sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Muito mais que um feriado

Era para ter outro texto aqui hoje. O redigi na última quarta-feira. Fazia uma crítica não ao carnaval, mas a forma como ele está sendo realizado na atualidade, financiado quase que exclusivamente com dinheiro público (pelo menos aqui no RS é assim) e ainda, a falta de coerência quando chega na hora de financiar a semana farroupilha, verdadeira tradição dos gaúchos, coisa nossa, a história deste povo. Infelizmente as disparidades são enfadonhas. Mas daí ontem eu comecei a achar que eu ia apanhar dos carnavalescos e foliões de plantão com as minhas palavras do texto original. Não que eu tenha medo de expor minhas idéias, bem pelo contrário, todos vocês sabem que eu defendo meu ponto de vista até as últimas conseqüências, no entanto, acho que eu estava sendo radical demais, afinal o que há de mal no divertimento do povo? Cabe salientar, contudo, que infelizmente muitos não sabem se divertir. Bebem além da conta e saem dirigindo e matando inocentes por aí, fumam todo o tipo de coisa e praticam sexo de qualquer jeito. Creio porém ser uma minoria esta classe de foliões, felizmente.
Hoje pela manhã, momentos antes de sair de casa, vi uma homenagem feita pelo programa Bom dia Brasil (Globo) ao intérprete Neguinho da Beija-Flor, uma figura histórica do carnaval carioca e brasileiro que esta sofrendo com um câncer no intestino. Confesso que nem gosto muito da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis e muito menos de outra qualquer. Tenho sim, uma breve e modesta simpatia pela Estação Primeira de Mangueira e pela Acadêmicos do Salgueiro, mas breve e modesta mesmo. Aprendi com esta homenagem porque algumas pessoas gostam tanto do carnaval. O carnaval esta para o Neguinho da Beija-Flor assim como o tradicionalismo esta para Adelar Bertussi, Albino Manique, Gildinho, Edson Dutra,este Campeiro que vos escreve e tantos outros. O carnaval é toda sua vida, assim como a música gaúcha é toda vida destes nomes citados. São duas culturas unidas por um só amor: a música. E que me perdoem os que discordam, mas a música é certamente a primeira das sétimas artes que existem neste mundão sem fronteiras. Torço pela plena recuperação do Neguinho e de todas as pessoas que sofrem desta doença ou de qualquer outra desgraceira como esta. O Samba de raiz faz parte de história do Brasil e o Neguinho faz parte da história do Samba de raiz.
Este texto que estão lendo caminha para às suas derradeiras linhas com paz e tranqüilidade. Vamos ter este mesmo sentimento na hora de irmos para as ruas, clubes, enfim, para a festa de carnaval. Ninguém será menor que ninguém se não puder beber ou sair com “todas”. Lembre-se que o bem mais precisos que temos é a vida, a nossa e a dos outros. Portanto não cometa infrações que marcarão negativamente sua imagem para o resto da vida. Brinque, se divirta consigo mesmo e com seus amigos. Precisa mais? Claro que não. E não esqueça, o carnaval é bom mas festa não enche barriga de ninguém. Quarta-feira é dia de São Pega novamente (hehehe).

Ahhh, antes que eu esqueça: em Porto Alegre é IMPERADORES DO SAMBA e não tem pra ninguém.
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Grande abraço e um bom feriadão pra todos.

Um comentário:

Antônio Dutra Jr. disse...

Tchê, primo, também já tive meus preconceitos contra o carnaval, mas estou mais maleável atualmente.
O texto ficou ótimo, muito conciso e bem exposto. Agora, se comparar com Adelar, Albino, Gildinho e Edson Dutra, puxa vida, essa foi uma das faltas de modéstia mais evidentes que já presenciei, uhsauhsahusahu!

Tu vai longe, Campeiro!

Grande abraço!