sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Nos devaneios da nostalgia

Todo mês surge um momento nostalgia na vida da gente que teima em sair pra fora, fugir do nosso inconsciente e tomar o rumo do debate numa roda de amigos, ou então de umas linhas num texto para este blog. O que me admira, é que no caso deste mês até que demorou para que este momento batesse a minha porta, digo isso, porque já mencionei inúmeras vezes que considero agosto o pior mês do ano. Não sei porque, mas considero. Este contudo, estava bom até agora, e seria precipitado de minha parte dizer que ficou ruim , apenas se transformou num mês comum, com dúvidas, incertezas e pensamentos que não me levam a lugar algum. Como ainda vai chegar o dia que alguém vai me perguntar qual o mês antagônico a agosto, pois afinal, se tem um que eu não gosto, deve haver o que eu gosto, me adianto. Bom, vou tirar fora o mês do meu aniversário pois este é especial. Resta-me então uma escolha entre os dez meses que sobram e, neste caso, serei bem previsível: dezembro. O espírito natalino influencia sim nesta escolha, pois sempre tornamo-nos mais humanos nesta época, a proximidade dum novo ano também, já que sempre esperamos que o amanhã nos reserve algo de bom, aquilo que não conquistamos no passado e no presente, contudo, eu creio que são as lembranças que me fazem escolher dezembro como meu mês preferido. Eram nas férias escolares, que começavam em dezembro, que eu tive os melhores momentos da minha vida. Bons tempos vividos lá em São Chico.
Quisera o destino que justamente num mês de agosto eu tenha tido o meu primeiro contato mais próximo com a música. Na época, sempre gostei de cantar, mas não passava de um artista de chuveiro e de rodinha de amigos. Aí veio a mudança de São Chico para Novo Hamburgo e com ela uma nova visão de mundo ao meu redor. Tudo era diferente, tudo era estranho, era tudo muito louco e todos com muita pressa. Deixei de estudar numa escola estadual e passei para uma municipal, a saudosa Escola Afonso Penna. Alí, a música foi verdadeiramente apresentada pra mim quando entrei no coral da escola. A história do coral vocês já conhecem. Lá se vão treze anos de relação entre eu e a música. Relação duradoura e estável esta. Creio que esta é a relação mais estável da minha vida, pois mesmo com altos e baixos, sei que no fim caminharemos lado a lado de novo. E isso é o que importa.
Voltando ao momento nostalgia, recordo-me de uma vez que havia um circo lá em São Chico, o Real Palácio. Um dos últimos circos estruturados que vi na minha vida. Tinha leões, globo da morte e palhaços verdadeiramente engraçados. Um circo grande. O ano devia ser 1993, e eu então com seis anos, acompanhei pela extinta rádio Itaimbé o sorteio de cinco ingressos para ver o circo na primeira fila. Para levar o prêmio, tinha que ouvir a música que o saudoso Marquinho tocava na rádio, ligar para mesma e falar o nome. Detalhe, só o primeiro ganhava. Minha mãe acertou a penúltima e eu acertei a última música. Naquele dia a sorte certamente estava ao nosso lado, e como estava.
A música que tocou no rádio se chama Chamamé do Amor, composição de Os Tiranos, grupo lá de São Chico. Apartir daquela época, mesmo sendo um serrano nato, já demonstrava ter uma queda pelos ritmos castelhanos chamamé e milonga. Desde então eu gosto cada vez mais destes ritmos, respeitando os demais é claro, contudo, é na milonga que mora a minha grande admiração. Não há nada como dançar uma milonga, cantar uma milonga e ouvir uma milonga. Mas a milonga é outra história, é a música mais apaixonada do nosso gauchismo e para falar sobre ela, certamente tenho que estar tomado de paixão...
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Grande abraço e um bom final de semana a todos.

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