sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Sinal de fumaça

Eu tenho orgulho de ser gaúcho. Vou além: eu gosto de ser gaúcho. Como um bom gaúcho que sou, defensor das nossas tradições e da nossa bombacha, sou um tremendo apreciador de churrasco. Aliás, não minto ou cometo devaneio quando afirmo que a churrasqueira é parte que mais gosto de minha casa. Já lasquei carne gorda em muita querência por este Rio Grande afora. Não esqueço, jamais, dos celebres churrascos de ovelha em espeto de pau, lá na Várzea do Cedro - São Francisco de Paula. Também não foge da memória uma carne das buenas, com fogo de lenha, oferecida pelos amigos do CTG Garrão da Serra, em Morro Reuter. De igual modo, não esqueci dum churrasco de aniversário que comi na casa do meu grande amigo e colaborador deste blog, o Rodrigo de Bem Nunes (por falar nisso, alguém sabe de seu paradeiro?).

Lógico que não foi o Rodrigo o responsável pela arte de assar a carne. Sim, o churrasco é uma arte e assar a carne faz parte de um ritual campechano que muitos tentam aprender, mas só o gaúcho é que tem habilidade plena. Pois o responsável por garantir a bóia da gurizada era o Seu Aristeu, pai do Rodrigo, figura ímpar e também um grande amigo. Embora aniversariante, a estrela do Rodrigo ficava restrita a isso e ao fato de ter tentado nos "embuchar" com coisinhas miúdas. Lembro dumas azeitonas e duns licores... Isso lá é coisa de gaúcho oferecer para o vivente? Se é para embuchar que seja com categoria: um pão com alho, um xixo e até um salsichão ... hahahaha. 

Mas, e sempre tem um mas em tudo, a estrela da festa mesmo era o churrasco e, por óbvio, o assador o mais bajulado. Certa altura, com uns já roxos (não sei se de fome ou engasgados com alguma azeitona oferecida pelo Rodrigo - hahahahaha) indagado por algum esfomeado (que não era eu), o Seu Aristeu tratou de garantir a janta de todo mundo: tinha uma leva de carne assando numa outra churrasqueira, nos fundos. Ora, se era verdade ou brincadeira, passados mais de dez (10) anos do fato, eu já não sei. Mas isso é resposta de gaúcho que não se assusta com qualquer peleia e qualquer boca. E era gente para matar aquela carne, credo.

Confesso-lhes que a memória me trai e já não tenho tanta certeza quem, além de mim, teve o prazer de saborear churrasco de tamanha envergadura. Lembro-me do Caio, do Maurício... Pena eu não ter uma chapa (popularmente conhecida como fotografia) para ilustrar o evento. Tens memória deste dia Rodrigão? Seu Aristeu, amigo leitor deste blogue, certamente não esqueceu do dia em que ele marcou a trajetória de estudantes do ensino médio ao demonstrar, in loco, o quão importante é saber assar um bom churrasco. Felizmente, eu estava lá.

Também nunca esqueci do aipim da dona Marindia, mãe do Rodrigo, que nos fora servido aquela noite. Nunca mais esquecerei, aliás.

Fica aqui a minha lembrança e a cara de pau de dizer ao Seu Aristeu, que não refutarei o convite para um novo churrasco daqueles. Deixamos o Rodrigão participar, se por acaso ele for encontrado. Por falar nisso, alguém sabe de seu paradeiro? hehehehe. 


Grande abraço ao Seu Aristeu e a Dona Marindia e um bom final de semana a todos. E que venha dezembro!

2 comentários:

Anônimo disse...

Bhaaa Bruno,me emocionei com o que escreveste, tens uma boa memoria, passou um filme daquele dia em minha cabeca, a saudade apertou! Gostaria por um instante voltar no tempo, mas como e impossivel, vamos marcar um churrasco em breve e organizar outro com aquele grupo assim que o Rodrigo estiver por aqui. Um abraco! Marindia

Anônimo disse...

Acredite chiru, certamente um dia vocês saberão o que significa receber amigos de filhos no rancho. Ainda mais quando anos depois temos a possibilidade de ler e recordar tal passagem. Tenha certeza que foi um grande privilégio para nós receber jovens de tal categoria. E digo mais, para amigo de filho meu não se faz necessário convite,e' só chegar que alguma coisa se faz, começamos com um amargo e depois quem sabe uma azeitonas rsrsrsrsrsr. Abraço
Aristeu