segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Feito criança

Hoje, abriram-se as cancelas do derradeiro mês deste já quase que finado ano de 2014. Ainda não consigo definir o que representou o ano de 2014. Mudança? Transição? Nada? Também, convenhamos, faltando ainda trinta dias para acabar, chega a ser leviano fazer retrospectiva sendo que tudo pode acontecer em uma semana, ou mesmo um dia. Ademais, a sociedade como um todo parece ainda não ter entrado no clima natalino. Afora o comércio (acanhado - para mim), não vejo muita movimento. Lembro que alguns anos atrás escrevi aqui que na última semana de novembro, já tinha empresa com árvore natalina e demais enfeites. Pois passei em frente a mesma empresa, pela manhã, e não tem nada. Nem sinal de árvore ou enfeites do gênero.

Vamos combinar que com o passar do tempo e a fase adulta chegando, já não nos cativamos muito com enfeites de natal. As responsabilidades do dia a dia fazem se esvair o encantamento, outrora pleno. Mas, e sempre tem um "mas" em tudo, o clima natalino contagia, não há duvida e, pelo menos por alguns dias do ano, toda a magia do tempo de criança acaba por nos cobrir, de uma forma ou de outro. Como eram bons os tempos de guri. A esta altura, felizmente, já batia em minha porta de estudante as tão sonhadas férias escolares e, com elas, minha mala me chamando: "simbora" pra São Chico!

Engraçado é que chegava de férias por lá sempre numa sexta-feira. Já ia de ônibus e nem esperava meus pais com a carona. Nos primeiros dias, tratava de me acostumar com a rotina que me acompanharia pelos próximos dois meses. Ao mesmo tempo, retomaria o contato com a gurizada, afinal, já não morava mais lá e muita coisa mudava de um ano para o outro. Vinha o natal e cada qual com suas famílias. E o natal, embora todo ano meio parecido, lá na casa da Vó Frida, tinha sempre o seu encantamento. De um jeito ou de outro.

Pois a cada véspera de natal, acho que todo este encanto (que nunca sai de dentro da gente) volta à tona e por alguns dias ou instantes, tal qual já referi, voltamos a nos vislumbrar, feito criança, como todo este espírito natalino. Diria que voltamos a ser crianças. Outros dirão que nunca deixamos de ser criança! Não sei. Só sei que é bom passar algumas horas em família e aproveitar tudo que o natal nos proporciona.

Na sexta-feira, quando soube da morte de Roberto Bolaños, o Chaves e o Chapolin, talvez finalmente tenha me dado conta que eu cresci, que - de fato - criança eu já não sou mais em não mais serei. Já me cabe, parece, mais o papel de orientador do que de orientando. Aqui faço um aparte: não, não estou ainda pensando em ser pai! Enquanto o ator, diretor e humorista era vivo, parece que tudo aquilo que me acompanhou na infância, como seus personagens, não terminaria nunca. Do meu tempo de guri, só o chaves e o chapolin ainda dão as caras pela televisão. O engraçado é que me parece tão atual e me causa certa comoção até hoje. 

Não, não sou mais criança. Mas assisto o chaves e tenho, nos últimos tempos, embebido-me com o espírito natalino, ainda que às vésperas do dia 25/12. Talvez, de vez em quando, todo mundo pensa feito criança. Nem que isso não passe de um pensamento ou devaneio. Bobagem! O que importa é ser feliz. Quem me dera ser um eterno crianção. Quem me dera!

Boa semana a todos. 

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