sexta-feira, 30 de junho de 2017

Onde o povo está

Não sou lá muito afoito à televisão, principalmente a aberta. Mas, e sempre tem um mas em tudo, vez ou outra eu assisto alguma produção diferente que, por vezes, é de boa qualidade. Outras vezes começo e não sigo muito longe. Geralmente os programas melhores começam tarde demais e eu já perdi um pouco da embocadura para varar madrugadas, ao menos, em meio de semana.

Pois me recordo que quando a Globo apresentou a minissérie "Maysa", falando da vida da cantora que morreu em um acidente na ponte Rio-Niterói, Rio de Janeiro, a história começou com ela cantando numa churrascaria. Não foi o começo, mas a tentativa de retomada duma bela carreira que havia se perdido no meio do caminho, por várias razões.

Pois na semana passada o jornal Diário Gaúcho fez uma matéria em alusão aos 70 anos do grande Gaúcho da Fronteira. Entrevistaram ele animando um baile de terceira idade. Logo me lembrei da história da Maysa cantando na churrascaria, mas (e novamente o mas), contrário da cantora, não vejo isso como um demérito à carreira do Gaúcho da Fronteira, lenda viva da história musical do Rio Grande do Sul.

Olhei a matéria pela internet, com vídeo e tudo. Não me pareceu no vídeo, do contrário, aliás, que o Heber Artigas, mundialmente conhecido como Gaúcho da Fronteira, estivesse ali incomodado, ou abatido por não ter mais o espaço merecido em programas de televisão ou nos grandes eventos.

A mídia e nós o povo, temos um facilitado jeito tosco de não dar muito valor para as coisas que envelhecem. Somo afetados pela moda, pelo momento. Muitos artistas quando deixam de ser abordados no dia a dia, acabam por esquecidos. Quantos morreram à míngua?

Eu mesmo confessei estes dias para alguém que lamentava não ter visto um show do Milionário e José Rico. Artistas como estes arrastam multidões, entretanto, raramente figuram nas programações de festas das cidades por aí. Se estas festas são para o povo, porque não pensar em nomes da velha guarda?

Conforme a música, "disse o poeta, o artista vai onde o povo está. Por isso cantamos, a qualquer hora e em qualquer lugar".

O povo fez do Heber Artigas Armua Frós o reconhecido e grandioso artista Gaúcho da Fronteira, e ele sabe disso. Tanto, que não considera demérito algum tocar uma matiné para a terceira idade, se é lá que está o seu povo.

Gaúcho da Fronteira, por todo o sucesso e pelo modo que conduz sua carreira é mesmo grandioso e eu e todo o Rio Grande devemos nos curvar à sua pessoa.

Parabéns, Gaúcho da Fronteira, pelos seus 70 anos.

Sucesso sempre!

Bom final de semana a todos.

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