terça-feira, 30 de agosto de 2022

Só São Chico tem!

 É bem verdade que tem coisas que Só São Chico tem mesmo, e o título da música vencedora do 29º Ronco do Bugio detém particular e feliz correlação com todo o espetáculo que vimos no palco do Ronco.

Do sítio da Prefa (com minha edição):

O 29º Ronco do Bugio consagrou seus campeões na noite do último sábado (27) com a casa lotada. “Só São Chico tem!” levou o primeiro lugar e se consagrou o grande vencedor do Festival. Com letra de Paulo Ricardo Costa e Jones Andrei Viera e música de Jones Andrei Vieira e Daniel Silva, a composição narra a história do filho de São Chico que foi em busca de um mundo melhor em outros pagos, e acaba regressando para sua terra quando percebe muitas coisas ele encontra somente em São Chico. “Ao cruzar estes campos floridos a serrana aos olhos me vem, és a flor do jardim a mais bela, debruçada num vão da janela, essas coisas que São Chico tem!”.


Festival também premiou pela primeira vez uma mulher como Melhor Intérprete.

Confira a premiação:

1º Lugar
Só São Chico Tem!
Letra: Paulo Ricardo Costa e Jones Andrei Viera
Música: Jones Andrei Vieira e Daniel Silva
Intérpretes: Daniel Silva e Jones Andrei Vieira

2º Lugar
Respeitem meu canto
Letra: Paulo Moraes Trentin
Musica: Carlos Moller
Intérprete: Lincon Ramos

3º Lugar
Quando o palco se veste de campo
Letra: Paulo Moraes Trentin
Música: Rodrigo Pires
Intérprete: Leandro Ramos

Melhor Instrumentista
Rodrigo Pires
Bugio: Quando o palco se veste de campo

Melhor Intérprete
Maria Alice
Bugio: O gaiteiro tocava um bugio (Érlon Péricles)

Musica mais popular e Ronco da Terra

Bugio: Matizes Serranas (Léo Ribeiro e Bira Reis)
Intérprete: Ariel Reis e grupo Batendo na Marca

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De minha parte, embora não tenha subido ao palco no sábado para defender "Bugio é Bugio", saí me sentindo um vencedor com o calor do aplauso do público e por poder ter ombreado o palco ao lado de grandes músicos.

Minha reverência à: João Sartune, Miguel Leal, Fábio Costa, Cláudio Caberlon e Pepeu Gonçalves. Gigantes!

Por fim, meu agradecimento especial ao meu parceiro de composição e de todas as horas, o compadre Cirilo Barcellos. Um artista de marca maior, que ainda nos brindou com a música "Noites Serranas", uma poesia cantada e musicada que muito nos orgulhou no palco do Ronco do Bugio.

Que o Patrão Velho nos permita em breve estar todos juntos, na mesma peleia, novamente.

Gracias São Chico! Obrigado Ronco do Bugio! 

Boa semana a todos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

29º Ronco do Bugio

 O festival mais autêntico do Rio Grande e do Brasil, o Ronco do Bugio, apresenta a partir de hoje a sua 29ª edição, na velha São Francisco de Paula, salvaguardando o que há de mais autêntico na nossa cultura gaúcha e brasileira através da música que brota na cordeona e no pontear de violão.



Para tanto, segue a programação oficial:



26 de agosto
18h30min ABERTURA OFICIAL
19h COZINHEIROS DO CTG
20h HOMENAGEM A ROGÉRIO DAMASCENO EMERICH
20h30min INSTRUMENTAL GAITA FASE LOCAL
21h FASE LOCAL
23h ISRAEL DA SÓIS
00h VENCEDORES DA NOITE
00h30min BAILE MANOTAÇO

27 de agosto
18h ABERTURA - HOMENGAEM 20 ANOS CORO SFP
18h30min APRESENTAÇÃO INVERNADA CTG RODEIO SERRANO
19h COZINHEIROS DE SÃO CHICO
20h FASE GERAL
23h CESAR OLIVEIRA E ROGERIO MELO
00h30min CAMPEÕES 29° RONCO BUGIO
1h30min BAILE COM YTAMAR E GRUPO ESTÂNCIA

Lembrando que com galhardia, estaremos no palco do Ronco defendendo a composição "BUGIO É BUGIO", em parceria com o compadre Cirilo Barcellos.

Contamos com a torcida de todos.


Vida longa ao Ronco do Bugio!

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Domingo, no CTG Amigos da Tradição, em Santa Maria do Herval, tem a dobrada do ano: Os Monarcas e Os Serranos.

Bom final de semana a todos.


PS.: Infelizmente, soube agora da notícia do falecimento do grande Glênio Fagundes. Ativista da nossa cultura, artista, apresentador e uma grande pessoa. Meu pesar à família e a cultura do Rio Grande.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Ronco do Bugio: patrimônio cultural!

 O legislativo municipal de São Francisco de Paula, em bela iniciativa, aprovou lei que torna o Festival Ronco do Bugio e o ritmo Bugio, patrimônios imateriais e culturais:


Do sítio da Prefeitura Municipal:

"O ritmo Bugio e o Festival Musical Ronco do Bugio foram alçados a patrimônio cultural imaterial de São Francisco através de dois projetos lei enviados pelo Executivo ao Legislativo Municipal, que visam proteger a história e a cultura desses elementos tão tradicionais em São Francisco de Paula. As leis 3733 e 3734 de 3 de agosto de 2022 foram aprovadas por unanimidade pelos Vereadores.

A originalidade tanto do Ritmo quando do Festival foi resguardada através deste reconhecimento patrimonial como um bem tipicamente serrano, sendo ambos elementos potencializadores que fazem com que a comunidade sinta-se orgulhosa ao alimentar e fortalecer a própria identidade do nosso povo.

O ritmo Bugio
O Ritmo do Bugio é um ritmo musical específico que surgiu através do acordeom. Os gaiteiros serranos usavam o jogo de fole, recurso peculiar do acordeom, para destacar e caracterizar o ritmo, que muito se referencia no som marcado que os animais, bugios, produzem nas matas nativas da região dos Campos de Cima da Serra e das Matas dos Pinhais.

O Bugio pode ser considerado patrimônio cultural imaterial do nosso município já que está impregnado na nossa identidade. O gênero musical nos caracteriza como “São Chico – Terra do Bugio e dos grandes gaiteiros” e o reconhecimento popular e a memória social formalizam esse sentimento. O registro histórico aponta que o primeiro Bugio registrado musicalmente, aconteceu em 1956, com “O Casamento da Doralice” com partitura e letra com composição de Os Irmãos Bertussi, músicos de renome da cultura gaúcha e nascidos no nosso território de São Francisco de Paula.

O Festival Ronco do Bugio
O músico, poeta e historiador nascido em São Francisco de Paula, Léo de Souza Ribeiro é quem contextualiza a importância do Festival Ronco do Bugio.“O Festival acontece desde o ano de 1986 quando, sob uma lona de circo, em uma noite gélida no campo do Atlético, o evento aconteceu pela primeira vez. O Festival Ronco do Bugio possui características próprias em sua forma e conteúdo, pois é o único do Brasil onde apenas um ritmo é permitido, ou seja, o Bugio, numa maneira de preservação do compasso oriundo de nossa querência. Na América do Sul algo similar acontece somente na Argentina, em Corrientes, berço do ritmo Chamamé"."

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Com a singela contribuição minha e do Compadre Cirilo Barcellos, que servimos de "modelos" à reportagem. (risos).

Vida longa ao Ronco do Bugio!

Boa semana a todos.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Chasqueando (2)

 Dentre os fandangos de agosto que prenunciam o mês farroupilha que já não mais tarda a chegar, temos muitas opções por toda a região.

Ora vejamos:

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No CTG Sentinela da Tradição, em Ivoti, tem fandango com Os Mateadores. Amanhã (sábado).

No domingo (21), Os Mateadores estarão no CTG Rincão da Amizade, em Gravataí.

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O CTG Galpão Sentinela do Pago, de Sapiranga, também no sábado (20) promove jantar baile de formatura de curso de danças. Animação do fandango é de Moisés Oliveira e grupo Vozes do Campo.

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Igualmente amanhã, tem Baile da Linguiça no CTG Gildo Freitas (Porto Alegre), com Eco do Minuano & Bonitinho.
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No Tchê Pub, em Novo Hamburgo, tem Noite Nativista num show com Marcelo Caminha, no sábado. Ingressos antecipados (limitados) a R$ 25 pila.

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Domingo tem show com Os Quentucho na Festa das Azaléias, em Araricá. A partir das 13h30.


Bom final de semana a todos.


terça-feira, 16 de agosto de 2022

Há uma década (agosto)

 Há uma década no Blog do Campeiro é uma seção que deveria ter começado aqui já em 2020, mas acabou ficando para 2021. Fez sucesso e seguirá em 2022. Assim, uma vez a cada mês, trarei uma publicação do mês que estamos só que há 10 anos atrás.

Vamos ver o que mudou no meu pensamento de lá pra cá, na vida de todos nós, além de curiosidades e lembranças.

Se bandiamo:

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Abandonamos nossa cultura (sexta-feira, 17/08/2012)

Dia desses lia um texto sobre Direitos Humanos e em determinado ponto do mesmo, havia um lecionamento acerca da necessidade de garantir a preservação da cultura de cada povo e de cada indivíduo. No presente caso, tratava de exemplos de refugiados políticos, turistas, imigrantes, enfim, os que ao tomar contato com uma nova realidade, ao mesmo tempo tinham a necessidade de se adequar as condições do novo país, do povo que passariam a fazer parte sem, é claro, abdicar da sua própria cultura e de seus costumes ou religião. Aí entraria o papel dos Direitos Humanos, como instrumento garantidor para determinar que os direitos deste indivíduo sejam preservados. Mas meu assunto hoje não é sobre Direitos Humanos. Uma área ampla e interessante de ser discutida e abordada, porém, não aqui e não hoje. Utilizei o exemplo do que li para traçar um paralelo com a nossa realidade aqui pelo Rio Grande.


Pois bem. A cada sexta-feira que passa, quando abro a coluna da grande amiga Zelita Marina, junto ao Jornal NH, de Novo Hamburgo, me decepciono mais com a quantidade (ou a falta de) de fandangos e eventos tradicionalistas na região. E olha que bem conhecendo a Zelita, sei que ela vai atrás da informação, ou seja, não está faltando espaço para as entidades tradicionalistas, mas sim, que as entidades tradicionalistas promovam eventos. Mal comparando com outros tipos de música, vemos os bailões lotados, com festas todos os finais de semana e muito público. Mas o que está errado? Não há erro se admitirmos que fomos nós, os ditos tradicionalistas (vou fazer uma mea culpa pra não deixar patrício de a pé), que ajudamos a disseminar os bailões. Afastamos o povo dos nossos CTG’s, dado o nosso rompante, mania de grandeza, tentativa de elitizar a cultura gaúcha. Uma lástima. Se o que é belo é a simplicidade da nossa cultura gaúcha, porque transformar os CTG’s em clubes de luxo?

Utilizei o bailão mas podia ter dado qualquer outro exemplo. Que fique claro, não tenho nada contra aos bailões. Já fui em alguns e me diverti (pouco é verdade, mas fui). Poderia falar de uma danceteria, ou da moda do sertanejo universitário. Aliás, a música gaúcha perder até pra sertanejo universitário é algo constrangedor e preocupante. Que não me venham falar da mídia, que propaga a cultura dos outros e não a nossa. Nós mesmo abandonamos a nossa cultura. Nós, de dentro pra fora. O que é do Rio Grande é coisa simples e o CTG deveria ser a segunda casa de cada gaúcho e gaúcha deste mundão sem fronteira. Mas não é. O CTG é a casa de uma minoria, dos mesmos de sempre, daqueles que almejam “status” social. Status num CTG é o fim da picada! O povo primeiro foi banido e hoje ele nos bane. A culpa é nossa senhores, só nossa. Mas ainda dá tempo de resgatar o passado e recolher as ovelhas perdidas que estão por aí, sedentas para voltar para o aconchego do galpão. Local aliás que sempre conheceram por casa. A nossa casa.

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Tá certo que a pandemia ajudou a afastar o povo do CTG's, mas a verdade é que em 10 anos tudo que disse acima só piorou. Seguimos afastando e nos afastando da "nossa casa".

Boa sequencia de semana a todos.

sábado, 13 de agosto de 2022

Chasqueando

 Aos poucos as entidades mais tradicionais do nosso Rio Grande estão, também, retomando suas atividades. Quer das invernadas artísticas, cursos de danças, fandangos e compromissos sociais diversos. 
E que assim seja.

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O CTG O Fogão Gaúcho, de Taquara, promove hoje grandioso jantar baile de aniversário, alusivo aos 74 anos da entidade.

A animação é do grupo Os Bertussi.

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No próximo sábado (20/08), o grupo Os Mateadores estará animando fandango na cidade de Ivoti.

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Falando em Os Mateadores, o grupo de Santiago esta semana apresentou sua nova casa sobre rodas:




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O CTG Galpão Sentinela do Pago, de Sapiranga, no próximo sábado (20) promove jantar baile de formatura de curso de danças. Animação do fandango é de Moisés Oliveira e grupo Vozes do Campo.

Moisés Oliveira que hoje anima fandango no CTG Manotaço, em Gramado.

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Igualmente no próximo sábado, tem Baile da Linguiça no CTG Gildo Freitas (Porto Alegre), com Eco do Minuano & Bonitinho.

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No Canal do Santo Fole, na próxima segunda, tem Grupo Querência, de Pelotas.

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Já começou a montagem do Acampamento Farroupilha da Capital. Na região, as cidades de Campo Bom, Taquara e o maior deles, em Sapiranga, também anunciaram a volta do importante evento.

Bom sábado a todos.

Feliz Dia dos Pais a todos que se dedicam a essa missão. 
Parabéns, Pai! 

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Bodas de Cerâmica

 Mariana e Eu comemoramos, hoje, Bodas de Cerâmica. Nove anos de casamento que não representam uma vida a coisa, mas sim, a construção de uma família. E segue uma foto com nosso bendito fruto para não me deixar mentir:


Faltou ainda o Rocky e a Mel na foto.

Te amo, Mari!

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Hoje, na Sociedade Gaúcha de Lomba Grande tem fandango com João Luiz Corrêa e grupo Campeirismo.

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Não à toa minhas bombachas não me servem mais.

Vejam a protuberância da minha barriga na imagem acima. Lamentável.

Hahahaha.

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Esta é a postagem de nº 1300 da história deste Blog do Campeiro.

Boa semana a todos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Pedaço da vida

 Não subo no palco há quase quatro anos. Desde que fiz da música uma parte 'profissional' da minha vida, acredito que este seja o meu maior hiato longe da "fumaceira". Talvez por causa da pandemia isso tenha aumentado ou talvez não. A verdade é que em determinado momento achei que minha carreira de fato tinha terminado e a música passado; ficado como um importante e satisfatório momento de minha vida.

Em 2019, vésperas do 28º Ronco do Bugio, recebi uma ligação do amigo Beto Borba me convidando para interpretar no festival uma composição do grande Valdir de Oliveira. Por compromisso com a advocacia no estado de São Paulo, infelizmente, tive de declinar do convite. Sofri bastante com aquilo, principalmente por achar que aquela decisão detinha colocado um ponto final na dúvida: dentre a carreira musical e a de advogado, minha opção - enfim, era pela última. 

Mas como dizem que a música é tipo sarna, nunca para e nem se ajeita - nos versos do grande Jayme Caetano Braun, eis que mais uma vez estou eu diante dela novamente, justamente eu que pensava que minha carreira tinha ficado somente na lembrança.

E a saudade daquilo que sempre gostei de fazer e que vinha apertando o peito cada vez mais, agora se renova na esperança de, quem sabe, uma retomada. E este é um belo pedaço da minha vida que nunca se apagará.

Não sei se vai acontecer e até nem crio muita expectativa em torno disso, mas o certo é que a vida se renova. 

Sempre começa de novo, como diria outro grande compositor, o Moacyr Franco.

Então, seguimos o caminho da vida.

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Na próxima terça-feira, dia 9, a Sociedade Gaúcha de Lomba Grande recebe grande baile com João Luiz Corrêa e grupo Campeirismo.

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No CTG Rancho da Saudade, em Cachoeirinha - amanhã, tem fandango com Moisés Oliveira e grupo Vozes do Campo.

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Morreu o grande Jô Soares, aos 84 anos.


Apresentador, entrevistador, escritor, cineasta, roteirista, diretor, humorista, artista plástico, membro da Academia Brasileira de Letras. 

Enfim, uma mente brilhante. Muito brilhante.

Muitas das entrevistas que fez em seus programas estão marcadas na memória e na história da televisão brasileira.

Inteligente, culto, sagaz, engraçado, corajoso. São muitos os adjetivos à sua pessoa.

Perda inestimável para a cultura e para a história do Brasil.

Meu profundo pesar por esta grandiosa perda. Que descanse em paz.

Palmas pro Gordo!

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Bom final de semana a todos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Voltando a São Chico

 Quisera o destino que um dia antes de completar 26 anos que deixei São Chico rumando à morada em outros pagos - 03 de agosto, tenha sido agraciado com a notícia de que minha marca em parceria com meu amigo e compadre Cirilo Barcelos fora classificada ao 29º Ronco do Bugio.


Estarei voltando a São Chico no final deste mês, portanto, mais uma vez para o palco sagrado do Ronco do Bugio, por onde já passaram incontáveis músicos de sucesso e qualidade e outras tantas e tantas belíssimas composições.

Desta vez, vez mais - frisa-se, estaremos na companhia de grandes peleadores da causa:



Que possamos cada vez mais valorizar este que é o mais autêntico dos ritmos gaúchos.

E de agora em diante, nos veremos em São Chico onde tudo é "Bugio é Bugio".

Sucesso aos parceiros de canto e lida!


Abraço a todos.