sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vivendo o carnaval

Escrever no blog para a tradicional postagem de sexta-feira está cada vez mais difícil, isto porque, pipocam-se aos quatro ventos assuntos polêmicos diversos em detrimento as situações de lazer e tranqüilidade. Há, contudo, o compromisso de minha parte em evitar de tratar de assuntos socialmente impertinentes, ainda que, trate do nosso regionalismo gaúcho. Uma posição firmada que dificilmente sofrerá alteração, salvo claro, por motivo de força maior. Creio ser tantas as coisas menos alegres, que tratar disso inclusive na véspera do merecido descanso da maioria será de uma forma ou outra, um desrespeito a vocês meus caros leitores. E assim, inevitavelmente surge o ócio inspiracional e a fadiga das letras, palavras, frases, enfim, dum bom texto ao nível da dignidade intelectual de cada um de vocês. Porém, logo surge em minha cabeça a celebre frase do filósofo francês René Descartes: “Penso, logo existo”. Ainda que tratar de uma assunto não seja algo muito fácil para o dia de hoje, exercitar o dito de Descartes, acaba por trazer ao menos uma luz no fim do túnel. Fraca? Talvez, mas intermitente, todavia.
A classificação mais apropriada para descrever o desfile da escola de samba Unidos da Tijuca, no carnaval do Rio de Janeiro, é uma: perfeito. Sei que não sou a pessoas mais apropriada para traçar comentários em referência ao carnaval, mas há bastante tempo não via um espetáculo tão bonito como o realizado pela comissão de frente da escola vencedora do carnaval carioca. Um espetáculo ilusionista que atiçou a curiosidade de todo o mundo, afinal, como eles conseguiam mudar de figurino tão rápido? No texto do ano passado comentei sobre aqueles que realmente viviam e se dedicavam ao carnaval durante o ano todo e talvez, só agora, possa realmente compreender o significado de tudo isso. Para poder chegar na passarela do samba e executar tais movimentos com tamanha competência e perfeição é realmente necessário viver o carnaval de forma intensa e duradoura. Creio ser impossível planejar um desfile apenas três meses antes do evento. Enfim, uma forma de viver a vida, sem dúvida. Mas voltando ao desfile da Unidos da Tijuca, o adjetivo perfeito por mim dado vem respaldado pela nota final obtida pela escola. Do máximo de trezentos pontos que a Tijuca poderia receber, a mesma atingiu a pontuação de duzentos e noventa e nove com nove décimos, o que, tendo em vista a quantidade de jurados, pode-se considerar nota máxima. De parabéns está a a Unidos da Tijuca, vencedora do carnaval carioca, e divisora de águas sabendo como poucas, mesclar o tradicionalismo e a modernidade do carnaval, sem, contudo, romper os laços com a verdadeira essência deste que é um dos grandes eventos do nosso calendário nacional. Aqui pelos pampas, lamentei a não vitória da Imperadores e o rebaixamento da Protegidos, representante de Novo Hamburgo. Para ambas, resta rever os erros e melhor os acertos já com a cabeça em dois mil e onze.
O Brasil é um país reconhecidamente extenso tanto em limite territorial quando em diversidade cultural. De sul a norte vemos expressões distintas de um mesmo povo, algo que faz de nós, creio, privilegiados. Mesmo tendo como única fonte de inspiração a música e a tradição gaúcha, reconheço na cultura dos demais estados da federação estas formas distintas de cultivar aquilo que é seu do seu jeito. Ao que vemos, todas a culturas deste país tem suas coisas boas a serem admiradas e os vícios a serem desconsiderados. No fim das contas meu caros amigos, resta a cada um de nós o poder de escolha. A capacidade de separar o joio do trigo. Saibam que inevitavelmente, só vocês mesmos são capaz de tomar as decisões que norteiam suas vidas. Desfaz-se aqui o assunto carnaval, já programando o relógio biológico para o próximo que ainda está por vir.
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Forte abraço e um bom final de semana a todos.

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