quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O retrato do caos

Em que pese já faça algum tempo que more na cidade "grande", não abandono minhas raizes serranas e meu pensamento de gente do interior. Quando começou, definitivamente, as obras de prolongamento da linha do Trensurb até Novo Hamburgo, embora não fosse contra totalmente, fiz ressalvas quanto a real necessidade de contruir uma estação bem no coração central da cidade. Quem conhece Novo Hamburgo sabe do que estou falando. Pra quem não conhece, saiba que a cidade tem sérios problemas estruturais, principalmente no que tange ao trânsito: ruas estreitas (que ligam o nada a lugar nenhum), asfalto irregular e ruim e muitos, mas, muitos carros. Logo, outra consequencia não era de se esperar, senão o completo caos quando finalmente as obras do trem chegaram a área central da cidade. Na última sexta-feira, por exemplo, levei quase vinte minutos para percorrer, de carro, um trecho de pouco mais de quinhentos metros. Um absurdo! Ruas que sequer tem condições de receber veículos leves, agora são rotas de ônibus e lotações. Certo que alguém falará que o transtorno é parte justificada às melhorias que, em tese, virão. Permitam-me, por favor, discordar. Sabedora das transformações que haveriam no transito em razão das obras e com antecedência, a Prefeitura Municipal teve tempo suficiente para estudar formas racionais de solução, ainda que paliativas, mas não as fez ao que parece.
Ademais, continuo achando que o trem não precisava vir até o centro, bem como que as consequencias serão mais negativas do que positivas. Quem viver verá (risos).

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Duns dias para cá tenho visto gente na televisão achar "o máximo" a realidade dos lixões. Sério, algum desses abobados já foi num lixão de verdade por acaso? Senhoras e senhores, é por isso que evito assistir televisão. Um lixão é um lugar marginalizado, sujo (com o perdão da redundância) e sanitariamente abominável. As pessoas que lá trabalham são aquelas que foram esquecidas por todos, mas que tem dignidade e não se sujeitam a viver como criminosos, por exemplo. Lixão de novela e limpinho e bonitinho, sem moscas, odor entre outras coisas.
Então, não me venham aqui achar bonito lixão de novela que novela é uma hipocrisia total. Ali, existe uma realidade que nós, pobres mortais, talvez nunca conheçamos.

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Ao mesmo tempo que critico novela temo por estar sendo injusto com a maioria das pessoas afinal, para a grande maioria do povo brasileiro, é a única fonte de entretenimento e de fuga das mazelas da vida. Todavia, noutra monta, penso que este tipo de lazer não contribui muito com a auto estima do povo, eis que mostra uma realidade que sequer existe. Quem sabe, no fim das contas esse é o objetivo: sonhar com o surreal. Melhor eu manter para mim as minhas opiniões acerca de novela e fazer crítica, pontual, quando a coisa foge ao controle da civilidade. É de se falar contra, quando for o retrato do caos, propriamente dito e, no mais, seguir a vida sem muito estresse.

Abraço a todos.

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