terça-feira, 29 de novembro de 2022

Findou novembro

 E o penúltimo mês do ano vai preparando para fechar sua porteira. Não vou negar que estou só pela chance da parada no final do ano, mas ainda temos alguns dias importantes pela frente e junto deles importantes questões a serem resolvidas antes que seja possível apertar o botão do pause. 

Nunca é muito mais do que isso, é bem verdade.

Findou novembro, enfim.

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Difícil falar de Copa do Mundo de futebol por aqui, quando não se está a rigor acompanhando. A verdade é que vai algum tempo que o assunto e a própria competição já não me cativam.

Aliás, o futebol como um todo não tem me animado muito.

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Dias atrás caminhei pelo centro de Novo Hamburgo e cada vez mais coisas tradicionais dão lugar às fúteis. Mas não é somente no centro.

Numa rótula conhecida da cidade onde desde que passei a morar na cidade havia um bar, o prédio foi demolido e, adivinhem?

Já tem uma farmácia em seu lugar.

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Obviamente tal realidade não é somente em Novo Hamburgo. É a tônica da maioria das cidades.

Minha São Chico mesmo vai apagando parte de sua história e reescrevendo outras.

Receio que o que vem de novo, todavia, não tenha tanto para mostrar as gerações futuras. 

Infelizmente.

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Estes dias recordei de olhar para uma empresa que historicamente enfeitava sua fachada com luzinhas de natal. As vezes mal terminava outubro e já fazia. 

Algum tempo não tenho visto mais e este ano, novamente, parece que vai passar em branco.

A verdade é que por aqui muita gente já abandonou essa relação de fantasia para com a data.

Uma pena.

O mundo poderia ficar, ao menos por um tempo, mais colorido.


Findou novembro. Findará em breve 2022.

Boa semana a todos.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Tropa Véia

 Sei que venho batendo bastante nesta tecla por aqui, mas os movimentos no meio musical nesta finaleira do corrente ano indicam muita coisa para o vindouro.

O ano de 2023 pode marcar um recomeço para música gaúcha, um movimento que vimos em meados da década de 1990 e que agora parece querer voltar. Inclusive, com atores que já estavam afastados dos palcos e planejam retornar ao cenário musical fandangueiro.

Aguardemos...

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Neste contexto, um dos conjuntos que marcou época e fez história na música do Rio Grande do Sul está retornando: OS FARRAPOS.

Inclusive, vejam o belo ônibus da banda:



No tocante à formação dos integrantes, ainda é um mistério. 

Em breve traremos notícia aqui.

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Os Maragatos também estão novamente na lida, sob o comando musical do grande gaiteiro Everson Canhoto.

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Amanhã (sábado), tem Moisés Oliveira & grupo Vozes do Campo no DTG Camboatá (Soc. Atiradores) em Novo Hamburgo.

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Também no sábado, no CTG Sentinela da Tradição em Igrejinha, tem fandango com Volnei Gomes & grupo Cantando o Rio Grande.

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Os Mateadores tocam baile na cidade de Bom Jesus, amanhã.

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Na sociedade 30 de Novembro, em Saíranga, tem domingueira com o grupo "Tropa Véia", projeto do amigo Márcio Rosa com músicos que passaram por conjuntos da região, como Tchê Moçada, Tertúlia Gaúcha e outros.

Pra bailar e matar a saudade.

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Falando em tropa véia, tem projeto novo do grupo Quero-Quero surgindo e vai marcar época.


É a tropa véia ressurgindo com galhardia e talento.


Bom final de semana a todos. 

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Festa dos Músicos

 Em comemoração com o dia do músico, que é justamente hoje, haverá um grande fandango de integração na Sociedade Gaúcha de Lomba Grande, em Novo Hamburgo.

Será um Super Terça Gaúcha, com dois palcos simultâneos e diversas atrações:



Confirmada também a presença de Mano Lima.

Todos os caminhos nos levam à Lomba Grande.

Parabéns aos colegas e amigos pelo Dia do Músico!

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Quisera no dia do músico perdermos Erasmo Carlos, falecido aos 81 anos de idade.

O Tremendão é mais uma insuperável perda para a música e a cultura brasileira.

Sentimentos aos familiares e amigos.


Boa semana a todos.

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Novos tempos

 Com o advento da pandemia que assolou o mundo, a situação dos artistas ficou muito difícil. Não foi nem uma, nem duas vezes que tratei desse tema aqui. Eu que já vivi na área por algum tempo, ficava bastante angustiado com o padecimento de colegas e amigos músicos.

Mas, tal qual o campo dos campos dobrados da minhas serra gaúcha, que depois da sapecada o pasto se renova e o verde volta com ainda mais cor, parece que os astros, enfim, vêm se alinhando em prol dessa classe e muita coisa boa vem por aí.

Inclusive no que compete a estrutura das bandas.

Enfim, novos tempos para a música gaúcha e nossos conjuntos de fandango.

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E por falar nisso, eis o novo ônibus do grupo Tchê Barbaridade:


Um belo 4 patas, vamos combinar.

Parabéns ao Tchê Barbaridade! Merecido.

Cada vez mais sucesso.

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Lembrando que a grande Festa de Integração dos Músicos na Sociedade Gaúcha de Lomba Grande será na próxima terça-feira, dia 22.

Com diversas atrações.

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No CTG Estância do Campo Grande, em Estância Velha, tem domingueira (19/11) com Os Monarcas.

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O Paralelo Festival, em São Francisco de Paula ocorrerá neste próximo final de semana, no Lago São Bernardo.

Dentre as atrações, shows com Alceu Valença e Oswaldo Montenegro.

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Segue por mais este final de semana a Festa das Rosas em Sapiranga.

São diversas as atrações.


Bom final de semana a todos.

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Há uma década (novembro)

Há uma década no Blog do Campeiro é uma seção que deveria ter começado aqui já em 2020, mas acabou ficando para 2021. Fez sucesso e seguirá em 2022. Assim, uma vez a cada mês, trarei uma publicação do mês que estamos só que há 10 anos atrás.


Vamos ver o que mudou no meu pensamento de lá pra cá, na vida de todos nós, além de curiosidades e lembranças.


Se bandiamo:


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No dia em que saí de casa... (Quinta-feira, 15/11/2012)

De fato o tempo passa. Parece que foi ontem, mas lá se vão mais de seis anos que coloquei a mochila nas costas e me ‘bandiei’ pra Capital. Confesso-lhes que num primeiro momento, eu mesmo me assustei com a troca da vidinha pacata pelo agito, trânsito e a criminalidade de Porto Alegre. Poucos meses depois, já transitava pelas ruas como se tivesse em casa e de lá, até hoje sinto saudade. Embora tenha ficado pouco menos de dois anos, a vivência do período me fez crescer como pessoa, enxergar a verdadeira realidade da vida além de aproximar-me ainda mais dos meus pais. Eu era um filho rebelde. Aliás, acho que ainda sou! Tomo decisões e coloco-as em prática antes mesmo de perguntar a opinião de alguém. Antes, porém, era mais “rebelde”. Minha rebeldia limitava-se aí e pode até parecer que não era nada, mas sei lá amigos e amigas, pai e mãe temos que respeitar sempre, mesmo quando defendem coisas sem nexo algum.

Depois, voltei para casa. Consegui uma transferência do meu emprego e retornei pro lar. No início, só alegria; com o passar do tempo as coisas foram voltando a sua normalidade e a constante rotina. A rotina não é muito legal. Diga-se de passagem, tenho sérias dificuldades em me limitar a uma coisa por muito tempo. Isso não significa que abandono-a, mas sim, que trato de dar um “gás” naquilo que parece estar perdendo a carreira para a comodidade. É da vida. Para quem ainda não encontrou o seu verdadeiro destino é muito pior, tendo que viver numa rotina que liga o nada a lugar algum. De fato o tempo passa. Parece que foi ontem, mas lá se vão mais de seis anos que coloquei a mochila nas costas e me ‘bandiei’ pra Capital...

Passou tanto o tempo que cá estou eu, hoje, de malas prontas novamente para seguir o destino que a vida me deu. Desta vez, não parto com o objetivo de voltar, não como residente, mas tão somente como visitante. Chego o dia em que a gente olha para trás e enxerga que tudo que fora construído até então já não te basta mais. Chega o dia em que a gente olha para trás, enche os olhos de lágrimas, mas segue firme mirando para frente. Talvez os pais nunca compreendam os motivos de sairmos de lá, das asas deles; e aqui, com todo respeito parafraseando a música, mas, no fundo, eles sabem que os filhos são como pássaros, que depois que crescem querem voar. E voam. Eu hoje estou batendo asas e seguindo meu destino. Sem olhar para trás e sem esquecer do caminho que me leva aos meus, àqueles que amo. E como amo!

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Uma década se passou e eu ainda sigo a procura do meu lar.

Bom feriado a todos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Talento não se renova

 Eu não sou ninguém na música, mas me permito gostar e apreciar o que realmente é bom. E para ser bem honesto, não consigo me apegar ao argumento raso de que quem alcança o sucesso é de fato um bom profissional, um bom músico ou bom cantor. Isso na música, obviamente. 

As vezes o sucesso é meramente sorte e tem muitos exemplos aí para não me deixar mentir.

Nem iria vir aqui neste início de semana, ainda que devesse para fazer uma referência ao músico e cantor Bebeto Alves, que faleceu na última segunda-feira. Não era regionalista, mas transitava por este meio com apurada galhardia. 

Quando possível, escutem a composição "Milonga Orientao", parte de sua autoria.

Para piorar um pouco mais, surgiu agora no final da manhã a notícia do falecimento da cantora Gal Costa, aos 77 anos.

Uma das maiores e mais belas vozes da nossa música e da nossa cultura.

EDITADO: à tarde, noticiou-se o falecimento de Rolando Boldrin, cantor, apresentador, poeta e um dos maiores fomentadores da cultura e da música popular do Brasil. Ele tinha 86 anos e é mais uma perda irreparável!

E a cultura do Brasil que se fez história vai morrendo aos poucos, uma vez que não mais se renova com o mesmo talento.

Onde vamos parar?

Não sei, mas em algo pobre. Muito pobre, certamente.

Sentimentos aos amigos e familiares de Gal Costa, Rolando Boldrin e Bebeto Alves. 

Meu pesar à música e à cultura brasileira.

A música a cada dia vai ficando mais triste.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Chasque primeiro de novembro

 Não vou adentrar no mérito das paralisações decorrentes do desgosto de alguns com o resultado das eleições. A rigor, até agora, trouxeram muitos prejuízos e pouco perspectiva para o Brasil, inclusive com o fim de alcançar o país que almejam. Impediram consultas médicas, tratamento de saúde e até um transplante. É lamentável só para dizer o mínimo!

Eleição se ganha e se perde, não tem empate. Quem ganha que cumpra o que prometeu e quem perde que melhore seu projeto porque logo tem outra. 

A democracia por aqui é no voto e tem que respeitar a soberania do mesmo. Mesmo  quando não se gosta do resultado. Fazer o que... É levantar do tombo do pingo, bater a poeira das bombachas, enfiar o chapéu na cabeça e montar de novo, afinal, a estrada vai continuar.

E diante do quadro, muitos fandangos tiveram de ser desmarcados pois as nossas bandas não irão conseguir chegar ao local de destino a tempo.

Todo mundo perde, enfim.

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A Super Terça Gaúcha da Lomba Grande programada para o próximo dia 22/11, evento de iniciativa dos músicos no 2º Encontro de Integração, já tem promessa de presença de alguns grupos como Os Monarcas, João Luiz Corrêa, Tchê Guri, Grupo Cordiona e outros.

Mais próximo da data, anunciaremos todos os participantes.

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Também na Sociedade Gaúcha de Lomba Grande, terá evento de abertura do Rodeio da entidade, dia 29/11 com o grupo Lendas do Sul e Sandro Coelho & Banda.

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O contrabaixista Leandro Ramos, o Leleco, com passagens por Os Mirins, os Mateadores - dentre outros grupos, é o novo integrante do grupo Fundo da Grota, que acompanha o cantor Baitaca.

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O gaiteiro Gustavo Michelon não mais integra o grupo Chiquito & Bordoneio.

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No primeiro final de semana de dezembro tem Rodeio Interestadual em São Francisco de Paula.

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Sábado, dia 05, tem jantar baile de aniversário do GT Sepé Tiaraju, de São Leopoldo.

Fandango é por conta de Moisés Oliveira e grupo Vozes do Campo.

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Igualmente no sábado, tem show com Dante Ramon Ledesma na cidade de Três Coroas, no Vale do Paranhana.

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Vai até dia 16/11 as inscrições para composições à 44ª Califórnia da Canção Nativa.

O maior festival do nosso Rio Grande será entre os dias 07 e 10/12 em Uruguaiana.


Bom final de semana a todos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

O vento, sempre ele

 Pode parecer pieguice ou crendice barata. Mas se talvez eu esteja longe de ser um homem de fé, infelizmente, algumas coisas me marcaram bastante e gosto de repetir à exaustão quando assim acontece. Falo das minhas crendices e pieguices.

Tal qual a questão do vento de finados.

Ouvia quando guri, lá nos confins da Cazuza Ferreira, terra pela qual nutro boas lembranças, sobre o vento de finados, quando os mortos tentam mostrar que ainda estão conosco,mesmo que apenas naquele momento. Óbvio que acredita quem quer e eu mesmo nunca consegui ser tão crente nisso, porém neste mundo de superficialidade atual, quero crer que passar um pouco disso adiante às novas gerações mal, ao menos, não fará.

Alguns povos levam finados mais a sério que nós brasileiros, que pouco ou nada parece que levamos a sério. Nossos avós e até mesmo pais levavam mais a sério a relação com finados. Mas isso foi noutro tempo.

Só que o vento persiste. 

O vento de finados.

Quando os mortos de alguma forma voltam para que nunca sejam esquecidos.

O vento, sempre ele.