segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Os Monarcas

Certo dia, há cerca de quatorze ou quinze anos atrás, fui com o meu pai na loja de discos do Candinho lá em São Chico, tradicional ponto dos amantes do futebol. Entre uma discussão tática e outra, fora apresentado ao meu pai o então novo disco d'Os Monarcas, do Rio Grande Antigo. Coincidência ou não, esta música um ano antes tinha dado ao seu autor, Miguel Marques, o título de campeão da 11ª edição do Ronco do Bugio. Até então, admito que Os Monarcas ainda não faziam parte da minha vida. Ouso dizer que eu nunca tinha ouvida falar em Os Monarcas, e, no entanto, ao bater o olho naquela capa de cd brotou-me um admiração que a se ver parece ser eterna. O disco trazia além da música título (gravada em vaneira), outros sucessos tais quais: Chica Fandangueira, Cisma de Ginete e Vida de Músico. Meses depois fui ao primeiro baile com os Monarcas animando: em baixo de um lonão de circo no rodeio de Campo Bom. Daquele dia em diante eu descobri que o maior exemplo a ser seguido era aquele conjunto. Daquele dia em diante eu tive certeza que era a vida de baile que eu sonhava para mim. Naquele dia eu conheci o maior conjunto de baile deste Rio Grande: Os Monarcas. Pois Os Monarcas estarão amanhã a noite na Sociedade Gaúcha de Lomba Grande. De lambuja, ainda estarão por lá Os Serranos e grupo Quero-Quero. È a chance de rever os reis do fandango cerca de dois anos depois da última vez. Tomara que o Patrão Velho me agracie com esta oportunidade.
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Neste exato momento em que escrevo este texto quase setecentas pessoas mortas já foram contabilizadas no maior desastre natural(ou não) já ocorrido no estado do Rio de Janeiro. Ironicamente, no mesmo mês de janeiro, só que do ano passado eu já traçava linhas aqui sobre uma tragédia ocorrida no mesmo estado do Rio de Janeiro, só que na época, no litoral fluminense e não na região serrana como agora. Há dois anos, caso semelhante atingia o vizinho estado de Santa Catarina. Enfim, uma lamentável crônica de tragédia anunciada. Coincidência ou não, eu escrevi o texto de então no dia onze de janeiro do ano passado e, pasmem, um ano depois nova catástrofe, porém agora, como proporções muito mais dilaceradas. Passaram-se dois anos desde que toquei no assunto pela primeira vez e a vida de inocentes continuam a ser ceifadas pela fúria da natureza. Uma resposta aos mandos e desmandos cometidos por nós mesmos, seres humanos. Por falar em seres humanos, continuamos a mercê na inércia do nosso poder público e nossos governantes que não tomam nenhuma atitude de prevenção, lamentavelmente.
E lamentar é o que nos resta. Pelas vítimas, pela suas famílias, pelas crianças que ficaram órfãs. E pelas tragédias que surgirão ainda pela frente. Não, não estou dando uma de charlatão fazendo previsões. Estou abrindo bem os olhos para a dura realidade que bate a nossa porta.
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Na semana que passou estive na cidade de Torres a trabalho. Pois quis dar este calorão justamente quando eu já havia retornado? Alegria de pobre.... Enfim, retomo a rotina na busca pelas postagens semanais por aqui.
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Um forte abraço a todos.

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