sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Coisas da vida


O simples fato de viver é uma das coisas mais complicadas de nossa vida. Quantas vezes um sonho comum se torna um devaneio real que nos deixa completamente transtornados? Seguidamente. Não podemos a maioria do que queremos e não queremos grande parte do que podemos. É, realmente a vida é muito estranha mesmo. Quando nascemos, muito raramente temos nosso destino traçado e desde então, começa a luta diária pela sobrevivência e pelo aprendizado. A cada instante que passa da nossa vida, aprendemos um pouco mais sobre como ela é e ao seu cabo, creio que a grande maioria das pessoas sabe que viveu e não aprendeu muita coisa. Sonham os pragmáticos em obter uma vida eterna e aí eu me pergunto: para quê? Eu nunca pleiteei viver infinitamente neste nosso mundo, mas, caso isso fosse possível, creio que responderia a pergunta anterior da seguinte forma: viveria eternamente para tentar aprender a viver e só. Enfim, voltando a nossa realidade, fiz toda esta explanação inicial para atestar que o certo é uma coisa incerta em nossa vida e que o duvidoso age naturalmente em nosso meio. Tantas coisas eu gostaria de fazer e não posso e tantas coisas eu não gostaria que acontecesse e também não posso impedir. E isso, isso são coisas da vida.
Conheci o Matheus Auri Rechenmacher no mês de novembro do ano passado. Na época, o grupo Fandangueiro estava sem baixista fixo e procurávamos um músico profissional para assumir tal responsabilidade frente a banda. Conheci o Matheus através do Mauro, seu tio e meu sócio, e desde então nutrimos uma amizade verdadeira e hoje muito me orgulha pode tê-lo como amigo. Paralela a entrada do Puffi (como todos conhecemos o Matheus) no baixo, houve a grande profissionalização do grupo Fandangueiro, que culminou com o disco promocional que está aí tocando em todas as rádios da região com uma baita aceitação. Nos bailes sempre o mais divertido, empolgando a todos, principalmente a mim, a começar a falar bobagens no microfone, realmente o Puffi é uma pessoa única.
Mesmo conhecendo o Matheus a pouco tempo (menos de um ano) acabei me tornando seu sócio no estúdio de gravação que o mesmo possuia, transformando o MT produções fonográficas em Estúdio REC (em breve funcionando com 100% de sua capacidade). Pessoas próximas bem que podem ter pensado que eu era um louco, afinal, me associei a uma pessoa que conheci “ontem”. Eu, no entanto, em momento algum titubeei e creio que tomei a decisão certa. Dos tempos do fio do bigode, acreditei na palavra e nas idéias do Matheus desde o início e estou muito satisfeito com minha escolha. É graças ao Puffi que voltei a compor. Instigado a fazer composições com os mais variados temas, alguns malucos e outros sérios, creio que tenho me saído bem fazendo este serviço. O Puffi me liga e diz que quer uma letra falando de tal coisa, eu digo que não dá, ele responde que dá sim e que tá aguardando. Não sei como, mas no outro dia a letra está pronta. Só o Puffi mesmo. Em breve estaremos gravando o seu cd solo só com músicas minhas em parceria com ele. O meu disco também virá graças a suas “idéias”. Coisas da vida.
O Matheus além de ser um dos maiores guitarreiros que eu conheci e tocar uma gaita ponto como poucos, é técnico em operação de áudio. Paralelo a música, trabalha em uma grande rádio do vale dos sinos. Tão grande e tão pequena. Pois bem, o Matheus foi “convidado” a escolher entre permanecer no grupo Fandangueiro ou na rádio. Por força de necessidade, teve que escolher a rádio, o que é perfeitamente entendido e aceito. Campo Bom, domingo vinte de setembro de 2009 o Puffi subiu pela última vez ao palco junto com o grupo Fandangueiro. A partir de agora nossas vidas tomam destinos opostos, no sentido “baileiramente” falando. Lamentei, fiquei decepcionado, desapontado e triste. Não haveria de ser diferente. O que me resta é agradecer a ti Matheus pelas boas rizadas, pelas morenas que não conquistaste, pelo aprendizado de palco e pela parceria incondicional. Perdi um grande músico, mas fiquei com o meu grande amigo. Sempre! É isso que importa! Sorte na tua jornada meu parceiro, que o patrão te ilumine. Descansa um pouco, por que sabe que muito em breve o destino nos colocará no mesmo palco novamente, pra tocar, cantar e encantar por este Rincão afora. Afinal, isso são coisas da vida.
Em nome do Grupo Fandangueiro, quero agradecer publicamente a alegria, dedicação, empenho e profissionalismo de Matheus Auri Rechenmacher para com nossa banda. Obrigado! Boa sorte e muita felicidade a todos nós.

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Bruno Costa “Campeiro”

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Abraço e um bom final de semana a todos.

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