segunda-feira, 28 de julho de 2008

Lavando a égua

Revirei os arreios do pingo tordilho e não achei nenhum assunto que seja digno de merecer um “trato” especial neste blog. Já experimentei sair escrevendo a esmo, por outras tantas, e felizmente tive sucesso, mas nem sempre novas idéias vão surgindo com o correr das frases e das palavras. Hoje é um dia assim. A fadiga espiritual que me atingiu no final de semana, persiste nesta segunda-feira. Sei, escrevi maravilhas sobre o final de semana na sexta-feira, no entanto algumas situações mudaram um pouco o foco dos últimos dois dias. Ainda assim, foi um final de semana razoável, nem ruim, nem bom. Não é de hoje que aprendi que coisa muito programada tende a não sair conforme a programação. Quem mandou eu ficar garganteando maravilhas na sexta-feira né? Pois é!
O exemplo que eu vou dar agora é meio exagerado, eu sei, mas hoje estou “juntando os cacos” das adversidades do fim de semana. Estou tentando reorganizar os pensamentos afim de me achar novamente. Faltam umas três ou quatro peças para que eu volte ao rastro da estrada, e quem sabe eu a encontre. A vida é assim. Num dia estamos na estrada, no outro o vento nos empurra para fora dela. No meio termo, um brisa que nos balança mas não faz cair. É esta a lida de um peão de estância. Nesta grande estância chamada vida, um dia galopamos faceiros, e no outro vamos a trote pressentindo um tombo feio. Ainda tem aqueles dias em que passamos lavando a égua:


Lavando a Égua - Mauro Moraes

Empeçando no serviço
Bombeando as barras do dia
A saudade lambe a cria
Vertendo água dos olhos
E se acampa nos rodeios
Campeando os "zainos" da alma
"Recáus" que arrasto por "balda"
Pro lombo do meu cavalo.
_
Assim vou levando a vida
Montado n'algum lombilho
Bem tosado, à "cogotilho"
No velho estilo campeiro
Com a "negaça" dos "meneios"
Depois que sento os arreios
E tiro qualquer costeio
Do lombo do meu cavalo.
_
Que "cosa" buena, vidinha
Que "cosa" buena
Um verso trocando orelha
Cutucando na paleta
"Cosa" gaúcha
Que "cosa" mais bem gaúcha
Onde a gente mete a "fuça"
O rio grande "veiaqueia".
_
Quarto de milha com crioulo
Pêlo tostado, queimado
Tapado solto das patas
Macio de boca e ligeiro
Amigo daqueles bueno
Parceiro pra toda a lida
Que a vida sempre "amadrinha"
Pra junto do meu costado.
*
Abraço a todos e uma boa semana.

Um comentário:

Aline Azevedo disse...

Visite o meu blog:http://www.eternamenteamareicavalos.blogspot.com.br/