sábado, 26 de fevereiro de 2022

Carnaval: sim ou não?

 Há uma dúvida que paira no ar no tocante ao carnaval, pois o mundo ainda padece das mazelas da pandemia e o Brasil ainda mais. Então, não convém ter carnaval, correto? Pois então... Ao certo é que desfiles tradicionais foram transferidos para outras datas e os clubes talvez devessem absorver tal postura.

Mas a verdade é que eu nunca fui a melhor pessoa para falar de carnaval e, então, talvez não devesse dar palpite agora.

De regra, como nos anos anteriores, tentarei fazer o mínimo de esforço possível neste carnaval e isso não é demérito do evento, mas apenas uma opção mesmo. O livre arbítrio está aí para que possamos, na maioria das vezes, optar por aquilo que julgarmos mais conveniente às nossas vidas. Ao menos de vez em quando...

Não mais critico quem gosta de carnaval e até estimulo.

Mas não neste momento, em que ainda precisamos mais cuidar do próximo além da gente mesmo.

Logo, para não dizerem que fiquei em cima do muro, não, não deveria ter eventos de carnaval. Assim como alguns outros de massa. Porém, não me alongarei no tema.

Cada um que faça o que julgar melhor para sua vida. Não colocando a do outro em risco...


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Na próxima volta por aqui já será março e, com isso, parece que não haverá mais desculpa para ter que levar a vida por diante, ainda que na marra.


Bom feriado (para quem tem) a todos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Distrações

 Enquanto o mundo se distrai com a bronca entre Rússia e Ucrânia, e sobre isso apenas digo que não há inocentes; o Brasil com alguma futilidade qualquer e sem enfrentar os problemas reais - por exemplo, o café terá um novo aumento e é um dos principais produtos da mesa do brasileiro; o Rio Grande do Sul se o governador vai trocar mesmo de partido para satisfação do seu ego de ser candidato à presidência da República...

Mas quando se enfrenta o problema mesmo?

Minha preocupação é com meu estado, por óbvio. Aqui a seca que castiga todo o território já decretou emergência de mais de 400 cidades. Pois é: 400. E mesmo sabedores que esses ciclos de intempéries climáticas são bastante comuns por aqui, ainda não temos um plano fixo de contingência. Algo que deveria estar acima deste ou daquele partido no governo. Um manual escrito de quais ações tomar lá quando surge a hipótese de seca (ou de chuvas em excesso) para, se não impedir já que contra a natureza na maioria das vezes não há combate eficaz, ao menos minimizar as consequências.

Mas não. Temos que respeitar o governador que quer ser presidente pela porta dos fundos. Isso é mais importante pelo visto. Assim como, para o judiciário que só se preocupa consigo mesmo, dar abono salarial para os juízes cumprirem com o seu papel. Ahhh mas tem acumulo de trabalho... Não teriam se as audiências fossem marcadas e a preguiça e a má vontade não imperasse. Também tá na hora de parar de abarrotar de estagiários...

Enfim, de regra falta bom senso da maioria dos governantes e dos poderes do estado e da nação. Foca-se em coisas que não representam os anseios da coletividade e se coloca a culpa, na maioria das vezes nas vítimas. Ou em meros interlocutores.

Falta foco. Chega de distrações!

Ao certo é que estamos recém em fevereiro e, da minha parte ao menos, já espero pouco ou quase nada de evolução em matéria de Estado, País...

E a pandemia segue aí...

Que a chuvinha abençoada de hoje ganhe um pouco mais de força.


Boa semana a todos.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Outras da música gaúcha

 Pelo visto muitas notícias irão surgir daqui para frente sobre novidades nos conjuntos musicais gaúchos. Sempre há uma dança de cadeiras, mas agora a circunstância é mais pontual, tendo em vista que algumas bandas, enfim, estão retomando suas atividades e trazendo, algumas delas, grandes novidades. Vejamos:

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OS 4 GAUDÉRIOS

O grupo de Erechim anunciou seu retorno aos palcos a partir de abril deste ano. A surpresa, quando da apresentação da nova formação, é a presença de Gilmar da Rosa, o Parentte - grande cantor com passagens marcantes pelo Grupo Rodeio e Os Mateadores:



Lembrando que, recentemente, Parentte deixou o grupo Os Mateadores para tocar seu próprio projeto, o grupo "Marca Touro".

De qualquer sorte, ganham ambos e principalmente a música gaúcha com esta união.

Sucesso a Os 4 Gaudérios.

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LOMBA GRANDE

Sociedade Gaúcha de Lomba Grande, em Novo Hamburgo, anuncia volta às atividades para dia 15/03.

Fandango com animação de Os Serranos.

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GAROTOS DE OURO

Complementando o Chasque passado: MAIKEL FERNANDO, com passagens por Os Mirins, João Luiz Corrêa, Tchê Garotos e outros, é o NOVO VOCALISTA do grupo Garotos de Ouro.

Sucesso!

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CAZUZA FERREIRA

Tem Festa Campeira no CTG Adão Castilhos, na velha Cazuza Ferreira (São Francisco de Paula/RS) de guerra.

Com direito a fandango de fundamento, amanhã (sábado), com animação de Zezinho e Grupo Floreio.

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VOLNEI GOMES

O cantor e campeiro aquerenciado em São Francisco de Paula, em comemoração aos 10 anos de carreira solo, lançou nova marca e promete ainda mais novidades para a sequência.


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DESGARRADOS DA QUERÊNCIA

Com 32 anos de história completados agora em janeiro, o CTG Desgarrados da Querência, de Sapiranga, prepara um grandioso fandango de aniversário.

Será dia 05 de março com animação de Os Monarcas.


E seguimos por diante...

Abraço e bom final de semana.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

A coisa anda osca

 Meu povo a coisa anda osca. Falo-lhes do que viraram as redes sociais, cada um puxando pra um lado em suas opiniões, tipo um cabo de guerra. Todos querem ter razão e para isso compram brigas sem solução e banais. 

A verdade é que quase ninguém tem razão.

Quando surgiram as redes sociais tinham a perspectiva de aproximar as pessoas, fazer com que talvez percorrêssemos o mundo sem sair do sofá da sala de casa. Mas, com o passar do tempo, virou voz daqueles que nunca tiveram. Não falo de classe social ou gênero, mas de pessoas que nasceram para ser coadjuvantes mesmo, porém, por detrás duma tela de computador, passaram a escrever tudo que é tipo de coisa, despejar tudo que tinham no baú da mente. E de forma muito confortável e conveniente, afinal, bastava apagar se a reação fosse muito ruim ou se alguém alertasse se tratar de uma imensa bobagem.

Ainda assim, eram caos pontuais. Não mais agora, entretanto.

Decidiu-se que rede social virou palanque político. Aliás, nem dá para chamar assim. Ora, eu nasci e cresci às voltas de palanques políticos e o que se vê agora nem é discussão em torno de política, a melhor ou pior para o povo, país, estado e cidade; é fanatismo mesmo. Deliberado e burro.

Fanatismo deliberado e burro.

O que mais me assusta é que pessoas reconhecidas pela sociedade, sóbrias (a princípio) e polidas, respeitadas - ademais, também estão caindo nas armadilhas do divergir tolo das redes sociais, que a lugar algum levam, na maioria das vezes.

A coisa anda osca.

Isso, pois, aí pessoas que têm opiniões, quase sempre relevantes, passam a não mais abrir suas bocas. Afinal, quem é minimamente inteligente logo pensa: pra quê meter a mão num ninho de vespa de forma gratuita?

Com isso, os problemas da sociedade não são encarados da forma como deveriam. Discutidos e debatidos como deveriam. 

O que resta é uma briga de egos, opiniões desconexadas, desinformação e tolice. Quase sempre, sem generalismos, obviamente.

Mas que a coisa anda osca, isso anda. E qual nosso futuro?


Boa semana a todos.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Levanta Bugio

Não é segredo pra ninguém a minha predileção por bugios e, não raro, estou buscando gravações do ritmo gaúcho e serrano no YouTube. Mas sei também que o bugio não é mais tão comum em festivais afora o Ronco do Bugio, em São Francisco de Paula e no Querência do Bugio em São Francisco de Assis. Duas São Chico em prol do bugio!

Inclusive não vai muito falei com meu compadre e parceiro Cirilo Barcellos sobre mandar alguns bugios para outros festivais, para fomentar um pouco o ritmo e também sair do mais do mesmo (milonga, chamarra e etc).

Aí, pediu a palavra o grande Léo Ribeiro de Souza, reconhecido poeta, compositor, desenhista (um artista coompleto!) e eu vou me arriscar compartilhar do seu tratado, mesmo porque compartilho de sua ideia com afinco:



"SOU PARCEIRO NESTA EMPREITADA - Léo Ribeiro

Sim. O bugio é gaúcho, mas está virando lembrança, pois não se ouve mais seu ronco nos bailes, festivais, rádios e matas deste Rio Grande.

Nos bailes, com exceção de poucos grupos mais autênticos, só se toca vaneira. Nos festivais, a milonga dá o tom. Nas rádios, a moda é a sofrência. Nas matas, o ronco é o da motosserra.

O bugio é o único ritmo criado em nossa terra gaúcha pouco importando sua nascente e qualquer debate a respeito serve somente para alimentar o folclore. O bugio é de Paula, é de Assis, é do Rio Grande do Sul.

O forró e o repente nordestino se transformaram em Patrimônios Imateriais do Brasil. E nós, o que temos feito, de maneira oficial, no sentido de resguardar este compasso genuíno, ou seja, o bugio?

Felizmente começa um movimento neste sentido. Posteriormente traremos mais detalhes de cidades e pessoas envolvidas mas a iniciativa na busca deste reconhecimento, ao menos a nível estadual, já é um ponto positivo neste amplo e árduo processo.

Sou um soldado de mosquetão carregado até as goelas, nesta trincheira de preservação do que é 
nosso."

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Reforço aqui as palavras do grande Léo Ribeiro.

Mas não é só nos festivais que estão faltando bugios. Nos fandangos e nos discos dos nossos músicos o ritmo também anda minguando.

É de se deixar registrado que o povo gaúcho, catarinense, paranaense e brasileiro, enfim, também gosta de dançar e ouvir bugio. Não é só de vaneira que se vive.

Portanto, aqui também tem um soldado nesta trincheira!

O Bugio não tá morto, levanta Bugio!

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TCHÊ AGENDA:

- Neste final de semana tem o 42º Rodeio Nacional do CTG Manotaço, de Gramado/RS. Na programação, bailes com JJSV e grupo Bailaço;

- Sábado, no CTG Pedro Serrano (Sapiranga/Araricá), tem fandango com Moisés Oliveira e grupo Vozes do Campo.

 

E se bamo...
Abraço e bom final de semana a todos.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Primeiro chasque

 Tá certo que aqui pelo Rio Grande os meses de fevereiro eram reservados para rodeios e, com isso, os CTG's acabavam ganhando justificativa para não voltarem com suas programações antes do mês de março. Diante da pandemia, todavia, já não sei se esse é o motivo ou aquele, o mais tradicional.

Ao certo é que muitos rodeios acabaram sendo cancelados diante da nova variante e o aumento considerável de casos. Dentre eles, inclusive, o mais famoso do RS: Vacaria.

Torcemos para que ao longo do ano a coisa se ajeite e os fandangos possam continuar acontecendo.

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Mateus Menin, agora confirmado pelo próprio oficialmente, não é mais vocalista dos Garotos de Ouro.

Não há ainda informação por parte da nova administração da banda acerca do novo cantor.

Lembrando que, recentemente, o eterno grupo de Cruz Alta foi vendido para um grupo empresarial de Santa Catarina.

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EXTRA OFICIAL: o cantor Mateus Menin estaria assumindo os vocais do grupo Talagaço, em substituição ao cantor Jonathan Pacheco que deixou os palcos dias atrás.

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Continuo afirmando que tem muita banda que não mais voltará a tocar; pandemia apenas escancarou crises e colocou pontos finais forçados. 

Inclusive grupos tradicionais e famosos da nossa música gaúcha.

Uma pena.

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Primeira sugestão fonográfica do ano: novo disco do Grupo Matizes.

Um belo trabalho que trás releituras de grandes músicas que foram sucesso nas décadas de 80 e 90, principalmente da 90.

E o melhor: está todo disponível no YouTube.

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Pro primeiro Chasque tá bom, né?

Forte abraço a todos.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Há uma década (fevereiro)

 Há uma década no Blog do Campeiro é uma seção que deveria ter começado aqui já em 2020, mas  acabou ficando para 2021. Fez sucesso e seguirá em 2022. Assim, uma vez a cada mês, trarei uma publicação do mês que estamos só que há 10 anos atrás.


Vamos ver o que mudou no meu pensamento de lá pra cá, na vida de todos nós, além de curiosidades e lembranças.


Se bandiamo:


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A filosofia dos sentimentos (03/02/2012)

Eis aqui um cidadão que aprendeu a gostar do mar. Ou melhor, na realidade, do mar eu sempre gostei, o que nunca me atraiu muito foi a praia em si. Mudei de idéia e acho que até já falei disso. As pessoas mudam, evoluem, passam a pensar diferente com o tempo, enfim, coisas da vida. Aliás, diga-se de passagem, expressão bastante usada por mim neste novo ano, esta da frase anterior. Como eu ia dizendo, as pessoas mudam com o andejar dos dias e o passar das horas. No mundo atual, uma hora já é o suficiente para alterarmos tudo em nossa vida. Mas isso é detalhe. Voltando novamente, todos por aqui conhecem a minha ligação forte com São Chico de Paula. Amo a minha terra e estufo o peito pra cantar a minha gente. No entanto, escolhi Novo Hamburgo pra dar prosseguimento a minha vida. Gosto daqui e aqui é o meu lugar.
A minha preferência pela serra, aí, resta bastante esclarecida com o reforço das minhas origens. Eu sou fruto dos campos dobrados da serra, onde o ar é mais puro e os verdes destes campos são mais verdes. Com o perdão das redundâncias. Me criei no pago serrano e a praia era apenas um divertimento de alguns dias em um curto espaço de tempo. No más, era São Chico e pronto. Não deixei de gostar da serra nem passei a retrucar a preferência. Aprendi, sim, foi a ver a praia com outros olhos. Se o pago serrano tem o velho e buenacho minuano, a praia tem aquela brisa com cheiro de mar que é capaz de aternurar até o índio mais esgualepado. Até mesmo o tão criticado nordestão tem suas qualidades. E por aí vai.
Por fim, recordo-me que dia desses escrevi um texto falando sobre a casa de praia. No ano que passou, creio. Lembrando deste, pode-se parecer até que estou fazendo aqui uma repetição, requentando assunto; o que não procede. Na verdade, trato agora de uma questão sentimental. Da evolução de minha vida que passou a considerar a praia tal como a serra, assim como São Chico e “Nóia City”. Nesta vida que é guapa, porém que não dura muito, às escolhas só devem ser tomadas em prol de algo específico, quando as opções são contraditórias. Quem disse que não posso conviver com o minuano e a brisa do mar? Ao mesmo tempo parece difícil, logicamente, mas a convivência existe.
Assim, nos tempos de hoje em dia, com o calor que faz lá fora e o cansaço que já me atinge, momentos para juntar os cacos do corpo e reagrupar as idéias da alma são fundamentais. Por isso que na próxima semana eu parto para esse retiro de reencontro. (Risos) Nada como um bom toque de filosofia, quase que barata, para se anunciar que se está saindo de férias. Diria folga, na verdade. Sei que o minuano me espera e a brisa do mar então... Nem se fala!

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Minha relação com a praia ficou cada vez mais forte. Não deixo São Chico para trás, mas meu coração tem balançado cada vez mais pro lado do mar.

Forte abraço e bom final de semana a todos.