segunda-feira, 2 de setembro de 2013

As querências do Rio Grande

Já estamos sob vigência do mês mais importante para nós, Gaúchos, ou, ao menos, para quem se identifica com a história do nosso povo e o legado da nossa tradição. Na Capital, o Acampamento Farroupilha já está montado, a chama crioula já cortou nosso Estado de frente a fundo e agora, é só comemorar mais uma passagem do Mês Farroupilha, engrandecendo tudo aquilo que faz parte da nossa cultura pátria. Sim, vivemos na Pátria Gaúcha! Lembro-me, com boa saudade, dos tempos em que tocava baile e chegava esta época. Os compromissos eram abastados e dava gosto de ver os CTG's da mesma forma, lotados de gaúchos e gaúchas de todas as Querências.

Pode-se afirmar, por isso o faço, que dentro de nosso próprio Rio Grande existem muitas querências. Algumas adeptas ao nosso tradicionalismo e outras que consideram tudo isso uma grossura e um bairrismo. Que fazer? Somos todos gaúcho e não podemos expulsar aqueles que discordam da nossa cultura. Logo, o que de melhor podíamos fazer é promover uma união um pouco mais fraterna, senão para fomentar os gostos de cada um, mas, ao menos, para não diminuir ainda mais. 

Lamentavelmente, enxergo muitos CTG's vivendo da Semana Farroupilha. Fechando suas portas para os anseios da comunidade e os interesses da nossa cultura, no resto do ano. Digo com propriedade: montar banda de baile, hoje em dia, serve tão somente para satisfação de gosto (paixão) pessoal. Não há como pensar em fazer isso como um negócio, já que o cachê artístico oferecido pelas patronagens da região beiram o ridículo. Sei que não dá para generalizar e, tampouco, achar que tudo está perdido. Mas que falta um pouco mais de comprometimento, não tenho dúvida.

A meu ver, o Movimento Tradicionalista Gaúcho definha a luz dos novos tempos. Não soube preparar a casa para a modernidade e, aos poucos vai tornando a nossa tradição um artigo de luxo. O mais engraçado é que a música gaúcha até recuperou algumas ovelhas, que tinham se "bandiado" pro tchê music e fazem o caminho de volta pra casa. Esta volta, entretanto, não condiz com a grave crise por que passam nossos CTG's. E isso respinga no povo: porta de baile com entrada a R$ 25 para o peão não dá!

Entonces, meu povo, o negócio é comemorar, sim, a nossa tradição gaúcha, afim de resgatar nossas origens e cultivar aquilo que é nosso. Nada impede, porém, que saibamos reconhecer que já tivemos momentos de glória mais acentuados e que, para que isso volte do passado, é preciso tratar nossas feridas e não só colocar um pano por cima.

Abraço e boa semana a todos.

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