sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O custo de ser gaúcho

Com o chegar dos dias, ou seja, com a proximidade do 20 de Setembro, afloram-se as manifestações de tradicionalismo e respeito a nossa tradição. Fico feliz, em parte, com esta circunstância. Por que? Bueno, a uma que o respeito a nossa tradição não dever ser mensurado tão somente às vésperas do 20 de setembro, mas sim, o ano inteiro. A duas, que se trata, muitas vezes, de uma tradição maquiada, que busca somente "fazer média" com nossa história. Nesse segundo caso, por favor, não falo das pessoas mas sim de algumas "entidades" e etc.

Dia desses, falando com um velho conhecido, indaguei-o-o acerca do seu piquete, tradicionalmente montado junto ao Acampamento Farroupilha, na Capital. Me disse que, pela primeira vez em muitos anos, desistiram de montar a estrutura, pois, nas suas palavras "aquilo lá tá virado num comércio; tem gente investindo R$ 70 mil pra montar". Logo, me veio à tona uma realidade: como é caro andar pilchado. Foi-se o tempo em que uma bombacha a gente comprava por R$ 20. A última que comprei, e nem era muito "afrescalhada" paguei R$ 65. Um par de botas nas lojas da região custam quase R$ 200. Somado ai isso, o lenço, a guaiaca e um chapéu e um chapéu, bueno, é de quebrar a banca.

A julgar que o gaúcho, na sua essência, é um homem rude, xucro e sem muito luxo, não se pode aceitar, sem reclamar muito, acerca dos preços praticados pelo comércio. Uma calça de brim (sou desse tempo!) custa menos que uma bombacha, pasmem! Claro que muitos hão de falar que calça jeans vende muito mais, se produz em escala maior e isso, aquilo e aquele outro. É um ponto de vista. Entretanto, fosse a bombacha mais barata, talvez aquele vivente que gosta do CTG mas anda com os pilas escassos (e tem muita gente nessa situação), pudesse andar pilchadito no más. São estes mesmos que se sentem mal adentrando num CTG à paisana. Eu sei porque é assim que me sinto!

Por falar nisso, sou um dos últimos que ainda compro CD nas lojas. Gosto de valorizar o que é nosso, além de pensar como antigamente, ainda. Todavia, tá ficando difícil. Um disco gaúcho já está sendo cobrado R$ 18 nas lojas especializadas. Eu tenho uma lista de 5 que já queria ter comprado e ainda não consegui. Dessa forma, não se pode reclamar da pirataria. É brabo viver num país como o nosso. Bah tchê!

E sigo sem ouvir a boa música já que, como um músico que respeita seus colegas, nego-me a comprar disco que não seja original e que não renda direito autoral aos patrícios. Esperar pelas rádios é dormir de em pé; só sobrou uma que toca música gaúcha e olhe lá.
Que cousa! É, que custo ser gaúcho!

Abraço e bom final de semana a todos. 

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