sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A mudança

A história até parece coisa de novela, mas, acreditem, me garantiram que é verdade. Ao certo, é que a mudança definitiva para o litoral já estava encaminhada. Ela, percebera a oportunidade de sua vida, quando uma colega resolvera assumir um cargo público e seu lugar ficara vago. Logo, tinha a certeza que era a chance de ouro. Faltava, contudo, convencer o marido de que a ideia era boa. Poderiam, ao fim e ao cabo, descansar; ainda que a ida para a  praia não fosse uma aposentadoria por completo.

O marido não discutiu muito. Aparentemente, até mesmo gostou da ideia, tanto que fora atrás da viabilidade de eventual transferência. Estava dando tudo certo. Tudo certo mesmo. A transferência parecia ser vista com bons olhos pelo patrão. Assim, restava apenas bater o martelo e fazer a mudança, certo? Pois é.

Mas, e sempre tem um mas atravessando o caminho das pessoas, algumas coisas malucas sempre aparecem em meio a estrada. Nesse caso, era a gaita (cordeona, ou acordeom, como queiram). Ninguém sabe como, nem por que, mas aquela Todeschinni Super 8, relíquia de colecionador, apareceu e o marido, que já estava pronto para ir para o litoral satisfazer o sonho da esposa, teve optar pela emoção e comprou a gaita dos sonhos. Não havia mais o dinheiro para a mudança para o litoral. 

Contudo, a gaita anda roncando grosso pela casa, fazendo a alegria de amigos, familiares, vizinhos e mais uma porção de gaudérios. Até a esposa parece estar feliz. É o poder que uma gaita tem de semear a união e a alegria para toda a gauchada.

No tocante as mudanças que a vida nos proporciona, o certo é ter coragem para tomar as decisões. Por mais loucas que possam parecer.

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Hoje é dia do cantor e eu me pego a pensar no tempo em que cantei este nosso Rio Grande, levando a musica campeira e tradicional aos mais longínquos rincões deste nosso pago. A vida de cantoria, muitas vezes, aperta a saudade. Tempo bom era aquele.
Mas quem sabe ela não volte? Quem sabe.

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Amanhã pego o rumo dos campos dobrados de São Chico, para matar um pouco da saudade das coisas da minha gente. Que momento!

Abraço e bom final de semana a todos.

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