sexta-feira, 12 de abril de 2013

Porca Véia barrado?

Sei que a notícia não é nova, mas, mesmo assim, insisto em retomá-la por tratar de assunto relevante e deprimente, que envergonha o nosso tradicionalismo. Não pude comparecer na 2ª edição do Manifesto Campeiro, mas no dia seguinte - quarta, 27/03 - já estava sabendo do caso e acabei não conseguindo tempo para discorrer sobre o mesmo. O tempo que tal fato merece.

Ocorre que o acordeonista Élio da Rosa Xavier, o Porca Véia, encontrava-se dentro das dependências da Sociedade Gaúcha de Lomba Grande, pois era uma das atrações do evento supra citado. Num determinando momento, supostamente por determinação do MTG, seguranças se aproximaram da mesa e exigiram que o músico tirasse sua boina. Como todos bem sabem, boina e chapéu são "instrumentos" da carreira do Porca, tal qual o velho tirador e a cordeona, é claro.

Pois bem. Independente das manifestações de solidariedade ao músico de Lagoa Vermelha, a segurança do evento insistiu para que o mesmo tirasse a boina. Daí, o Porca Véia se levantou e foi embora, sem se apresentar e alegrar seus fãs. Episódio lamentável.

Acompanho o trabalho do Porca Véia há muitos anos. Não posso me considerar seu fã, mas tenho consciência do que o músico representa para cultura gaúcha. Porca Véia é sinônimo de trancão de baile, de música campeira autêntica, de verso e poesia de procedência, da velha e boa música Bertussi, da verdadeira gaita gaúcha do Rio Grande. Enfim, inegavelmente não se pode falar em música gaúcha e sua história sem ter o Porca Véia figurando nela!

E quanto ao MTG? Pergunto-lhes: Em não havendo o Movimento Tradicionalista Gaúcho, estaríamos sob o manto do desamparo? O que vocês acham meus caros leitores?

Respondo com a velha simplicidade àquela que o Porca tanto defende em sua carreira: o Porca Véia sozinho dá muito mais alicerce e prestígio à nossa cultura, do que o MTG completo!

Lamentável! As regras existem para todos? Sim. Não pode usar cobertura dentro dum galpão de CTG? Não, não pode. Mas um músico tem suas prerrogativas, sua imagem e foma de apresentação. Logo, a meu ver, o Porca não transgredia norma nenhuma.

Mesmo que a fizesse, seus serviços prestados à nossa cultura, música e gente são tão relevantes, tão maiores, que um eventual deslize teria de passar despercebido. Tá na hora, MTG, de valorizar aqueles que realmente fazem pela nossa tradição. Antes que seja tarde!

Porca Véia, sucesso sempre!

Abraço e bom final de semana a todos.

Um comentário:

oguardachuva disse...

Tive um problema parecido, em um CTG de Alvorada, RS, e é por isto que há trinta anos não entro em nenhum CTG.