terça-feira, 25 de julho de 2023

Pé de goiabeira

Já falei dessa história por aqui, que é minha própria, e acho que vez ou outra se torna bem razoável de se repisar:

Aquele pé de goiabeira, é bem verdade, quando alcançava seu ápice a cada novo ciclo trazia um pouco de sujeira e um cheiro talvez não agradável à maioria das pessoas (a mim nem tanto, afinal, já tinha experiência com um pé de caqui na casa dos meus pais). Mas, então, o vizinho resolveu cortar e de lá para cá minha casa nunca mais para(ou) limpa. É como se a árvore fosse escudo para a sujeira que vem da rua de baixo, afinal a que passa na frente nem é movimentada para tanto, minha casa é no meio do terreno para o fundo, enfim.

Acredito que aquele pé de goiabeira também ajudava a combater o calor, no verão; ora, o sol nem batia tanto assim na minha casa nas tardes mais quentes do ano. Só que o vizinho cortou e já faz bastante tempo. Depois, o dono do terreno veio e fez mais um limpa. Sobrou um pé de laranjeira e olhe lá.

Não sei quem plantou aquelas árvores no terreno vizinho, mas elas claramente tinham um propósito. Como na sua maioria eram frutíferas, tinham dois propósitos, pois.

E assim parece ser a vida. Muitas vezes as coisas estão ali por um propósito que nos damos conta, quase sempre, tarde demais.

Tarde demais.

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Se não vi ou li errado, um casal de idosos que mora na região de Pelotas está há 12 dias sem luz. Sim, 12.

É uma vergonha sem precedentes.

Pelo visto a privatização tanto almejada da CEEE não está sendo tão eficaz assim. Como se pensava e dizia.

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Eu era estudante ainda e ouvi de um grande advogado e professor uma história que guardei pra vida. Repousara sob o seu talento a missão de defender um prefeito de cidadezinha do interior respondendo por improbidade administrativa, eis que havia permitido que se puxasse um "bico de luz" a um casebre aos fundos de uma área da prefeitura onde residia um casal de velhos muito pobres. Em suma, uma medida de conforto e, acima de tudo, de humanidade. Duvido que qualquer morador daquela cidade se importasse de ter de "arcar" com aquela medida diluída em seus impostos.
Mas foi acusado igual. O advogado defendeu o prefeito pro bono (gratuitamente), o que eu também faria se fosse chamado à defesa. Resultado: absolvição.

Em suma, as vezes a justiça até que consegue alcançar seu objetivo. É pena ser somente as vezes.

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As vezes penso em me arriscar em coisas novas. O problemas é que tenho um medo louco de tudo que é novo.

Sou um taura dos antigos. 

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A reinauguração do galpão da Sociedade Gaúcha de Lomba Grande será dia 29/08. Baile com Os Monarcas.

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Peguei um trem, ontem. Uma viagem brevíssima cruzando por apenas duas estações. Não deixei de perceber e lamentar, contudo, pelo que já não mais existe pelo caminho.

E a cidade se vai sem deixar rastros do que já foi.

Abraço e boa semana a todos.

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