sexta-feira, 19 de abril de 2013

Porca Véia na Várzea do Cedro!

Não vislumbro outro assunto acerca do nosso regionalismo, senão o anunciado fim de carreira do Porca Véia. Não fui pego de soslaio, mas lhes confesso que notícias desta envergadura sempre são as mais difíceis de se assimilar. Cousa de louco! O que acontece, é que geralmente os nossos músicos gaúchos só param quando morrem. Não me recordo de outro episódio do tipo aqui pelo pago. Em nível de Brasil, contudo, tal premissa não é nova. Daí tento achar um pouco de inspiração para assimilar melhor a ideia.

Quem me acompanha, sabe que estou longe de ser um fã (daqueles de carterinha) do Porca Véia. Aliás, pouco lhe tenho ouvido ultimamente. Nutro, todavia, um respeito imensurável pelo papel que desempenhou (desempenha e continuará desempenhando) em prol da nossa música autêntica do Rio Grande. É um dos poucos que sabe transmitir a música Bertussi com o ideal gaúcho (e poético!) que ela representa. É um dos poucos que canta o campo sem muitos floreios.

Aliás, em que pese gaiteiro, Porca Véia não é um músico dito a floreios. Defende a beleza da simplicidade da música gaúcha sempre que tem oportunidade e não encerra um fandango sem se dirigir ao seu público dizendo o "quanto é bela a simplicidade da música gaúcha".

Lugar simples, por assim dizer, é a minha querida Várzea do Cedro. Dúvido que tenha outro músico que tenha tocado tantas festas da Várzea, quanto o Porca Véia. Lá ele se sente em casa; está em casa! São Chico, por sinal, é um pouco sua terra, visto que lá viveu e deixou suas raízes.

Pois então, e fazendo valer o ditado que diz que "o bom filho à casa torna", nada mais justo e necessário que o Porca Véia encerre sua carreira não em Guarapuava/PR, mas sim, na VÁRZEA DO CEDRO. O último baile na Várzea do Cedro não só representará o fim brilhante de uma brilhante carreira. O último baile do Porca Véia na Várzea do Cedro, nos campos dobrados de São Chico, representará e mostrará, principlamente, o quanto é bela a simplicidade da música gaúcha.

E se assim for, lá estarei eu para assitir o espetáculo. Eu e milhares de gaúcho e gaúchas, de todas as querências. Pessoas simples, sem luxo e com um baita orgulho de ser cria do Rio Grande.

Abraço e bom final de semana a todos.

Um comentário:

Antônio Dutra Jr. disse...

Tchê, acho mais do que justo! O povo de São Chico merece uma despedida à altura da admiração que sente por este expoente da música tradicionalista e campeira. Tô contigo nessa, meu caro!

Abraço!