quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Sou Gaúcho, sim Senhor!

 Por vezes, "vagueando" pela solidão que existe em mim mesmo, paro e penso o 'porquê' de ser gaúcho. Por que, afinal de contas, orgulha-me estampar uma bombacha e um lenço colorado no pescoço? O que me leva a erguer a bandeira do Rio Grande e defender o tradicionalismo, seja em cima do palco, seja aqui neste blog ou, na minha vida: no dia-a-dia? 

Poderia cantar qualquer coisa, seja música popular brasileira, ou rock, ou sertanejo. Poderia tanta coisa né? Sim. Porém, Deus me fez Gaúcho, e quando você é gaúcho, inegavelmente você gosta do gauchismo - ainda que isso pareça mera redundância. Você pode não manifestar, mas gosta. 

Contudo, ainda assim eu não conseguia compreender o que me fez ser tão gaúcho. Na minha família, a bombacha é tradicional, mas nunca ninguém nos obrigou a usar. Ninguém nunca me forçou a entrar num CTG, a cantar o hino do Rio Grande e as coisas do Rio Grande. Nada me foi imposto e, ainda assim, eu gosto mesmo é de colocar as minhas bombachas, de estar com um lenço no pescoço e o meu chapéu de aba larga. Mas por quê?
Isso eu sempre me questionei! 

Até que chegou um dia que eu entendi: sou gaúcho pois corre nas minhas veias um sentimento chamado gauchismo. Gaúcho é uma raça, um povo de brio, sim, mas acima de tudo é ter correndo nas suas veias um sentimento que dá força pra continuar a peleia sempre. Um sentimento que me obriga a disseminá-lo por todos os cantos deste mundo. Algo que vem de dentro de mim. Eu escolhi a música, e através do das minhas composições e do que já cantei tenho absoluta certeza que transmito esta minha sina de Campeiro.

Quando me perguntam que tipo de música tocava (e toco), e digo que é gaudéria, vejo uma admiração nos olhos das pessoas. As pessoas veem em mim algo que elas queriam ser. Admiram o meu gosto por divulgar o que é do Rio Grande e isso minha gente, espalhar o que é do Rio Grande e bem feito, é o meu maior reconhecimento. 

Que o Patrão Velho permita que eu esteja sempre às voltas destes pagos; porém, se algum dia ficar mais longe se fizer necessário, de bota, bombacha, chapéu e o lenço no pescoço, vou chegar em algum outro rincão deste mundo gritando que sou do Rio Grande e que eu sei da onde venho.

Sou Gaúcho, sim Senhor!

Viva o 20 de Setembro! Viva o Rio Grande! Viva o povo gaúcho!

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