sexta-feira, 11 de abril de 2008

Em São Chico sem potência

Hoje quando me sentei à frente do computador comecei a pensar num tema para postar nesta sexta-feira, e confesso-lhes que encontrei dificuldades. Pensei em escrever sobre as notícias da atualidade, ou fazer divulgação dos eventos da região, mas nada me chamou atenção ao ponto de virar um texto consistente. Numa última e derradeira tentativa de encontrar dentro da minha cabeça uma inspiração, finalmente consegui achar uma luz. Resolvi por em prática mais um quadro neste blog. Quadro? Vocês devem estar se perguntando que bicho é esse.
Realmente eu ainda não havia mencionado sobre a existências destes “quadros” aqui. A situação é a seguinte: resolvi fazer dois tipos de histórias, que fogem o pouco dos casos do cotidiano, ou lançamentos, ou eventos e etc. Serão eles os Casos de Galpão (onde irei contar sobre histórias das mais variadas - divertidas, tristes, sérias... - sobre acontecimentos nas fazendas, nos rodeios, enfim, na lida de campo) e os Casos de Fandango, onde vou contar as histórias que passei como tocador e dançador nos fandangos por este Rio Grande. É cada história que vocês nem imaginam.
Pra começar, vamos de Casos de Fandango. O causo que vou contar agora, aconteceu numa matiné que tocamos em São Francisco de Paula:

Sábado, 06 de outubro de 2007:

Pulei cedo da cama, cinco horas da madruga, pois tinha que passar na casa do contra-baixista Juliano que iria comigo pra São Chico. Levei um susto numa sinaleira de Ivoti ( a saber onde moro por enquanto), pois um caminhão ultrapassou o sinal vermelho e eu tive que ir aos freios do Fuscão ( sorte que os freios, assim como o carro, são de primeira). Pensei em me pegar na buzina, mas naquela hora, bastante gente dormindo, não seria uma boa idéia. Recuperado do susto fui tranqüilamente até o bairro Canudos em Novo Hamburgo. Cheguei na casa do Juliano, e cadê o Juliano? Liguei, liguei, apertei a campainha e nada do borracho! Depois de meia hora de espera, me liga o dito cujo, dizendo que ia com um amigo de carona até São Chico e que nos encontrávamos lá. Peguei o rumo de São Chico, atrás de caminhão ia o Airton levando o equipamento. Cheguei em São Chico, no CTG Rodeio Serrano, por volta de oito horas da manhã. O caminhão chegou meia hora depois, mais ou menos, e começamos a descarregar o equipamento. Descarregamos e montamos mais ou menos. Mas não podíamos passar o som por um singelo motivo: o Juliano era também o técnico de som e ainda não havia chegado. Ele também tava com um amplificador. Por volta de nove horas da manhã chega o Juliano com uma cara de que tinha bebido todas na noite anterior (e tinha mesmo) e preocupado. Chegou falando de mansinho, enrolando, enrolando até que ele falou. A criatura esqueceu em casa o amplificador, o mais potente. Como veio direto da farra, não passou em casa e por isso não se lembrou do equipamento.
Minha primeira atitude, foi de pular no pescoço dele e esganá-lo, porém fui contido pelos demais. Começamos a pensar numa forma de compensar a falta do equipamento. Peguei o carro e saí pela cidade a procura de quem me emprestasse a potência. Rodei, rodei e nada. Numa última atitude desesperada, me propus a alugar de um cidadão que tinha equipamento musical, mas os demais não concordaram. Ficou decidido que íamos tocar só com uma potência para médios e agudos. Deixaríamos os graves desligados. Para tanto será necessário colocar o cubo do contra-baixo de frente para o público e o baterista ia ter que bater forte na bateria. Confesso que achei que não ia dar certo. Não almocei direito, fiquei tenso.
Exatamente às treze horas e cinqüenta minutos, iniciamos o fandango. Um sucesso!
Moral da história, apesar do equipamento trabalhando pela metade, “matamos a pau” na parte musical e saímos de lá aplaudidos. No fim do baile estava um bagaço, mas feliz, pois tínhamos conseguido realizar um feito e tanto. Realmente pela música realizamos até o impossível. Velhas e boas lembranças.

Grande abraço a todos e um ótimo fim de semana.

Nenhum comentário: