segunda-feira, 19 de junho de 2017

Relembrando (parte 1)

Para começar, o texto mais lido da história deste blogue:

"Bombacha é coisa de homem?

Confesso a todos que eu estava me segurando pra não tratar do assunto, contudo, como este blog foi feito para divulgar e opinar sobre o tradicionalismo, eu não poderia deixar de tratar de tal fato. Seguidamente quando vou a São Chico compareço na loja de artigos gauchescos Casa do Gaúcho. Vou lá afim de olhar alguma coisa nova e acabo, inevitavelmente,comprando algo. Pois na última vez que lá estive, peguei um folheto de divulgação do estabelecimento que dizia mais ou menos o seguinte: Venha conhecer as bombachas femininas aprovadas pelo MTG. Confesso que levei um susto! Não pelo fato de existir bombacha feminina, pois isto não é mais novidade, mas, por saber que o MTG havia liberado um modelo para uso das mulheres. Não tive a oportunidade de olhar bem o modelo, porém, pude notar que o que diferencia tal peça, da que é usada pelos peões é uma espécie de flor bordada. Lembra a nossa flor símbolo: a maçanilha.
Comecei a me perguntar desde então, o que a bombacha feminina representa. Há pouco tempo atrás, o Movimento Tradicionalista Gaúcho proibiu veementemente a possibilidade de grupos ditos “tchês”, de desempenharem sua música dentro dos galpões de CTG. Os “tchês” também não podem se apresentar em Rodeios Crioulos quando estes forem organizados por CTG’s associados a entidade. Acho que o MTG agiu de forma correta neste sentido, mesmo respeitando a opção dos colegas músicos, pois creio que o ambiente do CTG é sim tradicional e para tanto, não pode haver mistura com uma cultura que não seja nossa. Agora, o MTG libera a bombacha feminina. Vejo que há uma falta de nexo nestas duas decisões. Ora, se pode mulher dançar de bombacha, pode o homem maxixar também, ou não pode? Antes que você, querida prenda que lê este espaço me chame de machista, quero esclarecer um seguinte ponto: Não sou contrário à utilização de bombacha pela mulher no dia a dia, ou na lida de campo (sim, mulheres também trabalham na lida de campo e ás vezes até melhor que o homem hehehe). Tampouco durante os rodeios quando estas participam da competição, pois, afinal, montar de vestido seria algo certamente muito desconfortável. Acho, todavia que, se encerraria por aí a utilização de bombacha pelas nossas prendas.
A lógica utilizada pelo MTG para banir os “tchês” dos CTG’s acredito que seja a mesma que deveria ser utilizada para as bombachas femininas. Se uma coisa é proibida, a outra também deve ser. Volto a salientar, não sou contra a bombacha feminina numa generalidade, sou contra apenas dentro do ambiente de um CTG, que, como falei anteriormente, é um local tradicional. Porque sou contra? Veja bem, a beleza de uma prenda está relacionada com sua feminilidade. Uma prenda de bombacha perde um pouco do seu encanto, pois aí não há uma diferenciação frente a um peão. Quero deixar bem claro que não sou preconceituoso, apenas neste ponto sou contrário. Creio que o tradicionalismo está aberto a evoluções sim, e até defendo isso, contudo, acho que neste ponto a bombacha é muito mais uma modinha do momento do que uma evolução. Se me provarem o contrário, bom aí pode ser que eu reforme esta minha idéia e aceite tal situação numa boa.
A modernidade está aí as nossas e é impossível caminharmos em sentido contrário, porém, é preciso que tomarmos cuidado pois nem tudo que está a nossa disposição é realmente importante. Eu tenho saudade da simplicidade do passado, quando as coisas eram mais trabalhosas e também mais bonitas. No passado, a bombacha era coisa de homem e o vestido de prenda ilustrava toda a beleza da nossa mulher gaúcha. Mas isso foi no passado. Ohh saudade...." (publicado em 25/05/2009)

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Boa semana a todos.

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