terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Seguiremos a MIL por hora!

Enfim, este é o texto de nº 1000 da história do BLOG do CAMPEIRO. E que alegria e motivo de emoção chegar até aqui, nestes dez  (10) anos de história em prol da tradição gaúcha, da música gaudéria, da cultura e também dos percalços de todo o nosso povo. Acabamos abordando muitos temas diversos por aqui, inclusive política e questões do cotidiano social.

E que bom que assim o fizemos!

Mas o começo nem foi tão simples assim. Comecei instigado pelo meu amigo e primo velho, Antônio Dutra Jr., a construir pra mim um blog: surgia o Alma de Campo, que foi responsável pela divulgação do primeiro grupo que fundei e toquei (e foram muitos depois...hehehe). Com o término do projeto, era preciso uma nova identidade e com isso migrei para esse espaço, fundando o BLOG do CAMPEIRO no dia 07/04/2008 - com o texto "Meu Jeitão Bem Bagual".

Começou-se, então, uma trajetória em prol do gauchismo e da música gaúcha. Agenda de bailes, anúncios de eventos, serviço em prol da causa, enfim, este espaço foi e segue sendo um ambiente em detrimento das coisas do Rio Grande do Sul. Mas, e sempre surge um deles na vida da gente, chegou um altura da vida que este espaço já tinha crescido o suficiente para abordar outros temas. Também para receber postagem com assinatura de outras pessoas. E aqui reproduzi artigos do próprio Antônio, do grande Léo Ribeiro, alguns apontamentos do meu amigo Eduardo Pasquali, o Duda; mas destaque, mesmo, para a pareceria do meu amigo Rodrigo de Bem Nunes, que muito abrilhantou este espaço durante o ano de 2013, dando novo fôlego aos temas abordados. O Rodrigo é um grande articulista! Aliás, todos aqui referidos o são...

Depois retomei a estrada sozinho, novamente, eu e o "pingo velho" e então cheguei ao presente 2018, quando este espaço completou 10 anos. E por uma razão justa, anunciei aqui, em "Recomeço"http://blogdocampeiro.blogspot.com/2018/01/recomeco.html, que este seria o derradeiro ano da vida do BLOG do CAMPEIRO, encerrando justamente nesta publicação de nº 1000. E assim permaneci, com a ideia irrepreensível, até meados do mês de novembro quando, ao refletir acerca de muitas coisas que fazem parte e são realmente importantes na minha vida, me fiz crer que o BLOG do CAMPEIRO é uma delas.

E assim, o que me é de valor não pode parar, pura e simplesmente.

Ainda não sei como será, se retomo à ideia original de falar apenas das coisas da cultura, tradição e música do Rio Grande, mas o certo é que seguiremos a MIL por hora, neste espaço onde sempre teve um mate quente e onde cada um de vocês pode puxar um banco e sentar, afinal, a casa é de cada um de vocês!

Muito obrigado, Antônio, pelo incentivo há tanto tempo atrás.
Muito obrigado, Rodrigo, pela parceria que engrandeceu e muito este espaço.

Muito obrigado a todos e a todas por esta parceria de sempre!

Seguimos firmes que nem palanque em banhado.

Um Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos e a todas.

Que 2019 seja um recomeço para todos nós...

Bruno "Campeiro" Costa

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A Campeã!

Ela é a postagem mais acessada deste BLOG do CAMPEIRO, falo de acessos específicos - quase três mil; já foi tema de dissertação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e sempre que é colocada a palavra "bombacha" no google, esta publicação sempre aparece em destaque. Então, como penúltima publicação antes do testo de nº 1000, nada mais justo que reproduzir aqui a menina dos olhos de ouro... mas, afinal...

BOMBACHA É COISA DE HOMEM?

Confesso a todos que eu estava me segurando pra não tratar do assunto, contudo, como este blog foi feito para divulgar e opinar sobre o tradicionalismo, eu não poderia deixar de tratar de tal fato. Seguidamente quando vou a São Chico compareço na loja de artigos gauchescos Casa do Gaúcho. Vou lá afim de olhar alguma coisa nova e acabo, inevitavelmente,comprando algo. Pois na última vez que lá estive, peguei um folheto de divulgação do estabelecimento que dizia mais ou menos o seguinte: Venha conhecer as bombachas femininas aprovadas pelo MTG. Confesso que levei um susto! Não pelo fato de existir bombacha feminina, pois isto não é mais novidade, mas, por saber que o MTG havia liberado um modelo para uso das mulheres. Não tive a oportunidade de olhar bem o modelo, porém, pude notar que o que diferencia tal peça, da que é usada pelos peões é uma espécie de flor bordada. Lembra a nossa flor símbolo: a maçanilha.
Comecei a me perguntar desde então, o que a bombacha feminina representa. Há pouco tempo atrás, o Movimento Tradicionalista Gaúcho proibiu veementemente a possibilidade de grupos ditos “tchês”, de desempenharem sua música dentro dos galpões de CTG. Os “tchês” também não podem se apresentar em Rodeios Crioulos quando estes forem organizados por CTG’s associados a entidade. Acho que o MTG agiu de forma correta neste sentido, mesmo respeitando a opção dos colegas músicos, pois creio que o ambiente do CTG é sim tradicional e para tanto, não pode haver mistura com uma cultura que não seja nossa. Agora, o MTG libera a bombacha feminina. Vejo que há uma falta de nexo nestas duas decisões. Ora, se pode mulher dançar de bombacha, pode o homem maxixar também, ou não pode? Antes que você, querida prenda que lê este espaço me chame de machista, quero esclarecer um seguinte ponto: Não sou contrário à utilização de bombacha pela mulher no dia a dia, ou na lida de campo (sim, mulheres também trabalham na lida de campo e ás vezes até melhor que o homem hehehe). Tampouco durante os rodeios quando estas participam da competição, pois, afinal, montar de vestido seria algo certamente muito desconfortável. Acho, todavia que, se encerraria por aí a utilização de bombacha pelas nossas prendas.
A lógica utilizada pelo MTG para banir os “tchês” dos CTG’s acredito que seja a mesma que deveria ser utilizada para as bombachas femininas. Se uma coisa é proibida, a outra também deve ser. Volto a salientar, não sou contra a bombacha feminina numa generalidade, sou contra apenas dentro do ambiente de um CTG, que, como falei anteriormente, é um local tradicional. Porque sou contra? Veja bem, a beleza de uma prenda está relacionada com sua feminilidade. Uma prenda de bombacha perde um pouco do seu encanto, pois aí não há uma diferenciação frente a um peão. Quero deixar bem claro que não sou preconceituoso, apenas neste ponto sou contrário. Creio que o tradicionalismo está aberto a evoluções sim, e até defendo isso, contudo, acho que neste ponto a bombacha é muito mais uma modinha do momento do que uma evolução. Se me provarem o contrário, bom aí pode ser que eu reforme esta minha idéia e aceite tal situação numa boa.
A modernidade está aí as nossas e é impossível caminharmos em sentido contrário, porém, é preciso que tomarmos cuidado pois nem tudo que está a nossa disposição é realmente importante. Eu tenho saudade da simplicidade do passado, quando as coisas eram mais trabalhosas e também mais bonitas. No passado, a bombacha era coisa de homem e o vestido de prenda ilustrava toda a beleza da nossa mulher gaúcha. Mas isso foi no passado. Ohh saudade....

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Qual a minha resposta atual para a pergunta?

Quem sabe um dia eu comente...

No próximo domingo é aniversário da minha prenda MARIANA. A mulher que amo e que deu a luz ao meu maior presente, aquele moço dos sorrisos mais lindos...

Parabéns, Mari. Beijos meus e do Bê!

Bom final de semana a todos.

* publicação nº 999
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Último Chasque

De fato, este ano corrente é um divisor de águas na vida deste que vos escreve, o que reflete na relativa ausência por aqui, principalmente se comprado aos últimos anos.
Por isso, outra alternativa não me resta senão pedir desculpas aqueles que sempre por aqui estiveram e prometer que algumas coisas vão acontecer, espero para o agrado de todos, ou ao menos da maioria.

Em breve, portanto, novidades.

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Hoje um calor senegalês, aqui pelas bandas do Vale do Sinos. Mas creio que seja uma tônica do Rio Grande inteiro. As vezes me lembro dos tempos que praguejava por aqui contra o calor (http://blogdocampeiro.blogspot.com/2010/04/calor-senegales.html), como se mudasse muito. Afinal, passados 23 anos e sem muita perspectiva de mudança de ares, negócio é aceitar que fica mais fácil suportar.

Mas claro que não é tão simples, ainda; afinal, meus desassossegos ainda sentam na varanda...

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Estamos beirando o texto de nº 1000, da história deste Blog, e na sexta-feira agora reedito o mais famosos de todos. Querem saber qual? É só vir aqui na sexta!

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Pra não deixar passar em branco, falando das coisas de gauchismo, o grupo Garotos de Ouro anunciou na última semana seus dois novos vocalistas: Matheus Menin, com passagens por Tchê Garotos e por último no Candieeiro e Gustavo Netto, que se destacou com o Quarteto Coração de Potro e afigura como a voz mais nativista que se incorpora ao grupo com origem em Cruz Alta.

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Este é o Último Chasque porque só restam mais duas publicações e a última trará o texto alusivo à marca histórica aqui vivenciada.

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Este ano, e principalmente agora na reta final, me fez perceber o quanto esse BLOG do CAMPEIRO já foi importante para minha vida.

Também me tem corroído a saudade do palco. Mas algumas coisas na vida tem de seguir em frente... ou não?

Boa semana a todos. 

* publicação nº 998

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Um vencedor!


A vida é mesmo assim, na grande maioria das vezes incompreensível. Algumas pessoas vivem por tantos anos e pouco acrescentam para este mundo e outras vivem tão pouco, mas marcam sua história e a vida daqueles que estão a sua volta; e porque não, tão mais longe.

É com profundo pesar que noticio aqui o falecimento do meu amigo, grande gaiteiro e ser humano JARDEL BORBA. Com apenas 25 anos.

Mas foram 25 anos tão intensos que parecem uma vida toda, essa é a verdade.

Um jovem rapaz que com sua gaita e cantoria, e ele tinha um talento nato absurdo para as duas coisas, marcou seu nome na história da nossa música, mostrando ao mundo que São Chico é mesmo, terra de gaiteiro!

Foi um vencedor porque lutou por anos contra aquela doença desgraçada que me nego referir o nome, sem perder a sua fé e principalmente a vontade de viver. Foi um vencedor porque muitos anos se passarão e todos nós, seus fãs e amigos, iremos contar do quão importante ele foi para a nossa cultura e cantarolemos suas músicas que ficaram marcadas nos palcos do sul do Brasil.

Em setembro, no Ronco do Bugio, tive a honra de dividir o mesmo palco com Jardel Borba que, com a belíssima "Querência Abençoada" levou o troféu de música mais popular. Não por menos os aplausos para o Jardel foram os mais fortes. Mereceu cada um deles. Uma belíssima canção e uma interpretação sua que emocionou a todos que lá estavam.

Pois Jardel Borba agora nos deixa, vai tocar e cantar ao lado de Deus que o receberá com sala cheia, para mais um fandango graúdo, e nós aqui, ficaremos a lamentar sua ausência, mas com um ar de felicidade que tomará conta dos nossos corações porque, em 25 anos, o Jardel conseguiu fazer desta uma querencia abençoada criada por Deus, onde os filhos seus se orgulham dessa terra..."


Nos orgulhamos da nossa terra e muito de ti, meu amigo JARDEL BORBA!

Muito obrigado por tudo!

Descanse em Paz!

Meu fraterno e forte abraço aos pais do Jardel, Elenira e Beto Borba, pessoas de elevada estima e à sua esposa Sabrina. Que Deus conforte o coração de vocês.