quinta-feira, 1 de outubro de 2020

O velho e o novo

Esses dias, me peguei contando à minha esposa sobre como era Novo Hamburgo quando da minha chegada, em 1996. Claro, mais atento a rua onde eu morava, e aquelas da volta do bairro. Tudo, na verdade, para chegar a conclusão que a história aos poucos vai se apagando, a medida que a arquitetura (que é uma forma de arte e de contar história) vai mudando, ao passo que antigas casas estão dando lugar a, na sua maioria, prédios verticais para melhor aproveitar o espaço. Na Aloysio Azevedo, então, a rua da minha primeira morada, a fotografia hoje é muito, mas muito diferente mesmo.

É o claro conflito entre o velho e o novo.

O tema aliás, não é recente por aqui, pois já abordei do mesmo em outras oportunidades, ainda que falando sobre Novo Hamburgo, cidade que me acolheu quando saí de São Chico.

Só que São Chico, a bem da verdade e aos poucos, está seguindo um rumo parecido.

Dias atrás por lá estive e comecei a me deparar com casas que não existem mais, que estão sumindo para que novas casas ou novos prédios sejam construídos ou mesmo repaginados, maquiando parte da história bonita da cidade.

Sei que sou saudosista, mas algumas realidades são diferentes das outras. Tem casas que são eternas. Nesse mesmo período, falava com uma cliente que foi explicar onde era o comércio que trabalhava, dizendo que ser onde era a fulana de tal, quando antes mesmo dela encerrar eu completei: sim, onde era o Rei do Frango? Momento em que ela se assustou por eu saber da história de um dos mais icônicos estabelecimentos comerciais gastronômicos de São Chico, que cheguei a ver já em decadência, mas ainda com as portas abertas.

Se tu falar em Bar Xodó, outro ícone, a nova geração franciscana não faz ideia do que estou falando. O que me perturba é que se um estabelecimento atual fechar, destes que abriram recentemente, tanto fez tanto faz, as pessoas se preocupam com o que vai abrir no lugar. Mas o Xodó tem uma geração toda que sente falta, como o velho cinema, o café do Paulista, a farmácia da Dona Zilá ou a Discolândia.

Isso é história que o tempo está transformando em pó. 

A questão é que dentre o claro conflito entre o velho e o novo, o velho sempre terá histórias para contar. Mas o novo, conseguirá tal façanha?

Pois é. Pois é. Pois é.

Boa semana a todos.

Nenhum comentário: