terça-feira, 28 de março de 2023

Alguns ritmos vão definhar

 Há algum tempo tenho notado que além de cada vez mais efêmera, a vida atual está consolidando um bando de gente preguiçosa. Antigamente líamos livros impressos; depois passamos para as versões digitais; aí vieram as "resenhas faladas" no youtube e nos tais dos "podcasts". Agora, não bastasse tudo isso, as pessoas já não tem mais "saco" para arquivos de áudio ou vídeo muito extensos.

Ou seja: o povo quer saber de tudo um pouco da forma mais resumida possível.

Com isso, temos muito opinadores de muito e (muito) poucos conhecedores de alguma coisa.

O futuro nos reserva tempos sombrios. Uma geração não de idiotas (com a atual em qual me incluo - para ser justo), mas de imbecis.

Deus nos ajude!

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Numa entrevista que concedeu ao cantor e líder do grupo Quero-Quero - André Lucena, programa "Pé no Estribo", da Rádio Bem Gaúcho, o gaiteiro e líder do grupo Os Tiranos - Angelo Marques, levantou uma questão pertinente e preocupante.

Com o advento das modernidades e esta vida efêmera (e preguiçosa) que referi, as bandas não gravam mais discos, pois o público não se apega mais a isso. Surgiram então os singles, trabalhos pontuais de uma, duas, se muito três músicas lançadas em plataformas de musica ou redes sociais.

Embora pareça produtivo trabalhos assim, mais enxutos, a verdade é que a necessidade comercial leva ao lançamento quase que só de vaneiras. Portanto, temos uma chance nefasta de fazer certos ritmos da nossa música gaúcha definharem.

Se já definha a rancheira, por exemplo, que a maioria já nem gravava mais, imaginem os outros daqui para frente. A exceção de chamamé e vez ou outra milonga que tem ainda algum apelo comercial, ritmos como xote, bugio, chamarra e os já citados, não veremos mais de forma inédita.

E a vida breve vai matando o que presta.

Deus nos ajude!

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Enquanto isso, da minha parte, aproveito das ditas "plataformas" para acessar trabalhos que são obras primas e muitos infelizmente já esqueceram.

Exemplo?

O disco "Um Toque Campeiro", do grupo Os Campeiros (Caxias do Sul), lançado em 1995.

Um balaço!


Abraço e boa semana a todos.

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