segunda-feira, 16 de julho de 2012

Uma nova caminhada

De uns dias pra cá tenho tido a sensação de que perdi alguma coisa. Relendo textos de outros tempos e comparando-os com os de agora, esta estranha sensação parece que se enaltece. Aonde foi que eu deixei a minha felicidade, afinal? Tenho deixado de lado algumas circunstâncias que são preponderantes à vida do ser humano, como a humildade, a alegria, a paz e a amizade. Abandonei tudo e, não, fui abandonado. No fim das contas, fui eu que criei um mundo particular intransponível ao que vier de fora. Sim, eu me afastei. Daí chegar na música foi um pulinho. Eu conduzi a coisa de maneira errada, não enxerguei o óbvio e quando tentei remediar, mais uma vez meti os pés pelas mãos. Resignei-me em ficar todo este tempo de fora, com a desculpa intrínseca de que, a esta altura, música e faculdade não combinavam mais. Nunca deixaram de cominar. Ocorre que, de fato, o tempo me tem sido escasso, mas, é sempre possível encontrar bons momentos para se fazer o que gosta.

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Mais uma vez, me enxergo pensativo quanto ao futuro, tentando enxergar algo de positivo no passado e no presente. Mesmo assim, fazendo a leitura correta daquilo que fora importante, tendo a achar que, mais uma vez, o meu caminho não cruza por esta estrada que estou seguindo. Voltar? Acho que não. Talvez direcionar o rumo para outro horizonte. Não é uma decisão fácil. Não é fácil explicar para os da volta porque, pouco mais de um ano, tendo a fazer novamente uma escolha: a de partir do zero. Alguns me chamarão de louco, inconseqüente, que não tem destino a minha vida. Outros dirão que certo sou eu, que não satisfeito com o resultado deste caminho tenho coragem para enfrentar um novo e partir para um novo começo. Enfim. Embora esteja muito mais reticente que outrora, muito mais pensativo, tendo a pensar que se meu caminho sequer chegou ao meio, é porque o começo ta muito mais perto do que o final. Assim, há de se respeitar o futuro sem, contudo, temê-lo.

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Boa hora para tratar de repensar, aí, a minha carreira musical. Não será chegada a hora de voltar? Taí um questionamento que corre paralelo, em autos apartados, juridicamente falando. Voltar para o palco, hoje, foge bastante da relação vontade/oportunidade. Há de se discutir se um novo retorno trará novidades no meio, se ao voltar poderei proporcionar a música e seus admiradores algo novo, de qualidade e gosto apurado. Não posso simplesmente arranchar meia dúzia de parceiros numa mesma idéia e sair por aí a moda bicho. É preciso ter o diferencial. Aí é que entra o tempo mencionado. Será que serei capaz de fazer diferente neste curto espaço de tempo que tenho tido? Confesso-lhes, que não será desta vez que terei uma resposta quanto o meu retorno ao cenário musical. Ademais, embora tenso e preocupado, pareço trilhar novamente um caminho sem volta. Passou-se o tempo em que alguém me pegava pela mão e me levava até o lugar de desejo. Já faz uns dias que me enxerguei adulto. Já faz uns dias que descobri que posso fazer o caminho sozinho. Talvez hoje tenha decidido caminhar com as próprias pernas. E deste hoje, fazer o sempre.

Abraço e boa semana a todos.

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