terça-feira, 29 de março de 2022

Falhas e ausências

 É chato repetir temáticas, seja aqui ou qualquer lugar. Mas a verdade é que nos últimos dias tenho pensado muito nas minhas falhas e ausências:


- Um dia a pastelaria perto de casa passou a cobrar R$ 30 no meu pastel preferido, calabresa com queijo. Me irritei, mas nem tanto: apenas deixei de comprar no estabelecimento;

- Um dia o preço do botijão de gás passou de R$ 100; Me irritei, mas nem tanto: quando morava no condomínio quase não usava e era obrigado a pagar mais que isso ao longo no ano;

- Um dia o valor da picanha passou dos R$ 70, o kg; Me irritei, mas nem tanto: nunca comi picanha mais que uma vez ao ano mesmo;

- Um dia a gasolina chegou nos R$ 7, o litro; Me irritei, mas nem tanto: fazer o que se preciso andar de carro todo dia...

Mas esta conta obviamente que logo não ia mais fechar.


- A pastelaria até já fechou e eu não comi mais pastel;

- Estando mais em casa estamos usando no mínimo dois botijões de gás por ano e o custo com isso, logo, dobrou;

- Sigo sem comer picanha, mas o vazio que na essência é quase carne de segunda em alguns lugares beira os R$ 50, o kg. Efeito cascata;

- Gasto hoje com gasolina mensalmente o que gastava há anos atrás fazendo 5 mil km por mês; só que agora mal faço metade disso e meu carro é mais econômico!


E o pior é que venho assistindo a isso de forma passiva, não reclamo, finjo que o país está às mil maravilhas e imponho à mente que o problema deve estar em mim mesmo.

Ignorância! Estou apenas sobrevivendo.


Enfim, minhas falhas e ausências...

Boa semana a todos.

 

segunda-feira, 21 de março de 2022

Há uma década (março)

 Há uma década no Blog do Campeiro é uma seção que deveria ter começado aqui já em 2020, mas acabou ficando para 2021. Fez sucesso e seguirá em 2022. Assim, uma vez a cada mês, trarei uma publicação do mês que estamos só que há 10 anos atrás.

Vamos ver o que mudou no meu pensamento de lá pra cá, na vida de todos nós, além de curiosidades e lembranças.


Se bandiamo:

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Quando a saudade aperta os cascos (23/03/2012)

Corre o “ditado” de que uma vez músico, sempre músico. Acho que é por aí mesmo. Ainda que eu me manifeste acerca do encerramento de minha carreira a alguns patrícios e que, na prática, esteja guinando para tal, tenho ciência de que uma vez músico, sempre assim o serei. Me arrepio só de assistir alguns vídeos na internet: Adelar Bertussi dando Oh de casa, Os Monarcas com o velho e bom tranco de sempre, Os Serranos que tem orgulho de serem do Rio Grande, a nostalgia da saudade com Rui Biriva, Leonardo e o grande Zé Cláudio. Serei sempre o Campeiro, isso é indiscutível. Se hoje, afinal, estou sendo cada vez mais o Bruno Costa, o velho Campeiro sempre estará junto comigo. Isso porque tenho orgulho do que fiz pela nossa música e pela tradição. Embora não tenha a petulância de me taxar de tradicionalista sei, ao meu modo, preservar e enaltecer aquilo que é nosso.
Coincidência, ou não, no último dia 11 voltei a subir num palco. Até então, já havia se passados exatos nove meses desde que havia “deixado” a música. O fatídico 11 de junho de 2011 já não povoava mais a minha cabeça. O engraçado é que no palco do CTG Palanques da Tradição, em Campo Bom, tinha a impressão de que aquele baile se tratava de uma despedida. Quem sabe um até breve. O que não diminui, todavia, a surpresa da decisão que me retirou do cenário musical. Lamento não ser tratado com o mesmo respeito que sempre tratei as pessoas. Mas bola para frente. Já pensei em voltar. Por vezes, tive a certeza que assim o faria. Hoje, não é que mudei de opinião, apenas, resolvi trilhar o meu caminho por outros rastros. O que não quer dizer que não posso vir a mudar de idéia. Um bom músico sabe qual é o resultado prático quando a saudade aperta os cascos.
Tive excelentes momentos com a música. Fiz grandes amigos. Citar todos seria até covardia de minha parte. Que saudade das domingueiras lá em São Chico, dos bailes no Essência, daquela noite gelada na Cazuza, das boas histórias do Juliano, da parceria com meu compadre Cirilo, da lealdade do Airton e da amizade do São Borja. Enfim, a música reserva um grande espaço fraterno dentro do meu peito. Quis o destino me “afastar” dos palcos. Coisas da vida, afinal. No entanto, da música nunca me afastarei, serei sempre o Campeiro. Hoje eu continuo sendo o Campeiro. Por aqui, sigo escrevendo umas linhas de vez ‘enquando’, sem jamais deixar de lado o lugar da onde venho. Este texto até pode ser um texto de despedida, ou não. Quem sabe é pura reflexão. Aliás, esta saudade que invade o meu peito ta me apertando os cascos! Que fazer então vivente?

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A saudade segue apertando os cascos. Mas quanto mais o tempo passa, menos sei se um dia voltarei aos palcos como outrora.

Forte abraço a todos e uma boa semana.

sábado, 19 de março de 2022

Santo Fole na Fazenda Bertussi

 O maior fenômeno da música gaúcha atualmente é o Canal Santo Fole, já elogiado aqui muitas vezes. Além de trazer divertimento com sátiras e paródias, o condutor e grande gaiteiro Paulinho Pezak ainda vêm fomentando a nossa cultura. A cada segunda-feira recebe em seu estúdio algum músico ou grupo gaúcho para que este possa divulgar o seu trabalho.

Na próxima segunda-feira (21), todavia, será um pouco diferente: desta vez será o Paulinho e o Santo Fole que irão até os músicos. Precisamente, Gilney Bertussi e Os Bertussi, num programa ao vivo e direto da Fazenda Bertussi, em São Jorge da Mulada, distrito de Criúva, hoje Caxias do Sul/RS.

A Fazenda Bertussi tem tanta história pra contar quanto a música Bertussi e o herdeiro Gilney.

Será um dos grandes momentos da nossa música neste ano de 2022.

Assistam o Canal do Santo Fole!

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Cria do Alegrete, Deividi Zacarias é o novo cantor do grupo Os Monarcas.

Lembrando que ele entra na vaga deixada por Bacudo, que resolveu voltar a morar nos EUA.

O músico alegretense é também guitarrista e dará uma mão ao grande João Argenir dos Santos.

Sucesso a todos!

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Hoje tem baile com Volnei Gomes e grupo Cantando o Rio Grande, em São Chico. Informações na página do facebook do cantor.

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Fibra Galponeira, composição de Eron Carvalho e Sérgio Rosa, é a nova música de trabalho do grupo Os 4 Gaudérios, de Erechim; já na voz do novo vocalista, o Parentte.

Lembrando que Os 4 Gaudérios anunciam retomada aos palcos a partir do mês de abril.

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Sociedade Gaúcha de Lomba Grande voltou na semana que passou, com grande baile com Os Serranos; todavia, não anunciou a próxima data de fandango.

Ao certo que a tendência é que bailes todas as terças-feira, como historicamente sempre foi, não devemos mais ter.


E é isso por hoje.

Bom final de semana a todos.

quarta-feira, 16 de março de 2022

Arthur vai atrás do sonho

 

A falta de felicidade das pessoas geralmente tem a ver com sonhos que não foram realizados. Ou porque a vida lhe impôs outros caminhos, ou porque faltou coragem para ir atrás ou por muitas coisas, já que a vida de cada um é responsabilidade de si mesmo.

Meu irmão Arthur sempre quis embora do Brasil, ideia cada vez mais lógica, vamos combinar. Há algum tempo definiu a Austrália como seu destino e desde então, momento algum, deixou de buscar alternativa para realizar seu sonho.

Veio a pandemia que arrefeceu, retardou,
mas não suprimiu o desejo.

Pois, hoje, aos dezesseis dias do mês de março do ano de 2022, Arthur embarca num avião, cruzará um oceano e um continente e lá por sexta-feira, 18, chegará na Austrália, seu destino.

Dizem que a vida sempre nos dá a oportunidade de começar de novo. Penso que a vida do Arthur começará, efetivamente, agora.

E se algum dia ele teve em mim exemplo de algo ou de perspectiva de vida, isso não valeu de nada.

O exemplo efetivo dentro da família é dele que não só sonhou como teve a coragem de ir atrás de realizar seu sonho.

E que orgulho eu tenho do meu irmão mais novo. Meu irmão mais novo que realmente é o orgulho da família. Que teve a coragem que eu não tive...

Segue sonhando e seja feliz, Arthur! Coragem sempre!

Quanto orgulho eu tenho de ti. Sorte e sucesso nesta nova vida, vai atrás do teu sonho e viva ele intensamente.

Sei que vai valer a pena... Te amo!

sábado, 12 de março de 2022

Dizer o que?

 Aumento absurdo dos combustíveis; do café, do óleo de soja; do custo de vida da povo que praticamente só trabalha para comer e para conseguir se deslocar até o trabalho.

Ninguém vive, apenas sobrevive.

Contudo, a população segue inerte, pacífica e dormente.

Dizer o que, então?


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Soube que neste ano teremos Festa do Pinhão, em São Francisco de Paula. A ver se confirma mesmo. Prevista para o mês de junho. Local a definir.


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Falando em São Chico, hoje tem inédito baile de Kerb na cidade. Será na Sociedade Cruzeiro, com animação das bandas Toque de Mágica e Banda 10.


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Enfim a chuva e um pouco de refresco na vida do pobre peão. O primeiro do ano.

Então é ficar pelo rancho.


Bom final de semana a todos.

terça-feira, 8 de março de 2022

Sempre flor do campo

 Hoje é o dia internacional da mulher.  Fico pensando em como exaltar e enaltecer a importância das mulheres, sem desmerecer muito nós pobres homens, é claro, mas estando focado única e exclusivamente nelas. Que tal um adjetivo definitivo para elas? O problema é acertar o correto. Nem todas são iguais, nem todas pensam do mesmo jeito e, por fim e infelizmente, nem todas merecem elogio. Mas, enfim, em respeito às merecedoras, destacaria um adjetivo: fibra. 

A mulher, é (redundantemente) uma mulher de fibra. Com o Rio Grande do Sul constando em sua cédula de identidade então, parece que esta condição se propaga, toma maiores proporções. Com todo o respeito às demais.Nós, músicos, muitas vezes tentando acalentar as mulheres com nossas composições, tendemos a perder o prumo quando a relação que nos envolve passa a ganhar forma dentro do canto. Música sobre a mulher tem que falar só dela, do que nos causa admiração e ternura. 

Aqui pelo Rio Grande muito já escreveram sobre as mulheres, alguns com galhardia e outros nem tanto. Hoje, destacaria uma composição de Daltro Bertussi, que como herdeiro do legado é conhecedor da causa, digo no sentido de compor e creio que no de mulher também, sendo “Mulher Gaúcha” defendida e transformada em sucesso por Porca Véia. Diz a letra que a mulher gaúcha “és flor do campo” e que seu encanto é que nos fascina. Perfeito! Uma composição simples que, simplesmente, define com pompa o que representa para nós a mulher. Estendendo o elogio às demais, é claro.

Uma flor do campo nos encanta por sua beleza e odor exóticos. Um cheiro puro e instigante que é capaz de levar qualquer homem à loucura. É nessas horas que a mulher toma as rédeas da relação e faz nós de “gato e sapato” (risos). A sequência do verso, “coração bate quando te vejo, sinto desejo, me dá calor”, vem de encontro, ao meu pensar, do momento em que a mulher nos desperta o instinto animal, o amor, a paixão, quiçá, a loucura. A mulher gaúcha ainda com a sua fibra, nos mostra cada vez mais a sua capacidade de autonomia e independência, dando-nos, ao mesmo tempo, uma sensação de diminuição e vontade de estar junto, participando dessa evolução. 

Afinal, o que seria de nós sem as mulheres? Nada. Nem sequer, aliás, conheceríamos dos bons cheiros da vida, principalmente, do mais puro e exótico: o das flores do campo.

Parabéns a todas nossas mulheres, em especial às da minha vida.

Forte abraço e uma boa semana a todos.

sábado, 5 de março de 2022

Os Monarcas no Desgarrados

 Com 32 anos de história completados agora em janeiro, o CTG Desgarrados da Querência, de Sapiranga, faz hoje um grandioso fandango de aniversário.

Com animação de Os Monarcas.

Eu tenho uma história particular com o CTG Desgarrados da Querência. O primeiro baile do Grupo Fandangueiro, idos de 2008, foi tocado no velho galpão do Desgarrados, ao lado da JCI em Sapiranga. Era uma noite fria de junho, mas foi um fandango em quantia, de casa cheia. Eis uma imagem daquela noite:



Depois voltamos algumas vezes, sempre muito bem recebidos pelo Patrão Enio (que se tornou um bom amigo) e os demais integrantes da patronagem.

Alguns anos atrás a patronagem desmanchou o velho galpão para construir o que seria o maior CTG não só de Sapiranga, mas da região. Projeto muito bonito. Só que ao depender da boa vontade do Poder Público, a coisa estacionou e até hoje a obra não foi iniciada.

Tanto que desde então o Desgarrados usa as dependências do Clube 19 de Julho, da mesma cidade, para promover seus eventos e ensaios das invernadas artísticas.

Vamos torcer para que este grandiosos fandango de aniversário com Os Monarcas seja o pontapé inicial para reconstruir o galpão do CTG.

O Desgarrados da Querência e todo seu povo gaúcho merecem essa glória.


Todos os caminhos nos levam à Sapiranga.

Bom fandango a todos e um abraço xinxado.  


quarta-feira, 2 de março de 2022

Bacudo DEIXA Os Monarcas


 

A notícia mais relevante da música gaúcha neste começo de 2022 é uma que causou bastante surpresa: Bacudo, depois de quase uma década, deixa Os Monarcas.

O grande cantor Jeferson Gamin, o Bacudo, com passagens marcantes por diversos grupos como Renascença, Rodeio, Garotos de Ouro e Sinuelo Pampeano, aportou no elenco d'Os Monarcas em setembro de 2012, há quase uma década, portanto.

Sua chegada foi tão marcante à época, que a publicação de anúncio da mesma feita aqui (em 28/09/2012) é hoje a mais lida da história deste BLOG DO CAMPEIRO, atingindo valor nominal (exclusivo) de 3.110 visualizações.

De lá para cá sua voz ficou marcada em diversos sucessos, como "Perfil Gaúcho", "Quando uma Gaita se Cala", "Loco Véio", "Trote do Alazão", "Cortando Campo" dentre outras.

Pois, agora, Bacudo entendeu por bem voltar a morar nos Estados Unidos e, com isso, deixa os vocais do grupo Os Monarcas, após praticamente uma década de grandes e relevantes serviços prestados.

Não ouve manifestação oficial do grupo Os Monarcas sobre a saída, mas já um novo cantor acompanhando o grupo. Qualquer novidade certamente você encontrará aqui.

Fica, enfim, o lamento pelo fim da parceria de sucesso, mas a vida segue para todos.

Sucesso na nova vida Bacudo e sucesso Os Monarcas.


Forte abraço a todos.