segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O canto das Carucacas...

Na última quinta-feira que passou, estava eu na parada de ônibus esperando a condução que me traria ao trabalho, quando de repente ouvi um canto que me era muito familiar. Num primeiro momento, não dei muita bola, pois afinal, o canto me era familiar, mas com o passar dos minutos aquele som alto e agudo me fez levantar a cabeça, e quando eu vi quem estava cantando logo surgiu na minha memória à minha infância e todos os momentos felizes que nela passei.
Quando eu era menor e morava ainda em São Francisco de Paula, costumava ir para a fazenda de meus avós maternos com uma certa freqüência. As vezes ia acompanhado de minha mãe, mas na maioria ia sozinho (com meus avós) mesmo. Ficava por vezes, uma, duas semanas lá FORA. Lá FORA? Caros amigos, aqui na cidade poucos estão acostumados com o linguajar do campo, mas em São Chico, e nas cidades gaudérias deste nosso Rio Grande, ir para fazenda é ir para FORA.
Naquela época não conseguia enxergar o quão era importante aquele lugar. O ar puro, o cheiro de campo, de mato. As vacas pastando em tranqüilidade, o cavalo Tubiano que eu dizia ser meu, o galpão, as mangueiras, as camperiadas... O tempo bom! E aquela comida da minha avó então? Pão caseiro, queijo serrano, bolachas, broas, carne assada e, não posso esquecer, do camargo. Olha, sei que muita gente não sabe o que é camargo. Não vou explicar, deixo na imaginação de cada um, mas lhes garanto: é especial de Bueno.
O tempo passou, já não sou mais guri. Não tenho mais duas férias por ano. Meu avô já faz dois anos que não está mais conosco (Ohh saudade!), o meu tubiano também já não galopa mais nestes pagos. As coisas mudaram. Confesso, perdi o ímpeto pela fazenda.
Na última quinta-feira que passou, estava eu na parada de ônibus esperando a condução que me traria ao trabalho, quando de repente ouvi um canto que me era muito familiar. Num primeiro momento, não dei muita bola, pois afinal, o canto me era familiar, mas com o passar dos minutos aquele som alto e agudo me fez levantar a cabeça, e quando eu vi quem estava cantando logo surgiu na minha memória à minha infância e todos os momentos felizes que nela passei. Era o canto das Carucacas. Carucacas em Ivoti.
Aquilo me surpreendeu muito. Pensei em escrever sobre o ocorrido naquele dia mesmo. Abstive-me. Procurei refletir melhor sobre este acontecimento. Hoje, tenho consciência de que aquilo foi um aviso. Um aviso de que devo resgatar as minhas origens e reforçar a minha sina de Campeiro. Ainda não fui lá na fazenda. Irei, muito em breve! Ficarei lá até encher o saco. Ahhh, esqueci de dizer: Isso nunca vai acontecer. Àquilo é o paraíso.
Um dia volto pra São Chico. Lá terei uma fazenda. Aliás, nem precisa ser fazenda, me basta um ranchinho, com uma vaca de leite pro camargo e o meu cavalo Tubiano.
Um abraço e boa semana a todos.

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