segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Ciclos

 Já fiz tantas mudanças na minha vida (sim, mudanças - quer de moradia quanto de local de atuação profissional) que criei a ideia própria que ela é feita de ciclos. E se por um lado isso me deu a chance de renovar e começar de novo algumas vezes, por outro dá a sensação de que, a rigor, eu não consigo criar vínculos duradouros. 

Aí surge o tédio; do tédio ao desalento; do desalento à decepção. Pessoal e profissionalmente.

No quesito moradia, por exemplo, não vai muito meu recorde era 9 anos na mesma cidade, isso em São Chico e ainda assim de forma relativa, já que lá mesmo eu troquei de endereço pelo menos duas vezes (morei, inclusive, cerca de um ano na gloriosa Cazuza Ferreira). Então, o local em que me encontro agora já pode ser considerado recorde: no início do próximo mês fecho 7 anos. Na mesma casa e na mesma cidade. Nunca aconteceu antes.

Na questão profissional não foge muito disso, ainda que eu esteja há uma década no meio atual e, o local físico de atuação, não necessariamente implica na minha forma de trabalhar. Mas dentro dos vários nichos da advocacia, admito que estou num momento que beira a encruzilhada: confesso que ando cansado de dar murro em ponto de faca. Em paralelo, começo a questionar algumas decisões tomadas por mim mesmo, lá atrás, e que vejo agora que não foram as ideais. Na advocacia tem muito do sonho que coaduna com a história da vocação. Ambas podem ser apenas miragem de algo que acaba sendo impossível, já que improvável mudar o sistema enraizado.

Isso tudo para dizer que estou um pouco cansado da minha rotina, particularmente em razão de alguns rumos os quais não dependem do meu total controle. Muitas coisas acontecem apesar da minha atuação, ainda que sempre diligente, e fica parecendo que a culpa sempre recai somente nos ombros do advogado.

Enfim, um momento apenas de cansaço que talvez logo passe.

Nesse ciclo (vicioso ou não) que é minha vida que a meu ver precisa de mutação constante, talvez minha principal meta deva ser, oportunamente, conseguir acalentar o meu coração agoniado. Ou é isso ou provavelmente vou viver de forma cigana uma vida toda o que, convenhamos, também não me trará lucro algum, provavelmente.

Por enquanto, todavia, sigo nesse mar de dúvidas e algumas aflições. Como não devo ser especial, isso deve acontecer com muitos que por aqui frequentam, optei por falar. Quem sabe de alguma forma possa ajudar alguém ou mesmo ser ajudado?

Aguardemos.

Enquanto isso, boa semana a todos.

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