sexta-feira, 26 de outubro de 2012

E(In)volução!

Vivemos numa sociedade contemporânea galgada na digitalidade. Na última década (e meia), o mundo inteiro se ligou (e se uniu) de uma forma quase que inóspita, a julgar como vivíamos até a primeira metade da década de 1990. A globalização, em tese, então veio para ajudar toda a sociedade a viver de forma mais confortável, harmoniosa e por consequência, mais inteligente. Certo? Acho que não (e aqui, mais uma vez, está um pessimista convicto de plantão). O "desenvolvimento" social que ainda não está consolidado mesmo com milhares de anos de existência do ser humano, não pode ser basilado no que vem ocorrendo nos últimos quinze (talvez vinte) anos; até por que sequer estávamos preparados para tamanha "evolução". Por causa de celulares, tablets, computadores e etc., deixamos de lado coisas que marcaram todo o desenvolvimento histórico da nossa sociedade. E aqui não há um viés de nostalgia, mas sim, uma constatação. E assim a nossa vida tem (in)evoluído.
Começa hoje, na Capital do nosso Rio Grande, a 58ª edição da Feira do Livro. Tradicional, bonita e fundamental para o desenvolvimento social e cultural do Estado, quicá, do país. Mas, neste mundo atual globalizado, ela já perdeu a importância de movimento cultural e social que já teve outrora. Hoje é uma minoria que ainda investe em livros. Para que ler se o google te dá tudo mastigado? Investi em menos de um ano em mais de vinte livros. Em que pese sejam técnicos de Direito, expõe um conhecimento relevante para aquilo que a sociedade necessita. Acreditem, a sociedade que nós vivemos e da qual esperamos soluções e condições de sobrevivência, precisa bem mais do que um simples ctrl+c/ctrl+v.
Hoje começa a 58ª Feira do Livro de Porto Alegre para todos os apaixonados por livros. Para esses, nenhuma e(in)volução será capaz de substituir o prazer de ler e folhar um bom livro. Bom mesmo é pegar na mão... Bah!
 
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Para variar, poucas (e ruins) são as opções de fandango na região este final de semana. Claro, desta vez faço uma ressalva ao fato de estarmos em final de mês, além da existência de eventos de grande monta na região. O que me preocupa é a desmotivação da comunidade tradicionalista. Dia desses um conhecido me perguntou acerca da minha carreira. Após explicar os motivos que fazem me ausentar, temporariamente, dos palcos ele fez um desabafo, dizendo que há bastante tempo deixou de frequentar CTG's. São "N" os motivo e sequer cabe a mim julgar ou transcrever aqui, mas não me furto da preocupação e da mea culpa.
Está na hora de reinventar um pouco a condução do tradicionalismo e é claro, dos grupos de música gaúcha. Do contrário, caminhamos para a involução.
 
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Noutra monta, o tradicionalismo tem experimentado uma evolução nos últimos dias. Ter uma mulher, a cantora Shana Müller, apresentando junto com Neto Fagundes o Galpão Crioulo, principal programa televisivo do nosso gauchismo, é sinal que, pelo menos em parte, passamos a acompanhar os novos tempos: de união e sem preconceitos. E é assim que deve seguir o baile da vida!
 
Abraço a todos e um bom final de semana.

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