segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Hombridade, momento e humildade

Os anos de 1999, 2000 e 2001 foram áureos para minha carreira futebolística. Em grande forma, me destacava em minha atuação embaixo dos três paus no futebol de salão. Sim eu era goleiro. Lembro-me que minha fase era tão boa, que até pênalti a queima roupa certa vez eu defendi. E olha que defender qualquer pênalti no Futsal já é complicado, a queima roupa então... Aí veio o ano de 2002 e com ele umas mudanças de realidade. Por falta de tempo, acabei abandonando o time do UJR e e futebol de certa forma. Perdi ritmo de jogo e, lamentavelmente, acabei por não mais conseguir repetir as boas atuações de outrora. Quando tentei retomar a minha “carreira” futebolística, sofri uma séria lesão num tendão do joelho direito, o que, acabou por sepultar as minhas pretensões. Depois disso até voltei a jogar bem, mas em situações esparsas. Nunca mais fui o mesmo. Ahhh, os áureos anos de 1999, 2000 e 2001.
No ano de 2007, o goleiro do Internacional Renan, foi elevado a condição de titular do time colorado pela 1ª vez. Na época, o multi-campeão Clemer já estava iniciando seu processo de encerramento da carreira. Mostrou maturidade e talento que o levaram a seleção e posteriormente ao mercado europeu, mais precisamente, a Espanha. Retornou ao Internacional na metade deste ano e de pronto, foi alçado novamente a condição de titular mandando o também multi-campeão, Pato Abbondanzieri, para a reserva. Passada a parada para Copa, Renan deu os primeiros sustos nas ultimas partidas da Libertadores, mas, tendo em vista o título, ficaram em segundo plano. Ao longo da seqüência do Campeonato Brasileiro, voltou a ter boas atuações, mas nada que lembrasse o velho Renan. Não tardou a voltar a falhar novamente. Vale lembrar os dois gols do Marcos Assunção pelo Palmeiras e do Renato Abreu pelo Flamengo. Até eu que sempre tive esperança comecei a perdê-la. Aí, ontem veio o grenal. Ainda que o colorado não tenha feito uma partida brilhante, neste tipo de jogo sempre é possível a vitória. Pois bem. Ao meu ver, o goleiro Renan foi novamente responsável pelos gols do time adversário. Os dois gols poderiam ser evitados e não foram.
Quando fui acometido pela lesão em meu joelho, tentei forçar a barra e voltar a jogar. Lembro-me que tinha um campeonato na seqüência e então parei de treinar semanas antes para poder conseguir suportar mais um campeonato. O último talvez. Aí retomei a minha condição de titular e levei três gols no primeiro jogo. O único que perdemos. Faltava-me mobilidade, afinal, o joelho me limitava bem como a possibilidade de dor. Depois, as semanas parado prejudicaram meu condicionamento e meus reflexos. Terminado o jogo, ainda no calor da derrota, comuniquei aos meus companheiros de time que a partir dali o Anderson, meu reserva, seria o titular. Eu não podia comprometer o time em nome de um último campeonato. O derradeiro. Valeu no fim, a minha hombridade em reconhecer que não era o meu momento. No fim, o time foi o campeão e isso foi o que mais importou.
É chegada a hora de o Renan ter a mesmo hombridade e reconhecer que não é o seu momento. Não só ele, mas todo o time só tem a ganhar. Mas isso, é questão de princípios e acima de tudo, de humildade.
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Forte abraço e uma boa semana a todos.

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