O politicamente correto é um córrego. Seu ego
está com sede, você quer uma opinião, você quer ver pessoas concordando com
você. Então você bebe goles generosos de politicamente correto e ideias rasas
como aquele córrego aparecem. Basta dizer “sou neutro, não gosto de radicalismos“
ou “o
assaltante é uma vitima da sociedade” ou que “o certo e o errado são relativos”
e você ganhará elogios, curtidas e a sede do seu ego será saciada pela
superioridade moral fajuta que só a opinião politicamente correta proporciona.
Pensa-se que este é um fenômeno recente. Ledo engano; se olharmos para um personagem
histórico, veremos que o politicamente correto é mais antigo do que você jamais
imaginou.
Assim como Pelé foi talhado para o futebol, o
general americano George Smith Patton Jr.
foi talhado para guerra. Patton lutou nos Estados Unidos, vencendo as tropas de
Pancho Villa. Lutou na 1ª guerra mundial e, não raro, tomava a frente de seu batalhão
em plena ofensiva para inspirar seus homens, sendo – inclusive – ferido em
combate. Finalmente, participou da 2ª guerra mundial já como general, entre 1942
e 1944. Ali, Patton quase foi derrotado pelo seu inimigo mais cruel: o
Politicamente Correto.
Patton era o principal responsável pelas vitórias
a favor dos aliados no norte da África e na Itália. Era um lider extremamente
disciplinado, confiante, sério e tinha cara de brabo, o que também era
importante. E nada deixava Patton mais enfurecido que um soldado hesitante,
sendo exatamente isso o que ele encontrou num hospital, durante uma campanha.
Ao perguntar a um jovem sem ferimentos a razão dele estar ali, ouviu como resposta
“fatiga de guerra” e “nervos”. Nas duas vezes em que isso aconteceu, Patton fez
a mesma coisa: deu uns dois ou três tapas na cara do soldado, disse que sentia
vergonha de ver alguém que estava com medo junto de homens baleados e os
obrigou a voltar ao campo de batalha.
A história se espalhou na imprensa e foi aí que
o politicamente correto atacou. A opinião pública, muito longe de qualquer
campo de batalha, reprovou o ato de Patton. As pessoas ficaram horrorizadas ao
saber que soldados mais sensíveis haviam sido esbofeteados por um homem tão
rude. Não importava que o general estivesse ganhando a guerra, não importava pensar
na catástrofe que seria se todos os soldados pensassem da mesma maneira. Nada
disso importava. O general Patton, que assim como Erasmo Carlos da Jovem
Guarda, tinha fama de mau, acabou sendo transferido para Inglaterra para funções
de treinamento. Veja o poder do politicamente correto.
Pois Hitler não acreditou nisso. Achou que os
americanos estavam blefando e falou “Bem capaz!” em alemão. Direcionou um
enorme contingente para a cidade belga de Pas
de Calais, pensando que um ataque viria da Inglaterra. Lógico, o General
Patton, o cara mais casca-grossa do exercito aliado estava por lá. Mas os
americanos, sempre muito astutos, fizeram seu ataque pelas praias da Normandia,
pela França, no famoso “dia D”. Não pegaram a Alemanha totalmente desprevenida,
mas fragilizada. Hitler na sua teimosia de alemão, manteve seu exercito na Bélgica,
esperando Patton e seus bofetões, mas ninguém apareceu. O resto é história.
Perceba a antiga influência do politicamente
correto. Tirou de cena um bravo general e quase decidiu uma guerra. E hoje a
situação continua bastante similar. Mudam os problemas, mudam as polêmicas, mas
o politicamente correto esta sempre ali, com suas preocupações vazias, trocando
“negro” por “afro-descendente” e nunca resolvendo nada. Portanto, cuidado com este
córrego raso na hora de construir suas opiniões. A aparência é bonitinha, mas a
água é imprópria para consumo.
Por Rodrigo de Bem Nunes, de Houston - Texas - EUA.
Um comentário:
Sabendo como sei que todos somos potencialmente lobos e potencialmente chapeuzinho-vermelho, também acho o politicamente correto uma farsa... as vezes necessária... mas ainda assim uma farsa.
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