sábado, 29 de fevereiro de 2020

Carnaval e bailanta

E não é que acabei me passando e não falei que na Lomba Grande tinha Terça Gaúcha mesmo no carnaval? Pois é. Contudo, não errei a afirmação: na bailanta com Os Mateadores tava caindo gente pelo ladrão.

Gaúcho que é gaúcho o é a qualquer tempo. Em qualquer data e com qualquer tempo (chuva, sol, frio, calor, cerração ou noite clara).

Enfim.

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De propósito fechamos o mês de fevereiro no sábado, isso em razão da mística do dia 29. Aliás, há quatro anos, foi o tema por aqui:

"Mística do 29

Por um breve instante de bobeira, me paro a pensar o que sente (e sofre, talvez) alguém que nasce num dia como hoje: 29 de fevereiro. Lamenta ter de comemorar seu aniversário do dia seguinte, que deve ser a regra em casos de nascimento do tipo, ou considera fazer aniversário somente de quatro em quatro anos?

Este é um dia ímpar (literalmente), que se desfruta a cada dois pares de ano. Conversa maluca, não é verdade? Para quem gosta de viver a vida intensamente, se ganha mais um dia. Para quem está com a corda no pescoço, esperando o próximo salário já há dias, é mais um dia de penar. Mas o que falar deste 29 de fevereiro?

Em cerca de oito anos de história do BLOG DO CAMPEIRO, não lembro de ter escrito algum texto no dia 29 de fevereiro. Em regra, por aqui se escreve em segundas e sextas-feira, tendo havido certa relativização nos últimos tempos, aceitando-se a terça-feira, vez ou outra.

Mas hoje eu não podia deixar para terça. Tinha de escrever no dia 29, afinal, a chances de escrever neste dia novamente, sem fugir da realidade do blog, só se repetirá em 2028, quando o dia cairá numa terça-feira. Isso será daqui há doze anos. Sabe-se lá, onde estarei daqui a doze anos e se o BLOG DO CAMPEIRO ainda resistirá as tentações mundanas. E se virar o "blog do funkeiro" ou o "blog do pagodeiro". Credo em cruz! Pensar nisso tá me fazendo ter pesadelo acordado.

Mas o que muda na prática? Nada! Hoje segue sendo um dia normal, com o agravante de ser uma segunda-feira. As ruas já estão cheias novamente e o mundo do brasileiro, enfim, parece que gira, novamente, para este novo ano. 

Que saibamos fazer deste um dia feliz. Que saibamos aproveitar este dia que só retornará daqui a quatro anos de forma produtiva.

É um dia como qualquer outro? Sim. Mas é único, de quatro em quatro anos.

Que o vivemos!

Engraçado, ainda não li nada sobre eventual mística quanto este dia. Não há?"


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Aproveitem, pois, este dia quase único.

Bom final de semana a todos.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Carnaval

Por muito tempo bradei contra o carnaval, inclusive por aqui. Fui criticado e bastante. Depois, não tanto em função destas críticas, mas em razão duma nova percepção de realidade, entendi que devia respeitar o gosto alheio, assim como gostaria quem respeitassem o meu. 

Meu jeitão bem bagual.

Enfim, cada qual com seus gostos e preferências.

Até gostaria de dizer que pretendo descansar nesse carnaval, mas tendo a trabalhar, isso sim. 

De qualquer sorte, acho tudo meio parado. Sei lá, parece que as pessoas já não se empolgam mais como outrora. 

E olha que o carnaval de São Chico está de volta. Hahaha.

Pra gauchada nem um bailezito (aqui pela região). Acho que dava público se tivesse, mas eu não digo mais nada.

Hoje é só isso mesmo.

Bom carnaval ou descanso a todos.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Sobreviventes

O mês corrente é sempre uma incógnita. Se não abriga o carnaval, fica meio que no limbo e se tem carnaval parece que as pessoas só pensam nisso.

No fundo eu até gosto de fevereiro. Sempre gostei.

Não é à toa que, quando era um assalariado e tinha direito a férias (hoje já não mais sei, se sei, o que é isso), era sempre fevereiro a minha escolha.

Hoje já não tenho um rumo certo.

Mas a verdade é que todos esperam janeiro, pelas promessas do novo ano e depois esperam março, quando no Brasil parece que a coisa anda mesmo. Muitas vezes empurrados pela necessidade de seguir em frente, do jeito que for.

Esse texto é meio despretensioso, talvez banal para a maioria. Mas quem para em pensa no que a vida realmente representa para todos nós? Os que vivem.

Os demais sobrevivem.

São (talvez eu me inclua neste rol) os sobreviventes. Sobreviventes de fevereiro. Mas tem para todos os meses do ano.

Todos os meses.

...

É... definitivamente tá faltando fandango na minha vida.

Abraço a todos.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Daí não adianta

Toquei algum fandango nas últimas duas décadas, ou quase, e se bem lembro já naquele tempo a música "Fundo da Grota", do grande Baitaca, já era presença constante no repertório de todos os conjuntos gaúchos.

Aliás, tem um universo de músicas, 30 ou mais, que tem que tocar sempre: Tordilho Negro, Sonhando na Vaneira, De Chão Batido, Criado em Galpão, Nossa Vaneira, Lembranças e por aí vai. Pois, Do Fundo da Grota, já desde sempre é figura carimbada nos bailes. É dessas que não dá para não tocar.

Só que foi só em 2019 que ela ganhou uma notoriedade que ultrapassa o universo dos fandangos. Graças ao projeto "Santo Fole", do gaiteiro Paulo Kaspczak, ex-Talagaço, que nas redes sociais e You Tube lançou o bordão: "se não tocar o Fundo da Grota, daí não adianta".

Pegou e é de uma perspicácia bárbara. Muito bom!

Na semana que passou cruzei pelo belo estado vizinho de Santa Catarina, a serviço, e pude constatar que o sucesso "Do Fundo da Grota" chegou até às mais paradisíacas praias.

E que bom.

O Baitaca é um cara gente boa, simples, enfim, é o que se vê. Tive a satisfação de dividir o palco com o taura, certa feita, no CTG Essência da Tradição em Novo Hamburgo. Show do Baitaca e baile com  grupo Fandangueiro.

Bons tempos.

Feliz pelo sucesso do Baitaca.

E se não tiver Fundo da Grota, daí não adianta.

Bom final de semana a todos.

Abraço.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Volta a Lomba

Hoje, retoma-se a já tradicional Noite Gaúcha da Sociedade Lomba Grande, tradicional ponto de encontros dos gaúchos e gaúchas no Vale dos Sinos.

Para começar com o pé direito, João Luiz Corrêa e grupo Campeirismo.

Certeza de sucesso!

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O músico Ervan Silveira, gaiteiro, cantor, baterista, não faz mais parte do grupo Manotaço, da cidade de Tapejara.

Segundo o próprio, em sua rede social, saiu por vontade própria.

Sucesso, então.

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Se janeiro já tava meio azedo, no tocante a tradicionalismo, agora ainda piora um pouco porque até os assuntos estão mais escassos.

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Hoje o coice é mais curto que os de porco.

Abraço a todos.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Rodeio da Vacaria

O maior rodeio crioulo do Brasil, quiçá do mundo, abre as cancelas amanhã. Falo do 33º Rodeio Internacional da Vacaria, evento que reúne a fina flor do tiro de laço, além daqueles amantes da nossa tradição como um todo.

Gineteada e tiro de laço em quantia. A premiação também é condizente com o tamanho do festival.

Ademais, ainda reúne os maiores músicos da nossa música, embora a edição de 2020, lamentávelmente, não conte com a participação dos dois maiores grupos da atualidade: Os Serranos e Os Monarcas. 

Segue a programação dos bailes:


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12º CANTE UMA CANÇÃO

O já tradicional e, hoje, um dos maiores festivais nativistas do RS também ocorrerá junto ao Rodeio da Vacaria, hoje (01) e amanhã (02).

E não foi desta vez que vimos um bugio classificado:

1- ANDEJO
(Vaneira)
Letra: Matheus Neves da Fontoura – Porto Alegre/RS
Melodia: Marcelo de Araújo Nunes – Santana do Livramento/RS
2-CAMINHADOR
(Milonga)
Letra e Melodia: Érlon Péricles – Porto Alegre/RS
3- CAMPEADOR
(Chamarra)
Letra: Helvio Luis Casalinho – Pelotas/RS
Melodia: Adriano Gomes – Santana do Livramento/RS
4- CHIMARRITA
(Chimarrita)
Letra: Filipe Calvete Corso/Paulo Osório Lemes – Pelotas/Santana do Livramento/RS
Melodia: Kiko Goulart – Lages/SC
5- EU, CORDEONA
(Milongão)
Letra: Giovani “Dôdo” Gonzales – Santana do Livramento/RS
Melodia: Marcelinho Nunes – Santana do Livramento/RS
6- GADO DE POBRE
(Chamamé)
Letra: Leonardo Borges – Santana do Livramento/RS
Melodia: Pedro Terra – Bagé/RS
7- MINHA ESTIRPE CRIOULA
(Milonga)
Letra: Adriano Alves – Uruguaiana/RS
Melodia: Jari Terres – Pelotas/RS
8- MULA VEIACA
(Chamarão)
Letra: Evair Suarez Gomez – Santana do Livramento/RS
Melodia: Juliano Gomes – Santana do Livramento/RS
9- NA TRANÇA DA PRIMAVERA
(Chamarrita)
Letra: Antônio Sá – Bagé/RS
Melodia: Pedro Terra – Bagé/RS
10- O PRIMEIRO ROMANCE
(Chamarra)
Letra: Sergio Carvalho Pereira – Rio Grande/RS
Música: Cristian Camargo – Candiota/RS
11- QUE EU VOLTO FIM DE SEMANA
(Milonga)
Letra: Gujo Teixeira – Lavras do Sul/RS
Melodia: Vitor Amorim/ Kiko Goulart – Lages/SC
12- RITINHA, OLHOS D’ÁGUA
(Chamarrita)
Letra: Leonardo Charrua/Luis Rosado – São Leopoldo/RS
Melodia: Leonardo Charrua – São Leopoldo/RS
13- SOMBRAS QUE VIVEM
(Chimarrita)
Letra: Jayme Caetano Braun (In Memorian) – São Luiz Gonzaga/RS
Melodia: Juliano Gomes / Ricardo Comassetto – Santana do Livramento/ São Luiz Gonzaga/RS
14- TEMPO BENDITO
(Chamamé)
Letra: Dorival Godoi – Palmeira das Missões/RS
Melodia: Tomás Cechinato/Tobias Cechinato – Vacaria/RS


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Todos os caminhos nos levam à Vacaria.

Abraço a todos.