quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

As cinzas.

Dias atrás assisti um vídeo compartilhado por algum amigo de facebook. Nele, tinha um aparte proferido pelo Senador Magno Malta naquilo que acreditei ser o primeiro discurso de Aécio Neves, segundo colocado no último pleito presidencial, no senado, este ano. Confesso que não conheço a atuação do Magno Malta no senado; aliás, o conheço pois tempos atrás (e põe tempo nisso) era jurado no programa de calouros do Raul Gil, um sábado ou outro. Me pareceu sensato na sua colocação, ao menos na parte que assisti. Pois disse o senador que tivesse sido eleito Aécio, muito provavelmente teria de tomar as mesmas medidas impopulares que a presidente eleita vêm tomando, fins de estancar a sangria dos cofres públicos. Certamente isso contribuiria para pôr uma pá de cal em cima de seu legado político, uma vez que a população não costuma digerir muito situações que metem a mão no seu bolso, principalmente vindo dum governo de direita. Seria sua a culpa.

Por falar nisso, não vai muito tempo discutíamos, o amigo Rodrigo e eu, acerca da existência (ainda) dessa divisão entre direita, esquerda e centro. A política brasileira, a meu ver, está tão homogênea que as diferenças são apenas de cor de bandeira, já que ideologia mesmo, aquela de pura cepa, já não mais existe. Quem critica a suposta esquerda, a denomina "esquerda caviar"; já quem afronta a direita, os chama de "coxinhas". Queria saber onde fica o povo brasileiro em meio a este cardápio...

Retomando. Na minha interpretação, então, o senador Magno Malta deixou transparecer que a presidente Dilma teria "feito jus" a vitória, pois é dela a responsabilidade de arcar com os prejuízos que assolam o nosso país, quer devido ao combate a corrupção da Petrobrás ou dos gastos desmedidos do governo para manter a máquina pública inchada, também a meu ver. Tivesse ganho Aécio, teria de pagar uma conta que não era sua e pagaria um alto preço político por isso. De volta a oposição, certamente o Partido dos Trabalhadores faria terra arrasada, uma vez que, como poucos, faz bem o papel de pedra; e talvez o de vidraça, a julgar que sempre tem argumentos (alguns vou te contar...) para refutar todo o tipo de acusações.

Isso, contudo, não faz dele uma instituição de respeito.

No meu último texto opinativo, recebi críticas do nosso amigo e colaborador Rodrigo, que afirma que tenho de ser mais combativo no meu posicionamento, talvez menos superficial e subjetivo. Claro que ele não usou destas palavras, pois, até para me criticar ele tem classe. Pois disse eu que uma das culpas dos problemas da nação é a falta de alternância no poder. Não rotulei o culpado, mas, é claro que somos nós mesmos, digo a sociedade, que optou por manter o modelo petista de gestão. Isso faz mal para o país. Aqui não critico o PT somente, mas todo o sistema. Tivéssemos alternado ao longo desses 12 anos, talvez a situação seria diferente.

A verdade é que a lenha que tínhamos para queimar está virada em brasas. O partido dos trabalhadores, a cada dia que passa, parece abandonar sua classe originária. O salário mínimo, embora em valor razoável - admite-se, será suplantado pela inflação puxada pela alta de itens básicos, como a comida, combustível e tudo o que isso afeta direta e indiretamente. Pois numa quarta-feira de cinzas, diríamos que o Brasil caminha para virar cinza, pó. Claro que não vamos acabar, mas que a vida tende a ser ainda mais difícil, isso não tenho dúvidas.

Pois novamente pareço um ciscador. O Rodrigo diz que me utilizo da política do "morde e assopra". Anda baixando o nível das críticas (hehehe). Por ora, seguirei batendo a porta, mas sem entrar. Com a insistência do meu amigo, certamente isso será breve. Mas lhes digo: se ficar como está, o país vai parar. E a culpa é de quem? Quando se é pedra, a ordem natural diz que é a vidraça. Como não sou adepto a crítica só por criticar, reflito. Acho que a culpa é mesmo da vidraça, mas tenho de suplantar os argumentos para que não digam que é choro de perdedor. Por falar nisso, quem ganhou afinal?

Ahh, as dúvidas...

Boa sequencia de semana a todos.

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