evolução sem modismo. É a adaptação aos tempos de hoje.

Mas será que já não se poderia estar pensando na volta dos fandangos?

Pergunta, apenas, sem discursos inflamados a favor ou contra, por favor.

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Na próxima quarta-feira encerra-se o período para a realização de convenções partidárias em prol da eleição municipal de 2020 que, neste corrente, se dará em 15/11.

Não sei se isso é uma boa ou má notícia, enfim.

Por falar em drive-in, serão realizados comícios nesta modalidade?

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Saudade duma boa campanha eleitoral!

Mas já passou.

Hehehe

Boa semana a todos.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Dia da Pátria

Obviamente este ano as comemorações do 7 de setembro tem um quê de decepção pela situação da pandemia, que inibe aglomerações (ou deveria).

Mas é certo também que o brasileiro, e vai tempo isso, perdeu seu patriotismo, se é que algum dia efetivamente o teve. Somos mais patriotas em tempos de Copa do Mundo que nas comemorações decorrentes da pátria. 

E isso mostra muito do porque o Brasil parece que nunca toma ruma.

Aqui no Rio Grande somos muito mais altivos pelo nosso gauchismo, do que pelo 'brasileirismo'. Setembro é o mês farroupilha e não o mês da pátria. 

7 de setembro é muito mais um feriado do que um dia de dedicação à pátria.

E isso se reflete, enfim, na hora do voto. O brasileiro, de regra, e despreocupado inclusive com aquilo que é seu.

Onde vamos parar?

Não sei. Mas que Deus nos ajude.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Descolorido

Veja-se que numa situação normal, este primeiro post de setembro estaria enaltecendo a entrada de mais um mês farroupilha, da valorização da nossa cultura e da nossa história, numa chama que nunca se apagar.

Mas não vivemos uma situação normal.

Estaríamos falando dos Acampamentos que já estariam sendo montados, quer o da Capital, já com muita história, ou aqueles pelas cidades bem gaúchas espalhadas pelo Rio Grande e além fronteiras e, por aqui, o Acampamento de Sapiranga que tem sido o maior e bem organizado da região.

Mas não vivemos uma situação normal.

Com isso, a verdade que o mês de Setembro este ano estará descolorido. 

Sem a fumaceira, sem luzes de palco, sem lenços tremulando, sem a bandeira erguida em cada piquete.

Sei que a situação é anormal.

Mas que este mundo descolorido não prevaleça.

Viva o mês farroupilha! 

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FANDANGUEANDO COM OS MIRINS

Domingo, às 19h, tem a segunda live do conjunto OS MIRINS. Expectativa pela participação do mestre Albino Manique.


Bom final de semana a todos.