sexta-feira, 30 de abril de 2021

Interpretam sucessos...

 Os Serranos, ao longo de mais de 5 décadas de música gaúcha e muito fandango, sempre trataram de valorizar a nossa tradição e abriram cancha, lá em 1999, ao projeto "Interpretam Sucessos Gaúchos", em que resgataram muita música boa, algumas com arranjos próprios, que fizeram sucesso na voz e na marca de grandes artistas do nosso cancioneiro gaúcho.

Cancioneiro das Coxilhas, Eu Sou do Sul, Vaneira Grossa, Vaneirinha da Saudade, De Chão Batido, Do Fundo da Grota e muito e muito mais.

Pois bem. Os Serranos agora resgatam esse projeto, que teve mais dois volumes nos anos de 2003 e 2013, com uma live pra lá de buenacha amanhã, dia primeiro de maio, o dia do trabalhador.

Será a partir das 21h, nos canais do grupo no YouTube e nas redes sociais, pra alegria dos fãs, amigos e amantes da boa música de fandango.

Será sucesso sem dúvida.

Os Serranos interpretam sucessos gaúchos!


Bom final de semana a todos. 

segunda-feira, 26 de abril de 2021

O Biriva não morreu

 Poucos artistas ficaram marcados por tamanha irreverência, aliado ao talento ímpar, como do cantor de Horizontina, o grande Rui Biriva. Não ficava gente parada em seus shows e sua história musical está aí, gravada na história para que todos possam ver e ouvir ainda hoje.

Recordo-me dum show (o único) que assisti pessoalmente dele numa Festa do Pinhão em São Chico; anos depois adquiri um DVD gravado ao vivo em alguma festa também (acredito que na cidade de Portão/RS), o qual guardo como relíquia para, de quando em vez, assistir e ouvir a sua sonoridade musical e todo o resto que sempre proporcionou.

Toco nesse assunto pois, ontem, dia 25 de abril, completou-se 10 anos de sua morte. E parece que foi ontem. Uma década se passou e uma pessoa como o Biriva segue fazendo falta. O que eu escrevi na oportunidade triste de ter de noticiar seu falecimento:


"O Biriva não morreu (publicado em 25/04/2011)

Acordou mais triste o Rio Grande hoje. Não só a comunidade artística da nossa música regional, mas o Rio Grande como um todo. Morreu o Rui da Silva Leonhardt. Se foi o Rui Biriva. A tristeza em questão não afeta somente a perda dum dos expoentes da nossa musica nativista, mas sim de um ser humano íntegro, respeitável e acima de tudo sempre muito bem humorado. Uma figura ímpar que dedicou sua vida a levar a todos que apreciam a boa música o seu talento, maestria e a sua irreverência.

É, sinceramente, com profundo pesar que escrevo estas poucas linhas no dia de hoje. Lastimo realmente a perda deste grande músico chamado Rui Biriva. Os palcos do Rio Grande estarão mais tristes apatir de hoje, não só pela sua ausência como também por sua alegria e talento. Se vai a figura do Rui Biriva, mas permanesce intacto na história da cultura musical tradicionalista e popular deste nosso estado e no coração de cada gaúcho e gaúcha desta querência, o legado construído por este grandioso e saudoso cantor. E é por isso, senhoras e senhores que sou enfático: o Biriva não morreu e, aliás, não morrerá jamais.

Nossas condolências a família, amigos e ao Rio Grande.


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Castelhana, Santa Helena da Serra, Pé na Estrada, Tchê Loco, Rebanho de Agonias, Canção do Amigo... Músicas que cantarolamos ainda hoje em dia e assim faremos para sempre, pois são poesias melodiosas eternas.

Por isso, me repito apesar dos 10 anos passados:

O Biriva não morreu. Não morrerá jamais!

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Saídas

 Noutros tempo, a esta altura do ano os fandangos já estavam de vento em popa por aí, não mais somente adstrito a rodeios e eventos aleatórios, mas também vinculados as programações de CTG's. 

De arrasto, neste momento, as bandas de fandango estão num momento crítico, já que nem mesmo o universo das lives, como fora há um ano, estão conseguindo manter.

Ademais, mudanças, idas e vindas de músicos, seguem acontecendo:

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Em comunicado oficial realizado por ambas as partes, o cantor Gilmar 'Parentte' anunciou seu desligamento d'Os Mateadores. Lembrando que era a segunda passagem pelo grupo de Santiago, sendo que na primeira saída o vocalista o fez para se dedicar a música gospel.

Segundo Beto Frizzo, diretor do grupo Os Mateadores, em breve deve ser anunciado o novo cantor.

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Por falar em saída, além do gaiteiro Paulo Maizena, que foi para o grupo Portal Gaúcho, o vocalista Mateus Menin também não faz mais parte dos Garotos de Ouro.

Tal qual da vez do gaiteiro, a direção do grupo fundado em Cruz Alta não se manifestou e também não anunciou as 'reposições'. 

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Já fui responsável, ainda que de forma indireta, por três bandas e a manutenção do "elenco" é a parte mais complicada, principalmente quando se toca por uns pilas. Quando o fruto do ensaio tá chegando lá, tá ficando bonito e o povo começa a falar bem de ti, uma peça avisa que vai sair e tu começa tudo de novo.

Nunca é fácil, mesmo para grupos com anos e anos de história.

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Com mais de 40 anos de estrada e serviços prestados à música gaúcha, o grande grupo Minuano, de Campo Mourão/PR, voltou a utilizar a velha e tradicional marca, aquela do letreiro azul que faz alusão ao vento.

Grande decisão.

Sucesso sempre ao nosso Roupa Nova dos pampas.


Bom final de semana a todos.


sexta-feira, 16 de abril de 2021

Há uma década... (abril)

Há uma década no Blog do Campeiro é uma seção que deveria ter começado aqui já no ano passado, mas me passei um pouco e acabou ficando para 2021. Pois de agora em diante, uma vez a cada mês, trarei uma publicação do mês que estamos só que há 10 anos atrás.

Vamos ver o que mudou no meu pensamento de lá pra cá, na vida de todos nós, além de curiosidades e lembranças.

Se bandiamo:

Abril:
 
Apaguei a luz e fechei a porta (de 15/04/2011)

Chega o dia em que a gente apaga a luz e fecha a porta. Pega o caminho da rua e não olha mais para trás. Não é um simples até breve, mas sim, um adeus. Apagar da memória o que ficou para trás é impossível, afinal, as boas lembranças ficarão. O que não foi bom o tempo trata de apagar ou quem sabe, atenuar. Mas é preciso ir em frente. Os amigos que ficam permanecerão. Amores talvez? Talvez. Se existirem mesmo vão embora junto. Mas porque ir embora? Não sei. Talvez porque é mais uma página a ser virada na nossa vida. Sim a nossa vida é escrita por páginas, algumas escritas uma única vez, e outras diariamente até que, enfim, chegamos às últimas palavras. As últimas palavras as vezes são fáceis. Outras difíceis. É por isso que eu acho que o certo mesmo é apagar a luz e fechar a porta. Sem alarde, sem despedida, sem emoção. Fica como último momento as boas risadas, o companheirismo e a saudade. Nunca a despedida, o choro ou a desilusão. Chega o dia em que a gente apaga a luz e fecha a porta. Pega o caminho da rua e não olha mais para trás. É assim. Simples. Numa retomada nostálgica da linha do tempo, volto ao mês de março do ano de 2006. Já estava a mais de mês sem fazer nada e preocupado. Aí veio a ligação me convocando para assumir o cargo para qual eu tinha sido aprovado em concurso público quase um ano antes. Ao chegar na capital, descobri que a vaga era para a própria capital. Ora, ainda que eu já vivesse em Novo Hamburgo há algum tempo, pra um filho lá dos campos de São Chico de Paula a capital assusta um pouco. Mas foi só o susto inicial. Hoje amo Porto Alegre e voltarei a morar lá se o destino assim quiser. Passados dois anos, voltei para Novo Hamburgo transferido e desde então, passei a sonha com a possibilidade da mudança de cargo. Fiz novo concurso, passei em 1º lugar e ainda assim, só recebi a convocação quase no último suspiro de validade do processo seletivo. Fui transferido para Taquara. Uma boa no começo, pensei, afinal, voltaria a viver próximo de São Chico. Doce engano, afinal, hoje quase não visito mais a serra. Não me arrependo de nada que fiz, da onde estou, todavia, chega o dia em que a sua vida precisa de um novo rumo. É preciso tomar uma séria decisão. Hoje fecho um ciclo em minha vida. A maioria das pessoas deve me tachar de louco, afinal estou deixando o tão sonhado serviço público. Eu procuro achar que eu estou tomando a decisão de viver, ser feliz. O resultado da minha decisão só o tempo dirá, mas o primeiro passo eu estou dando: correrei o risco. Eu hoje ando devagar, mas já tive pressa. Vou tocar em frente. Bem do meu jeito. Eu hoje vou apagar a luz e fechar a porta. Vou sair pela rua à fora e não vou olhar para trás. Vou buscar a minha felicidade e vou encontrar!
Agradeço a todos os amigos que conquistei e ao apoio incondicional de minha família e de minha amada prenda Mariana.

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De lá para cá outras portas se fecharam, outras ainda precisam ser fechadas, enfim. Fechamos algumas para abrir outras tantas.

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Para começar bem o final de semana, uma excelente notícia: Zezinho (José Claro), do grupo Floreio, ganhou alta do hospital e termina a recuperação em casa, rodeado da sua família e de toque de gaita. Grande Zezinho!

Abraço a todos.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

"Que sejam sagradas...

... as mãos de quem toca..."

Tive a honra de conhecer pessoalmente o José Claro, conhecido como Zezinho no meio musical gaúcho, uma grande gaiteiro com diversos serviços prestados à nossa tradição. Vencedor do Ronco do Bugio mais de uma vez. 

Tive uma honra ainda maior que, convidado pelo mesmo num baile do seu grupo Floreio no CTG Sangue Nativo em Parobé, alguns anos atrás, ao subir ao palco e cantar São Francisco é Terra Boa. 

Pois semana passada, seu filho Gabriel Claro, outro gaiteiro talentosíssimo, anunciou que o Zezinho estava enfrentando o covid no hospital. Soube dois dias depois que havia sido entubado e confesso que meu coração apertou, afinal, gaiteiro de sua extirpe não temos tantos assim, além de ser uma grande pessoa, pai de família.

Eu particularmente lamento por todos que já pegaram essa porcaria. Lamento muito, aliás. Faço o registro pelo Zezinho pois a proximidade (acompanhando sua carreira de sucesso), acabou fazendo com que aquilo me tomasse em preocupação.

Mas, felizmente ontem a notícia foi de que o Zezinho havia sido extubado, sinal de que vem se recuperando. 

Força e plena recuperação Zezinho. O Rio Grande torce muito por ti.

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Lembrando que Zezinho por muitos anos tocou com o Porca Véia. Primo do grande Adriano Claro, um dos maiores guitarreiros que já conheci.

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Por falar nisso, o gaiteiro do grupo Cordiona, Ivan Gruske, também se recupera da covid, felizmente bem.

Saúde e plena recuperação Ivan Godói.

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Nossas preces por todos que ainda padecem e lutam pela vida. Que isso acabe duma vez.

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Das Mãos do Gaiteiro ( Paulo Ricardo Costa / Zezinho - 22º Ronco do Bugio, 2º lugar)

"Que mãos abençoadas que tem esses taitas,
Que fazem das gaitas parceiras pra vida...
Ombreando cordeona pelas madrugadas
Levando da estrada, experiências vividas;
...

Que sejam sagradas as mãos de quem toca
Da alma rebrotam, os sentimentos seus.
Ao tirar da gaita este som sagrado
Que foi abençoado, pelas mãos de Deus
...

São mãos abençoadas feito horas da prece,
Que a Deus agradece, ha este Don divino;
De alegrar o povo, mesmo estando triste.
E nunca desiste, este é o seu destino".

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Aos treze

 Numa certa altura da minha vida, passei achar que o número treze era o da sorte, afinal, vivia comigo. Era o número envergado na camisa do futebol, além de noutras tantas coisas do cotidiano em que surgia. Passou e o hoje o número 13 tem outro significado, deveras importante, contudo: 13 anos do BLOG DO CAMPEIRO.

Em datas mas fechadas tenho feito aqui um apanhado de tudo que este espaço representa pra mim, e para tantos que por tanto tempo aqui estão. Não é agora uma data fechada, assuntos têm faltado já que o mundo da nossa cultura está bem devagar do último ano pra cá; mas a importância de manter isso aqui sempre povoado de notícias, sendo boas ainda melhor, segue latente, tal quando ele surgira no longínquo ano de 2008.

Não foram só de flores os caminhos por aqui percorridos. Muitas vezes entendi que estava na hora de encerrar. Mas, no fim das contas, a vontade de continuar apresentando algo de útil nos fez chegar a estes treze anos, de história e sucesso.

E que o Patrão Velho permita que seguimos firmes, cerne de pura cepa, por muito e muito tempo.

Feliz Aniversário, Blog do Campeiro - onde o mate está sempre quente!

Uia!

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Dia de Novo Hamburgo

 Hoje é dia do aniversário de Novo Hamburgo, cidade que me acolheu em 1996, há quase 25 anos (a serem completados em agosto). Passado esse tempo todo, hoje não mais morando em Novo Hamburgo, porém não tão longe, as vezes pareço perdido. Não porque a cidade mudou tanto assim, mas porque a Novo Hamburgo que eu conheci parece que está morrendo aos poucos, ficando cada vez mais cinza como eu já disse algumas vez e talvez retome quando o quarto de século se firmar efetivamente.

Hoje, 05 de abril, é aniversário da emancipação política de Novo Hamburgo; feriado municipal.

Quando cheguei, todavia, NH já não tinha mais a mesma pujança, da Capital Nacional do Calçado, da cidade que mais tinha Ford Galaxie no Brasil, enfim, mas ainda era uma Senhorita, com todos os seus encantos e particularidades. Agora quando cruzo pelo centro da cidade me bate uma tristeza. Está cada vez mais cinza.

Pois Novo Hamburgo hoje é cheia de comércio e uma vida abstrata. Novo Hamburgo hoje é a terra de lojas, retaurantes, lancherias, enfim, coisas que são efêmeras na atualidade e não apontam mais algo que possa ficar para a história, enfim, abrem e fecham todos os dias. Penso assim ao menos.

Mas é Novo Hamburgo, afinal, e se não conseguem derrubar (embora muito se é tentado) é porque tem força suficiente para seguir tentando seguir em frente.

Parabéns, Novo Hamburgo! Que tu tenha novos, melhores e coloridos dias.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Ressureição

 Já disse por aqui que não sou tão velho assim, mas algumas questões de relevância na história eu gosto de respeitar, como o fato de se comer peixe na sexta-feira Santa. Venho de uma família católica. Minha mãe, pouco tempo atrás, lembrava que no seu tempo de guria o pai (o saudoso Vovô) exigia respeito ortodoxo à data: alimentação franciscana, poucas atividades, janelas de casa fechadas e muita oração.

Pensando bem, acho que nem respeito tanto assim. Mas tem coisa bastante pior numa sociedade que não respeita mais ninguém, nem nada.

Só que precisamos da ressureição. Ressureição enquanto seres humanos para que possamos recomeçar e nos afastar do mal, e por mal considere nesse momento esta pandemia.

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Na infância peixe em São Chico era merluza e de um tipo apenas: frito.

Nesse ponto evoluí, pois, graças a mim, camarão e salmão chegaram na cidade mais gaudéria da serra.

É, outros tempos!

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É, a sexta é santa!

Dia de São Francisco de Paula, padroeiro da minha terra.

Feliz Páscoa a todos.