segunda-feira, 24 de maio de 2010

Costume, tradição, futebol...

Tradição e costume: duas coisas bem presentes em nossas vidas. Se levarmos ao pé da letra, podemos perceber que muito das ações que tomamos diariamente são fruto de coisas que não se ensina na escola. Algum gaiato lá nos primórdios tratou de começar a fazer algo até então diferente, outros gaiatos acharam interessante e seguiram o precursor e então, o que era diferente ficou comum e depois muito comum. Assim, passou a ser um costume social, uma tradição da sociedade em que vivemos. Tanto o costume, quanto a tradição são coisas bem presentes em nossa realidade, tanto de convívio quanto de regulamentação. Acreditem, estes dois artifícios estão bem presentes e com força, inclusive, onde há a lei que ampare ou que até diga diferente. Por acaso há algo escrito em algum lugar que diga como se faz para andar de bicicleta? Claro que não, mas todo mundo sabe como se faz. No início, pode até haver certa dificuldade na questão do equilíbrio, mas depois, você nunca mais esquece. Poderia ter usado outro exemplo qualquer. Vejamos: na nossa região serrana, face as características do nossos campos, queima-se-os afim de renová-los para que sirvam de pastagem e engorda para o gado. Este ai é um costume proibido pela lei protetora do meio ambiente. É polêmico também. Há alternativa viável? Como romper com a tradição de séculos? Perguntas meu caros que fatalmente não vem corroboradas de respostas. Coisa de costume...
Ouvi no rádio hoje de manhã que na Espanha, numa das tradicionais touradas existentes no país, um toureiro teve uma aspa de um touro atravessada em seu pescoço durante o andamento do evento. Não vi a imagem, mas certamente esta será mais uma a figurar a galeria deste nosso planeta bizarro. Ouso dizer que ao falarmos de toradas estamos tratando de uma tradição milenar. Certo. Mas me digam, por favor, no que esta tradição milenar acrescenta em minha humilde e pacata vidinha? E na dos espanhóis? Nada, é claro. Eis então algo que deveria ser revisto. Deixar de privilegiar a vida do animal e até mesmo do toureiro (até crianças participam) em face de um entretenimento que, convenhamos, pende a bestialidade é ainda mais besta. Admito, todavia, ser bastante subjetiva minha opinião frente ao fato. Assim como de certa forma é subjetivo por parte de um ambientalista tecer criticas ferrenhas às queimadas na serra. A realidade nem sempre vive em harmonia com o costume e a tradição. Por vezes, aspectos sociais, etnológicos, raciais e, principalmente, financeiros, tendem a superar até mesmo o bom senso da coisa. Assim, meus caros, fica difícil traçar um perfil crítico até mesmo com um diploma embaixo do braço. A amplitude e abrangência dos fatos deve estar presente na hora de considerarmos o que é, ou não, bom senso, costume, tradição, enfim.
No futebol, o costume e a tradição também estão muito presentes. Há o costume de se pagar salários astronômicos aos boleiros, bem como, há a tradição de ter pernas de pau como titulares das equipes. Coisas que ninguém compreende. No entanto, há uma outra forma de vermos isso tudo. Se ao invés de levarmos em conta a equipe de futebol, tratarmos do clube de futebol, bom, aí sim podemos analisarmos por outro ângulo. Os clubes de futebol tem história, umas centenárias outras não. Os clubes de futebol tem títulos, uns sul-americanos e mundiais, outros não. Os clubes de futebol tem orgulho a camiseta que vestem, uns mais outros menos, e tem uma torcida apaixonada na mesma proporção. Um clube de futebol por si só maior que qualquer pessoa, dirigente, jogador e treinador. O treinador do Internacional, meu clube, a cada jogo que passa diz que vai repensar a sua condição de treinador do Internacional durante o período de recesso em face a copa do mundo de futebol. Afinal, quem é mesmo o Sr, Jorge Fossati na história do futebol? E o Internacional? Convenhamos, se no Brasil é costumeiro treinador ser demitido inclusive com resultados positivos, o que esta criatura ainda faz por aqui. Quando não há padrão e esquema de jogo definidos, coisas tradicionais a um time que quer ser campeão de alguma coisa, não há mais necessidade de ter um técnico na beira do gramado. Assim como é tradicional um centroavante fazer gols. Enfim, coisas costumeiras de futebol que até uma criança de dois anos de idade entende.

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Abraço e boa semana a todos.

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