segunda-feira, 14 de julho de 2008

Bateu saudade

O texto de hoje tinha até outro foco, mas na vida as coisas acontecem duma hora pra outra.
Durante muitos e muitos anos fui um grande fã do Tchê Barbaridade. Tenho em casa muitos discos e até uma fitinha k7(isso mesmo fita K7, não se assustem que ainda tinha na minha infância e nem é tão velha assim), do começo da carreira destes músicos de Porto Alegre. Para quem não sabe, o Tchê Barbaridade começou num bar na capital do nosso glorioso estado, chamado Barbaridade. Um grupo de músicos começou a tocar com freqüência no estabelecimento sob o comando de Marcelo Noms. Surgiu daí o Tchê Barbaridade que seguiu sob a liderança do mesmo músico, hoje conhecido como Marcelo do Tchê.
Pelo Tchê passaram nomes como: Enzo e Rodrigo Munari ( depois Os Serranos), Renato Cunha (depois Os Serranos) e nada mais nada menos que João Luiz Corrêa, que hoje faz sucesso juntamente com o Grupo Campeirismo. Inclusive, no primeiro CD solo do João Luiz em 1998, ele ainda integrava o grupo e foi os seus colegas que gravaram os instrumentais e vocais junto com ele. Mais posteriormente, ainda passou pelo Tche Barbaridade o vocalista Zé Leandro (ex – Garotos de Ouro), que hoje trabalha solo.
Ao longo de vinte anos de carreira o grupo teve inúmeros sucessos “estourados” nas rádios, dentre os quais destaco: É sábado o dia, O Rio Grande me criou, Gaita do Belizário, Apaixonado e a milonga Ausência, todas presentes num grande cd feito pelo grupo em 2001, ao vivo no clube Farrapos em Porto Alegre, com os vinte maiores sucessos do grupo.
Acontece que daí veio a tal de Tchê Music. No início, os músicos ainda representavam a música gaúcha, misturando composições campeiras com batucada. Mas, e sempre tem um mas em tudo, de uns dois anos para cá acabou o meu Tchê Barbaridade. Digo meu, porque aquele tchê que eu era fã, que eu sei as músicas de cor e salteado que cantava música gaudéria mais embaladito, não existe mais. Morreu, quando entrou o tal de maxixe na parada, horrendo por sinal. Agora cantam “Você não vale nada mais eu gosto de você”, “Agora é tarde”, composições estas(se é que dá para chamar isso de composição) oriundas do norte do país. Será que o Marcelo do Tchê, que já compôs tantos sucessos, não faz nada melhor do que isso? Tenho certeza que faz. Mas acho que tem vergonha. Só pode né?
Agora tem uma mulher que canta também no grupo, a Carmem. Não tenho nada contra, gauchismo não é sinônimo de machismo. Aliás, uma mulher no Tchê Barbaridade é o menor problema de todos, pois canta muito bem a representante da classe feminina. O problema é o repertório que dão para ela cantar e que os outros cantam e tocam também.
Na última sexta-feira, vi o Tche Barbaridade apresentado no Jornal do Almoço (RBSTV) seu mais novo DVD. Todos sem bombacha, ainda bem, e o Marcelo com um óculos amarelo fosforescente. PelamordeDeus!
Quando ele disse que a trajetória deles é oriunda dos bailes me bateu a saudade. Dum tempo bom e de música boa, que eu acho que nunca mais vai voltar. Infelizmente! Mas seguimos na luta moçada. Enquanto existir nestes pagos um Fandangueiro, um Os Monarcas, um Os Serranos, um Os Tiranos, a tradição deste Rio Grande estará sempre preservada.
Um abraço e uma boa semana a todos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu tambem sou fã do tchê barbaridade, mas confesso q larguei dos cd's deles, tenho todos mas agora decepcionado procuro uma musica bagualada de verdade, e isso eu encontrei com João Luiz Corrêa, grupo Criado em Galpão e outros, mas eu sou fã mesmo do João Luiz Corrêa e não fico um dia sem cantar ou ouvir as suas musicas. Mas é isso pessoal, quem gosta da boa musica gaucha tenha esperança no João luiz e nesses gauchos q ainda mantem a tradição pq se continuar assim, deus meu...