segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

A coisa anda osca

 Meu povo a coisa anda osca. Falo-lhes do que viraram as redes sociais, cada um puxando pra um lado em suas opiniões, tipo um cabo de guerra. Todos querem ter razão e para isso compram brigas sem solução e banais. 

A verdade é que quase ninguém tem razão.

Quando surgiram as redes sociais tinham a perspectiva de aproximar as pessoas, fazer com que talvez percorrêssemos o mundo sem sair do sofá da sala de casa. Mas, com o passar do tempo, virou voz daqueles que nunca tiveram. Não falo de classe social ou gênero, mas de pessoas que nasceram para ser coadjuvantes mesmo, porém, por detrás duma tela de computador, passaram a escrever tudo que é tipo de coisa, despejar tudo que tinham no baú da mente. E de forma muito confortável e conveniente, afinal, bastava apagar se a reação fosse muito ruim ou se alguém alertasse se tratar de uma imensa bobagem.

Ainda assim, eram caos pontuais. Não mais agora, entretanto.

Decidiu-se que rede social virou palanque político. Aliás, nem dá para chamar assim. Ora, eu nasci e cresci às voltas de palanques políticos e o que se vê agora nem é discussão em torno de política, a melhor ou pior para o povo, país, estado e cidade; é fanatismo mesmo. Deliberado e burro.

Fanatismo deliberado e burro.

O que mais me assusta é que pessoas reconhecidas pela sociedade, sóbrias (a princípio) e polidas, respeitadas - ademais, também estão caindo nas armadilhas do divergir tolo das redes sociais, que a lugar algum levam, na maioria das vezes.

A coisa anda osca.

Isso, pois, aí pessoas que têm opiniões, quase sempre relevantes, passam a não mais abrir suas bocas. Afinal, quem é minimamente inteligente logo pensa: pra quê meter a mão num ninho de vespa de forma gratuita?

Com isso, os problemas da sociedade não são encarados da forma como deveriam. Discutidos e debatidos como deveriam. 

O que resta é uma briga de egos, opiniões desconexadas, desinformação e tolice. Quase sempre, sem generalismos, obviamente.

Mas que a coisa anda osca, isso anda. E qual nosso futuro?


Boa semana a todos.

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