sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Com o Rio Grande na garupa

Pensei bem no que escrever hoje, afinal, trata-se do primeiro texto do mês mais importante para o gauchismo. Não que os demais não sejam importantes e que, por consequência, eu acabe valorando aqueles que usam bombacha somente em setembro; mas por se tratar de algo que está escrito na história, marcado a ferro e fogo pelos brados combatentes da nossa guerra farrapa. Sim é nossa. Mesmo que não tenhamos vivido naquele tempo, foi daquela peleia que surgiu este legado que hoje transpassa além-fronteiras, nos enchendo de orgulho e sendo alvo de admiração por parte do restante do Brasil e do mundo. De qualquer modo, as palavras descritas até aqui soam com uma certa subjetividade, tendo em vista que o dito conhecimento já não é novidade para a maciça maioria, bem como não vai mudar a realidade do nosso tradicionalismo atual. Afinal, a quantas anda a nossa tradição? Será que o caminho que temos trilhado é o correto? Indagações pertinentes, sem dúvida, entretanto, bastante divergentes para o trato em um único instante, ou então, para se começar em uma sexta-feira. Há a necessidade de se discutir muitos pontos, talvez de uma única vez ou então de forma fracionada. Enfim, pelo menos por enquanto, seguimos por diante.
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Ainda aguardo uma crítica mais contumaz, fervorosa e/ou sanhuda acerca do meu posicionamento quanto o retorno dos “Tchês” ao universo da música gaudéria. Confesso-lhes que esperava uma avalanche de críticas da grande maioria. Como não aconteceu isso até o presente momento, formulei duas teses sobre o fato: ou as pessoas me acham um abobado, ou, não estão levando muito a sério este “retorno as origens”. De qualquer forma, tendo em vista que o último texto teve, principalmente, cunho informativo, acabei por apenas pincelar minha opinião quanto ao tema.
Veja bem, como um bom gaúcho que sou, em momento algum vou aprovar esta “vira-casaca” constante. Continuo achando que voltar atrás é possível sim, corrigir eventuais erros, todavia, com consciência e definição. Quando decide-se trilhar um caminho o mesmo tem que ser seguido. Entretanto, como um bom músico que também sou, apreciador das qualidades e oportunidades que o Rio Grande nos proporciona, não posso achar de todo ruim este retorno dos “Tchês”. Não se pode simplesmente agora, imbuídos num bairrismo a qual somos adjetivados constantemente, achar que Tchê Barbaridade e Garotos de Ouro ( os exemplos em questão) em nada contribuíram para a nossa música no passado. Contribuíram sim e muito! Foram os precursores do fandango como temos visto hoje em dia. Ademais, Marcelo do Tchê e Luiz Cláudio são exímios compositores de música gaudéria. Não há lado a se escolher. Sempre ganhará o Rio Grande quando um filho seu desgarrado, volta para casa.
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Hoje é motivo para festejar. Primeiro porque não está chovendo, premissa de um final de semana mais agradável. Segundo, por que está é a postagem de número 300 do Blog do Campeiro. Não, não foi fácil chegar até aqui, mantendo a mesma coerência de sempre e o desejo de estar sempre atualizado quanto às coisas do nosso Rio Grande, principalmente. Alguns percalços surgiram ao longo do caminho, mas o tempo tem tratado de ocupar as frestas e acertar o trote. Por aqui vamos seguindo por diante, como de costume, e por aí, tomara que todos se mantenham agraciando este que vos escreve com sua leitura destas singelas palavras. Com o Rio Grande na garupa.
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Forte abraço a todos e um excelente final de semana.

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