Não adianta querer mudar de assunto. O certo é que a polêmica da vez diz respeito ao Rodeio de Porto Alegre que "inovou" promovendo shows com artistas da música sertaneja ao invés de valorizar a nossa música gaúcha.
Qual a minha opinião?
Pois vamos a ela, sem muitos rodeios (com o perdão do trocadilho).
Claramente entendo ser um deboche a decisão de valorizar música sertaneja ao invés da nossa gaudéria. Convenhamos, em que pese o evento não seja responsabilidade do Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG, a verdade é que será realizado nos moldes da nossa tradição, razão pela qual não se faz entender o porquê do desprezo com nossos artistas.
Como já bem referiu o grande Gildinho, d'Os Monarcas, "o sol nasce pra todos", entretanto, não lembro de ver algum músico tradicionalista gaúcho ser destaque em algum rodeio de Barretos/SP ou algum outro do gênero.
Ademais, é preciso deixar claro que o processo foi bem mal conduzido. Poderia-se, por exemplo, introduzir uma dupla sertaneja no contexto do Rodeio de Porto Alegre, juntamente com outros artistas nossos. Mas não, tem que empurrar goela abaixo logo 3 de cara, deixando bem claro que o interesse é puramente comercial e mercantil.
E azar da tradição!
Li e ouvi ambos os lados. Mas não me convenço a mudar de ideia e pensar que preciso abrir a minha mente. Não é questão de bairrismo e sim de respeito. Os nossos rodeios ainda são feitos à moda gaúcha e para os gaúchos. E ponto final!
Noutra senda, também não podemos fechar os olhos para outras realidades. Eu já falei mais de uma vez por aqui que tem muito Rodeio tradicional botando a "banda do momento" pra tocar, que passa a semana inteira de calça jeans e de-lhe maxixe e no final de semana desencanta uma bombacha e mascara o repertório para fazer de conta que é baile gaúcho.
Tem muita diferença?
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Apesar da chuva, dois dias agradáveis na Várzea do Cedro. Revi velhos parceiros de fandango. Parabéns aos festeiros pelo evento.
Bom final de semana a todos.