quarta-feira, 2 de novembro de 2022

O vento, sempre ele

 Pode parecer pieguice ou crendice barata. Mas se talvez eu esteja longe de ser um homem de fé, infelizmente, algumas coisas me marcaram bastante e gosto de repetir à exaustão quando assim acontece. Falo das minhas crendices e pieguices.

Tal qual a questão do vento de finados.

Ouvia quando guri, lá nos confins da Cazuza Ferreira, terra pela qual nutro boas lembranças, sobre o vento de finados, quando os mortos tentam mostrar que ainda estão conosco,mesmo que apenas naquele momento. Óbvio que acredita quem quer e eu mesmo nunca consegui ser tão crente nisso, porém neste mundo de superficialidade atual, quero crer que passar um pouco disso adiante às novas gerações mal, ao menos, não fará.

Alguns povos levam finados mais a sério que nós brasileiros, que pouco ou nada parece que levamos a sério. Nossos avós e até mesmo pais levavam mais a sério a relação com finados. Mas isso foi noutro tempo.

Só que o vento persiste. 

O vento de finados.

Quando os mortos de alguma forma voltam para que nunca sejam esquecidos.

O vento, sempre ele.

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