quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ressaca de um carnaval inacabado

Este texto era para estar aqui ontem. Contudo nem com reza braba eu consegui fazer com que a internet funcionasse. Somos reféns da tecnologia. Leiam, por favor, como se hoje fosse ontem:
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Hoje, quarta-feira de cinzas. Pelo menos para os católicos é quarta-feira de cinzas. Espero que todos vocês estejam inteiros, que tenham seguido os meus “conselhos” à risca, divertindo-se de forma moderada e responsável. Dizem os católicos que hoje não se deve comer carne vermelha. Me incluo, assim, neste jejum obstinado. Mas daí pergunto-me, isso é realmente necessário? Ainda não tomei café da manhã e possivelmente não o farei, estou com muita fome e pensativo frente o almoço que surge na seqüência. Arderei no mármore do inferno comendo um suculento naco de picanha em alguma churrascaria da redondeza? O fato de ter ficado em casa durante os dias de carnaval, bem comportado, não me dá o direito de fazer a “folia” na quarta-feira de cinzas? Concordo plenamente quando dizem que sobre religião, time de futebol e mulher não se discute, alguém sempre perde violentamente, e portanto, respostas para minhas perguntas eu não tenho, e agradeço se alguém, sabendo, me der antes do meio-dia, por favor.
No entanto, nem sei se conseguirão vocês, caros amigos e amigas, ler este texto antes do horário do almoço. Digito este texto às escuras, sem internet. A constatação que faço agora é banal, mas infelizmente não podemos mais viver sem o advento mor do mundo globalizado. Se eu a tenho a desprezo, se a não tenho morro de saudade. E as tarefas vão ficando pendentes. Uma relação de amor e ódio entre eu e a internet. Fazendo uma analogia barata ao universo feminino: como tê-la sem compreendê-la? Há coisas na nossa vida que é melhor não tentarmos entender. Mas ela ta fazendo falta, e como. Espero que ela me perdoe por tantos xingamentos ao longo dos anos e volte pra mim, prometo uma trégua nem que seja por apenas cinco minutos. Depois? Depois voltamos certamente às turras de novo, afinal, sempre queremos mais um do outro.
Me esforcei para assistir os desfiles carnavalescos na televisão. Em vão é claro, pois fui traído pelo sono. Nem Porto Alegre, nem Rio de Janeiro, nem nada. Acho que estou ficando velho demais para a madrugada, velho demais. Prometi pra mim mesmo não me parar embodocado a frente da televisão para assistir qualquer lançamento cinematográfico temporal. Fui traído, neste quesito, pela falta de companhia no dia de ontem. Acabei terminando o dia tendo o dvd como parceiro. Tento não olhar filmes de cunho realista, que me fazem repensar minha vida, mas acabo na monotonia dos meus pensamentos as vezes infundados. Fazer o quê. Dos quatro títulos a minha disposição, escolhi justamente os dois que me fariam refletir mais tarde. Por onde ando? Para onde vou? Está na hora de chutar o balde e fazer tudo diferente? Pra variar sempre fico sem resposta, afinal, sempre vem um dia após do outro e eu esqueço de cobrar de mim mesmo a solução.
O título deste texto poderia ser: Crônicas de uma mente sem lembranças, ou algo do gênero. Só que a crônica (sim, o Campeiro escreve crônicas também. Aliás, L.F. Veríssimo e David Coimbra que se cuidem hehehe) que redigi até agora não é tão vaga. É apenas vaga e nada mais. Chamo isso de escrever a esmo após uma ressaca de um carnaval inacabado. Um carnaval que pra mim, diga-se de passagem, ainda nem começou.

Eu não disse que não tinha pra ninguém? IMPERADORES CAMPEÃ!

Forte abraço e bom “resto” de semana a todos.

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