terça-feira, 6 de outubro de 2020

Campanha de verdade

Embora não tenha lá uma idade muito avançada, cresci vendo meu pai fazendo campanha política, num tempo quase que romântico, quando se pegava parelho na corrida do pleito muito mais em função da ideologia do que em razão do poder.

Hoje, convenhamos, os projetos são pelo poder e não para as cidades.

Veja-se que naquele tempo eu corria comício pelo interior de São Chico, sem exceção. Ou seja, até mesmo na Itagiba, tapado de mosquito borrachudo, o povo lá estava para ouvir os candidatos, muitas vezes na base do berro, já que sistema de som era precário.

Só que com o passar do tempo o povo da política perdeu o ânimo até para fazer campanha política. Comício de verdade eu não vejo há uma década; hoje virou moda fazer auê em rede social, fazer filmezinho bem produzido com com drone e sei lá mais o que, editado, ou seja, o vivente sequer precisa ser bom no discurso e na oratória.

A campanha política ficou glamourizada. 

Veja-se que a nova moda agora é fazer "adesivaço". 

Como se carro votasse ou superasse a velha forma de se divulgar o candidato.

Há limitação de contato e desnecessidade de aglomeração em função da pandemia?

Obviamente.

Mas alguém respeita isso por acaso aqui no Brasil?

Se fosse por este motivo, sequer eleição deveria ter, convenhamos.

Campanha de verdade ficou no passado. Assim como o comprometimento dos políticos para com o povo e a coisa pública.

Uma pena.

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