terça-feira, 28 de julho de 2020

Perdas

São sempre irreparáveis, as perdas. A dor dos que ficam geralmente é incalculáveis, afinal, quem nos deixa é pai ou mãe de alguém; avô ou avó de alguém, filho de alguém; irmão de alguém. Enfim: o amor de alguém ou de muitos "alguéns".

Não há como não lamentar a cada vida que se vai. As tantas que hoje estão indo por causa desta peste desgraçada.

Muitos ficarão para a história e outros quem sabe a maioria já haverá de esquecer daqui amanhã.

E isso é o que mais dói para quem fica. E com dói. 

Num domingo qualquer, neste mês que corre, passei caminhando em frente a casa da vó Neuza, a querida Vovó, pela primeira vez desde que ela se foi. No automático eu olhei para o lado e esperei (esperei mesmo) enxergar ela na janela debruçada me convidando para entrar. Daí me dei conta que eu podia ter entrado tantas vezes e por tanto tempo e simplesmente não fiz, porque enxergava a vida de maneira abstrata, com se isso nunca fosse acontecer um dia: o meu lamento por ela não poder estar mais debruçada naquela janela.

E como dói a dor da saudade. E como dói.

***

Eu sou um músico gaúcho que gosta muito de música gaúcha. Mas acima de tudo, eu gosto de música boa.

Portanto, lamento o falecimento de Renato Barros, ao 76 anos. Líder da banda Renato e Seus Blue Caps, morreu em decorrência de severo problema cardíaco.

Não vai muito, a banda esteve em NH e eu muito quis ir ao show, apesar do espanto de muitos, afinal, o sucesso deles remete a antes mesmo de eu ter nascido. Acabei não indo. Perdi a última e única oportunidade.

Sua música, felizmente, ficará na história.

***

Essa porcaria (a tal peste) levou o jornalista do SporTV Rodrigo Rodrigues, de apenas 45 anos. Sempre se mostrou um cara divertido e do bem. É o que os amigos e colegas confirmam agora em sua homenagem.

Uma lástima sua morte.

Minha solidariedade aos familiares, amigos, e fãs de ambos.
Perde a cultura brasileira, como um todo.  

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